11 - Calling Him

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Dias atuais...

Não demorei muito para ser liberada. Felizmente eu não havia quebrado nada e após alguns analgésico, eu quase não sentia dor.

- Como se sente? - ouvi a voz de Ally quando saí pela porta da enfermaria. Olhei pra ela e sorri.

- Mais pra bem do que pra mal. - sorriu de volta.

- Isso é ótimo, mas é bom você parar de se meter em confusão ou vai acabar morta. - suspirei. Ela estava certa. Por mais que eu fosse ficar 20 anos ali dentro, morrer só iria piorar as coisas para ele...

- Tem razão... Vou tentar me controlar.

- Está afim de dar uma volta pelo pátio? - neguei com a cabeça.

- Tenho que fazer uma ligação... - ela assentiu.

- Te vejo depois então.

- Okay. - a baixinha saiu andando em direção ao pátio e eu em direção aos telefones.

Pov Dinah

Podem me chamar de stalker, mas quando vi Normani andando pelos corredores, eu a segui. Discretamente, é claro.

Ela andava um pouco rápido, parecia estar ansiosa ou apenas com pressa. Mas pra que? Minha pergunta foi respondida quando chegamos ao seu destino. Normani deu sorte de não ter uma fila quilométrica para usar os telefones hoje.

Rapidamente foi até um dos telefones liberados e eu, como queria saber com quem ela iria falar e o que iria dizer, coloquei o capuz do moletom que eu vestia e fui até o telefone ao lado de cabeça baixa, me virando de costas para ela.

- Oi... É, eu sei que demorei para ligar, mas é que a Dinah está muito no meu pé, não consigo dar um passo sem que ela esteja lá. - franzi o cenho. - Eu posso falar com ele? - ele? Khalid... - Tudo bem, eu espero. - ela ficou alguns segundos em silêncio. - Oi, meu amor. - uau... Quanta intimidade... - Estou com tanta saudades de você... - fechei meus olhos e encostei minha cabeça na parede. Eu estava com vontade de sair dali o mais rápido possível, mas eu precisava ouvir aquilo pra deixar de ser trouxa. - Eu sei disso, amor, mas eu não quero que você venha me ver. - suspirou. - Tá, eu prometo que vou te ligar mais vezes, mas só se você me prometer que não vai insistir em vir até aqui, okay? - por que ela não queria que o Khalid viesse? Por minha causa? - Mas como você está? - eu tinha a sensação de que ela sorria. - Sério? Que legal! - ela riu. - Mas toma cuidado, não quero que se machuque. - ela riu mais uma vez. - Desculpa, amor, mas eu tenho que ir agora. Te amo muito, muito, muito! Até depois. - ela suspirou mais uma vez e eu me virei para encará-la. Ouvir tudo aquilo doeu, mas tentei não demonstrar em meu rosto a ferida que estava aberta em meu peito. Ela me olhou - Não acredito que você estava me espionando. - falou brava.

- "Só amo a mim mesma", não é?

- Eu não sei qual é a porra do seu problema, mas você deveria procurar um psicólogo. - saiu andando na minha frente e eu fui atrás.

- Por que mentiu pra mim, Normani? - não respondeu. - Você é a porra de uma filha da puta. - parou de andar e se virou para mim.

- Sou uma filha da puta porque menti pra você ou porque eu não te amo? - cruzou os braços. - Porque nos dois casos, eu não sou obrigada a nada. - Normani sempre soube como me ferir e ela adorava se aproveitar disso. - Coloca uma coisa na sua cabeça: a gente nunca foi real. Eu estava apenas brincando com você e os seus sentimentos. Entendeu? - sorriu antes de me empurrar e sair andando, me deixando, mais uma vez, com o coração em pedaços.

7 anos atrás...

Mais uma vez Normani e eu discutimos na noite passada. Minhas palavras a magoaram e quando eu ia me desculpar, o maldito do Khalid mandou uma mensagem a chamando pra fuder. Vocês nem imaginam o quanto eu odeio tudo isso...

Já tinha amanhecido e ela ainda dormia como um anjinho. Nem parece que acordada fode com o meu psicológico.

No fundo Normani tinha consciência de que o que ela estava fazendo era errado, mas o vício a impedia de tomar a decisão que eu queria que ela tomasse. Mas por outro lado, se ela cortasse a relação com Khalid e ficasse sem as drogas, eu não saberia o que fazer quando ela entrasse em abstinência.

Eu juro que já pensei em desistir dela inúmeras vezes, mas que tipo de monstro eu seria se a abandonasse sendo que eu sei que o problema dela é apenas um: a cocaína? Ela precisava do meu apoio, não de que eu a abandonasse. Eu estava disposta a ficar com ela até o dia do meu último suspiro, mas eu tinha ciúmes dela com Khalid e era impossível esconder.

- Bom dia... - falou enquanto se espreguiçava, me tirando dos meus devaneios. A olhei.

- Bom dia. - ela se levantou e foi ao banheiro fazer sua higiene matinal, coisa que eu havia feito assim que acordei. Quando terminou, veio até a cama novamente e se sentou da mesma forma que eu estava sentada, que era como índio, de frente pra mim. Olhou em meus olhos. - Não te vi chegar ontem... Você demorou... - ela suspirou.

- Desculpa... - foi inevitável revirar os olhos. Eu simplesmente odiava quando ela me pedia desculpas. Do que adianta pedir desculpas se vai fazer tudo de novo?

- Como foi ontem a noite? - ela desviou o olhar e ficou em silêncio. - Se divertiu?

- Dinah, você sabe que eu não gosto de falar sobre isso.

- E você sabe que eu não gosto que você faça isso, mas mesmo assim você faz, não é? Então me diga, gozou? - ela voltou a me encarar.

- Foi pra isso que você pediu pra gente conversar hoje? Pra jogar as minhas merdas no ventilador de novo? Porque se for, me avisa que eu vou dar uma volta. - suspirei.

- Não, não foi pra isso. Eu só... - suspirei mais uma vez. - É difícil pra mim, Normani. Nós somos carne e unha desde que éramos pequenas. Eu cuidando de você e você cuidando de mim, sempre foi assim. - dei uma pausa. - As coisas mudaram muito desde que Khalid entrou em nossas vidas. Você não deixa mais eu cuidar de você e você... Bom... Você acha que está cuidando de mim, mas a verdade é que não está. Sabe?

- Dinah, eu... - a interrompi.

- Deixa eu terminar, depois você fala, okay? - ela suspirou e assentiu. - Eu vejo nos seus olhos que você também não está nada feliz com isso, e eu entendo que sua relação com Khalid é apenas por causa das drogas, mas acontece que eu quero te ajudar. Eu te amo de verdade e eu não quero te perder por causa de um traficante de merda ou uma overdose. Então eu te imploro que deixe-me te ajudar. - segurei suas mãos. - Pare com as drogas e vamos viver as nossas vidas sem depender de ninguém. Faz isso por mim, por favor. - Normani abriu a boca e fechou inúmeras vezes, mas nenhum som saía. - Eu sei que isso não vai ser fácil, mas... - me contou.

- Não. - meu coração se apertou.

- Não? - ela negou com a cabeça.

- Eu não consigo, Dinah. Me desculpe, mas não dá. - puxou suas mãos de mim, fazendo com que eu as soltasse. - Você acha que eu já não tentei largar? Eu escondi os sintomas da abstinência de você, mas eu já tentei, não uma, nem duas vezes, mas várias. Eu não tenho forças pra lutar contra isso. - suspirou mais uma vez. - Eu sei o quanto isso te machuca... O meu lance com o Khalid... O jeito que eu te trato quando uso cocaína... Tudo. Eu já teria voltado atrás e consertado tudo se pudesse, só pra te ver sorrir de novo. Mas eu não consigo... - olhou para suas mãos. - Tem tanto tempo que não vejo um sorriso sincero seu... Eu sinto falta dele... - voltou a me encarar - Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando aceitei usar cocaína...

- Quer o meu sorriso de volta? Traz a minha Normani de volta.

Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|Where stories live. Discover now