13 - This Never Happened

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Pov Dinah

Alguns dias se passaram e Normani tornou algo frequente as ligações para Khalid. Eu parei de ficar ouvindo suas conversas escondida porque aquilo realmente me machucava, mas tudo isso só me fez ficar com mais vontade de fazer a única coisa que me passava pela cabeça: descobrir o número o qual Normani sempre ligava.

Pra que eu queria o número? Não sei. Talvez eu precisasse gritar um pouco com Khalid para aliviar os meus sentimentos, ou talvez eu só quisesse ouvir sua voz para me lembrar o quanto eu o odeio.

- Detenta Hansen! - um guarda chamou minha atenção, me trazendo de volta para o planeta Terra. O encarei. - Está vendo isso aqui? - apontou para uma fila de mulheres que aguardavam para usar o telefone. Todos estavam em uso, enquanto o que estava bem na minha frente não, já que eu não havia tomado coragem de ligar ainda. - Você está causando um aglomerado desnecessário. Se não vai usar a porra do telefone, saia daí agora.

- Eu vou usar... - ele cerrou os olhos e se afastou um pouco. Voltei a encarar o telefone. O peguei e coloquei sobre a orelha. Olhei para a minha mão, que era onde o número estava anotado, e suspirei, discando o mesmo em seguida. Como eu consegui o número? Da mesma forma que eu consigo tudo aqui dentro. Com sexo.

O número era de telefone fixo, o que significava que se tratava da casa do Khalid. Eu não tinha ideia do que dizer e nem como dizer, mas algo me dizia que aquilo era necessário.

- Alô? - uma voz feminina que não me era estranha se fez presente do outro lado. - Normani? Você ligou cedo demais, ele ainda não chegou, minha filha. - minha filha... Só tinha uma pessoa que chamava Normani e a mim de filhas. Andrea, a antiga governanta de Khalid, mas ela havia pedido demissão um pouco antes de Normani me apunhalar pelas costas.

- Hm... Oi, Dea...

- Sua voz... Você não é a Normani. - ficou em silêncio por um instante, provavelmente tentando lembrar da minha voz. - AI, MEU DEUS! É VOCÊ, DINAH? - ela gritou, o que me fez rir.

- Sim, sou eu.

- Eu senti tanto a sua falta, minha filha... - sorri. Andrea sempre foi muito carinhosa comigo, na verdade, com nós duas, mas eu era a que mais passava tempo com ela, já que a Normani tinha passado por uma fase que adorava me deixar sozinha pra ir fuder com o bosta do Khalid. - Desculpa por nunca ter ido te visitar... Quando eu fiquei sabendo o que aconteceu pelos jornais, fiquei muito brava com a Normani e fui brigar com ela, mas aí ela me explicou o que tinha aconteci... - se calou quando provavelmente percebeu que estava falando mais do que deveria. Dea era uma ótima pessoa, mas era péssima em guardar segredos. - Enfim, Normani pediu que eu não mantivesse nenhum tipo de contato com você.

- O que foi que aconteceu? Até hoje ela não teve a coragem de olhar nos meus olhos e me dizer o que aconteceu. - perguntei, mas no fundo eu saiba que ela não me responderia, por mais que ela adorasse uma fofoca.

- Eu não posso falar... - suspirei.

- Onde está o Khalid?

- Khalid? - respondi positivamente com um som nasal. - Não o vejo desde que pedi demissão. - franzi o cenho.

- Então com quem Normani anda falando?

- Com o... - se calou mais uma vez. - Vou desligar, a ligação está péssima. - fez uns ruídos que dava para perceber nitidamente que vinham de sua boca. - Estou passando por um túnel. - fez mais ruídos.

- Com o telefone fixo?

- Tchau, minha filha. - falou, ignorando completamente a minha pergunta e desligando o telefone. Suspirei.

[...]

Andar acompanhada costumava ser ótimo pra mim, mas não naquele dia. Camila e as garotas se ofereceram para me fazer companhia, mas as dispensei. Eu estava pensativa, querendo montar aquele quebra-cabeça, mas me faltavam peças importantes.

Eu estava no pátio, encostada em uma parede mais afastada, longe de todo mundo, com o Sol bem na reta dos meus olhos, me obrigando a ficar com os olhos semicerrados. Minhas mãos em meus bolsos e minha mente em Normani. Por que ela envolveu Andrea nisso? Com quem ela tanto fala no telefone? Por que ela contou o que aconteceu até para Dea e pra mim não? Perguntas que eu certamente não teria respostas tão cedo...

Minha visão era um pouco limitada por conta do Sol, mas consegui ver uma negra do corpo esbelto andando em passos largos na minha direção. Ela parecia irritada, mas novidade seria se ela não estivesse.

- QUAL É A PORRA DO SEU PROBLEMA? - saiu gritando ainda enquanto se aproximava. - QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA INVADIR A MINHA PRIVACIDADE DESSE JEITO? - parou bem na minha frente e eu ri do desespero dela.

- Abaixa o tom de voz pra falar comigo, gatinha.

- GATINHA É O CARALHO, E EU FALO DO JEITO QUE EU QUISER. - dei um sorriso debochado. - ESCUTA SÓ, DINAH... - a cortei.

- Se continuar gritando, a prisão toda vai escutar também. - ela revirou os olhos e respirou fundo. - O que foi que eu fiz agora?

- O que foi que você fez agora? - ela riu sarcástica. - Andrea me disse que você ligou pra ela querendo saber com quem eu ando falando. - viu? Fofoqueira.

- E daí?

- DAÍ QUE A PORRA DA MINHA VIDA NÃO TE DIZ RESPEITO.

- Só queria falar com o seu namoradinho. Queria ouvir da boca dele que você continua sendo a putinha que sempre foi. - Normani não demorou mais que dois segundos para levantar sua mão e me acertar um tapa com uma força que eu juro que não sabia que ela tinha, me fazendo virar o rosto para o lado e por a mão sobre o mesmo. Meu rosto parecia estar em chamas de tanto que ardia. Esfreguei um pouco para aliviar a dor, mas não foi muito útil. Tirei minha mão do rosto e a encarei séria. - Você não deveria ter feito isso. - Normani abriu a boca para falar, mas antes que ela o fizesse, a peguei pelo uniforme e inverti as posições, colocando ela contra a parede. Grudei meu corpo ao seu para travar seus movimentos e segurei seus pulsos com força, os prendendo ao lado da cabeça.

- Me solta! - ela se debateu na tentativa de se soltar, a qual foi falha. Sua respiração estava acelerada, e toda vez que ela entrava em contato com a minha pele, meu corpo inteiro se arrepiava. Suspirei e encostei minha testa na sua, unindo, também, a ponta dos nossos narizes.

- Você não vai sair daqui tão fácil, gatinha. - falei quase que em um sussurro. Normani fechou os olhos.

- Não me chame de gatinha... - respondeu no mesmo tom de voz, me fazendo sorrir.

- Tá bom, gatinha. - foi tudo o que eu disse antes de me permitir aproximar meus lábios dos seus e a beijar. Naquele momento senti várias borboletas tomarem conta do meu estômago. Fazia anos que a gente não tinha nenhum tipo de contato. Ela poderia me empurrar e começar a me xingar a qualquer momento, eu realmente estava nervosa. Mas ao contrário do que eu esperava, Normani retribuiu, já pedindo passagem com a língua, a qual eu não pensei duas vezes antes de ceder. Soltei seus pulsos e desci minhas mãos até sua cintura com delicadeza, a puxando ainda mais para mim, como se possível. Ela entrelaçou seus braços no meu pescoço e sorriu. ELA SORRIU. Me vi obrigada a sorrir também.

Nossas línguas dançavam em perfeita harmonia, me lembrando o quanto eu sentia sua falta... Tanto tempo separadas e eu continuava sendo uma trouxa apaixonada...

Quando o ar se fez necessário, separei o beijo e a olhei. Ela ainda tinha seus olhos fechados, sua boca entreaberta e a respiração mais ofegante do que antes. Simplesmente linda. Lentamente ela abriu seus olhos e olhou no fundo dos meus com um olhar indecifrável.

- Isso nunca aconteceu. - me deu um empurrão e saiu andando como se realmente nada tivesse acontecido. Suspirei.

-

(N/A): Esse capítulo só existe por sua causa, Me_Liv kkkkk

Welcome To Prison ● |Norminah|G!P|Where stories live. Discover now