Capítulo 1 - Quem eu deixei de ser.

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No meu sonho, em quase todos eles, eu acho, uma garota se deitava nua em meus braços. Ela passava sua língua quente por cada milímetro de pele existente em meu ser. Eu gemia alto ao sentir seu toque sutil e muito arrebatador.

A garota era loira, sua boca era rosada e carnuda. Ela tinha um sorriso largo e encantador. Ao mesmo tempo era safado e muito convidativo, assim como seu cheiro era, também.

Aos poucos ela introduzia seus dedos quentes dentro de mim, e mais uma vez eu me via em delírios. Com anseios loucos de possuir aquele ser tão sexy.

Ela aparentava ser jovem. Seu corpo era de uma adolescente de no máximo dezesseis anos. Mas seu voraz libido era de uma mulher bem mais velha e sábia. Experiente, no caso.

Ao longe, meus próprios pensamentos me assombravam. Eu via o rosto do meu namorado nos observando. Seus olhos eram vermelhos e ele estava com um semblante de raiva: - Você é hétero! - Ele gritava. - Sua vagabunda. Lésbica. Imunda -Ele dizia, aos berros que ecoavam.

Mas no sonho, isso pouco me importava. Eu queria mais daquele sexo tão maravilhoso. Eu queria mais e mais...

Louco de raiva, eu via meu namorado matar a garota. Ele usava uma faca bem afiada, que rasgava e dilacerava o seu pescoço.

 Por toda a parte o sangue dela escorria, seu pescoço estava todo aberto, e a garota ao chão, sem vida.

 Eu olhava assustada para ele...

Despertador toca:

Acordo ofegante e toda molhada de suor, ao olhar para o relógio percebo que estou atrasada para a faculdade. Levanto rápido da cama, meio atordoada. Pego o meu celular e checo as mensagens do dia anterior. Acho que deixei muitas pessoas no vácuo ontem.

Me troco sem demoras, colocando uma calça jeans de tom escuro, coturno marrom claro e uma blusa preta sem estampas. Coloco meus óculos escuros e desço a escada correndo pra pegar as chaves do carro e ir para a faculdade. Ao passar pela cozinha, minha mãe está sentada na mesa tomando seu café preto enquanto lia uma revista sobre culinária:

- Está atrasada, Liv. - Minha mãe diz, com um tom de surpresa, mas sem desviar os olhos da revista.

- Eu sei, mãe. Tive um sonho estranho e demorei para acordar. Desculpe!

- Não se esqueça de voltar logo para a casa hoje, você prometeu limpar a garagem.

- Eu sei! Deixa comigo! - Disse, abrindo a porta. - Tchau, mãe.

- Tenha um ótimo dia, querida.

Antes de sair, pego minha jaqueta de couro preta e vou em direção ao carro que já está do lado de fora da garagem:

- Que maravilha, está chovendo! - Digo em voz alta. Logo no primeiro dia de aula e eu já estava me fodendo.

- Falando sozinha de novo, Bucker? - Perguntou Alice Ficcher, uma vizinha da casa ao lado.

- Ah... Ficcher .. Que susto você me deu! - Exclamei, com a mão no coração. Ela realmente me assustou.

- Primeiro dia na faculdade? Você parece um pouco irritada. - Ela perguntou.

- Sim... ando meio estressada ultimamente e acabo me irritando com tudo.

- Se quiser, eu te ajudo a ficar mais calma ... - Ela diz, com uma expressão de malícia.

Solto uma risada irônica e envergonhada:

- Não curto essas coisas, Ficcher, e eu tenho um namorado. Agora, tenho que ir. Estou atrasada.

- Sorte sua ser tão bonita, Olivia, porque se dependesse do seu carisma, você estaria perdida. - Alice disse, enquanto eu entrava no meu carro, um Dodge Challenger prata, ano 2010.

Dou partida no carro e saio sem responder nada, em direção a faculdade. Estou um tanto nervosa pois esse é meu primeiro dia. Sei que não tenho motivos para ficar, pois a maioria dos meus amigos do ensino médio estão na mesma faculdade que eu ... E eu sou popular, então ... Quer dizer, pelo menos eu era no colégio... Hoje em dia eu acho isso tão brega, mas talvez me ajudasse de alguma forma.

Chego, estaciono o carro e logo dou de cara com o meu namorado, me esperando na escadaria da faculdade Um moreno alto, porte atlético, bronzeado e de olhos claros. O típico cara galã. 
Rayn Anderson parecia sorrir para mim em slow motion, enquanto girava uma bola de futebol americano nas mãos. Ele era realmente muito atraente:

- Oi amor, você está linda hoje!

- E atrasada! - Respondo, sorrindo.

- Pronta para o seu primeiro dia de aula na faculdade? - Perguntou ele, com as mãos em meu rosto.

- Se estar pronta quer dizer nervosa .. sim! Eu estou prontíssima!

- Pensa pelo lado positivo: Você é linda, namora um veterano e capitão do tempo, e metade dos seus amigos do colégio estudam aqui! - Disse Rayn, tentando me animar.

- É mais uma razão pela qual eu estou nervosa ... São as mesmas pessoas, só um pouquinho mais ambiciosas. - Respondi, desanimada.

- Vai dar tudo certo, Olivia. Confia em mim!

Subimos como escadas abraçados. Rayn começa a me perguntar novamente sobre a tal festa na casa de uma garota que eu mal conhecia. Aliás, eu nem conhecia. Era só uma tentativa de me fazer enturmar mais de pressa.

Uma tentativa bem patética, na verdade. Pois todo mundo sabe que ser enturmada por tabela é no mínimo triste. Nunca dá para saber de verdade se as pessoas querem sua companhia ou só estão sendo simpáticas ao te convidarem só por você ser namorada de alguém conhecido no ambiente escolar.

Éramos o casal perfeito, ele era do time de futebol americano na faculdade e eu era a garota mais popular do colégio. Não seria diferente agora que estou na mesma faculdade que ele, apesar de eu achar o Rayn um estúpido e as vezes infantil demais para o meu gosto. Ele se preocupava demais com o que as pessoas pensavam dele ou de mim. A aparência sempre foi o mais importante.

Quando o sinal tocou, Rayn me levou até minha sala de aula e antes de nos despedir ele me beijou na frente de todo o mundo, óbvio que as pessoas ficaram olhando e era isso que Rayn queria.

- Te vejo depois, gata.

- Ok amor. Tchau.

- Tchau! - Respondeu ele, me dando mais um beijo antes de realmente ir pra aula.

O primeiro dia de aula sempre é aquele merda de vários professores derivados de coisa sem parar, e eu não evita parar de pensar naqueles sonhos que eu estava tendo à tanto tempo, pelo que eu me recordava já era segunda ou terceira vez que aquilo ocorria só nesse mês. Era realmente estranho.

Enquanto o professor falava, eu desenhava em uma folha aleatória o sonho que tive, apesar de ser um pouco amedrontador em algumas partes dele.
Era algo que me instigava de uma forma que eu não sabia explicar. Aquilo me deixava excitada de um jeito que o Rayn nunca me deixou antes, e além de tudo, me deixava muito confusa, também. 

Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora