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Era extremamente difícil compreender o que estava acontecendo, por mais que eu soubesse que a vida da Rebeca jamais poderia girar em torno da minha, parecia muito que ela não ligava mais para o nós. Ou era isso ou eu realmente não conseguia assimilar os fatos. Talvez eu estivesse lidando com aquilo de um forma na negativa.
De qualquer modo, eu estava triste.

E logo depois de ter tomado aquele capuccino, eu peguei um táxi e voltei para o aeroporto. Para a minha sorte, o próximo vôo saia em trinta minutos e foi lá onde eu fiquei esperando. Ainda tinha alguma esperança de que Rebeca me ligasse, porém nada. Nem sequer uma mensagem chegava em meu celular, a qual eu olhei de cinco em cinco segundos.

Assim que eu levantei para me conduzir até a plataforma de embarque, só olhar para o lado vi algo que gelou o meu coração. Era Rayn Anderson, meu ex namorado. Ele estava saindo da plataforma de desembarque com apenas uma mala em sua mão. Com a outra, ele segurava um papel a onde lia atentamente.

Eu o acompanhei com os olhos e seu semblante estava ainda mais estranho do que te costume. Ele estava ainda mais sombrio. Mais forte e com certeza mais tóxico do que antes. O frio na barriga era de medo e dei graças a Deus que ele não me viu. Nem sequer olhou para os lados, apenas continuou caminhando até a saído do aeroporto, onde as pessoas pegavam os táxis.

Quando ele saiu e não consegui mais vê-lo, certifiquei-me de seguir minha viagem e entrei no embarque rumo ao avião. Durante todo o trajeto eu fiquei olhando pela janela, apesar de ser a noite e lá fora estar escuro, ainda sim a minha cabeça foi para longe e meu coração se encontrou novamente a tristeza causada por Rebeca.

Uma lágrima de escorreu e eu tentei limpa-la rapidamente. Como se eu não quisesse que ninguém visse o quanto eu estava me sentindo péssima como aquela situação. Era nítido que eu não estava entendendo e mais nítido ainda que eu não sabia lidar com o fato de estar em segundo plano na vida de quem eu mais amava.

O vôo durou pouco tempo, ainda mais por eu ter né distraído com os meus próprios pensamentos. Logo eu já estava em Miami e dentro de um táxi para ir para a casa. Eu estava cabisbaixa e mal prestava atenção em alguma coisa.

Nem percebi que depois de alguns minutos, o táxi já estava na porta do prédio. Realmente só me liguei desse fato quando o motorista me cutucou informando que já tínhamos chego ao meu destino:

- Quanto deu? - Perguntei, tentando disfarçar.

- 8 dólares! - Ele respondeu seco, já pegando o recibo da viagem. Entreguei a ele uma nota de dez e disse que ele poderia ficar com o troco. De um súbito, já estava dentro do elevador, pronta para subir até em casa. Dentro do elevador, notei que ele abrira em um andar diferente do que eu havia apertado e logo, Alice entrou se assustando com a minha pessoa:

- Eu acho que ainda não me acostumei com o fato de morarmos no mesmo prédio. - Ela brincou.

Eu apenas sorri sem dizer absolutamente nada. Mas Alice continuou, um pouco curiosa:

- Está tudo bem com você? - Ela perguntava, após ter acionado o elevador, novamente.

- Defina bem.

- Um estado totalmente oposto ao que você me apresenta nesse momento. É nítido que a pergunta é meio retórica.

- Sendo assim.. Não. Não está tudo bem comigo. - Respondi. O elevador abriu novamente, agora no andar em que ficava o meu apartamento. Sai sem dizer nada, apenas um tchau sem graça e nada animador.

- Quer conversar? - Perguntou Alice, segurando a porta com a mão, para que ela não fechasse.

Eu virei o rosto ao olha-la, talvez eu realmente o recusasse conversar mas também, não queria parecer fraca demais. Ou surtada demais:

- Conversar?

- Sim! - Alice respondeu, sorrindo - Não precisa ser especialmente sobre o motivo pela qual você está assim. Eu vou respeitar, é claro.

- Quer saber? Eu quero sim conversar. - Alice apenas sorriu e me acompanhou abrir a porta e entramos juntas. Deixei a mochila que eu carregava em cima da poltrona e ofereci algo a ela.

- Eu aceito uma taça de vinho, se você tiver.

- Não tenho vinho, apenas champanhe.

- Champanhe? - Ela riu - Eu esqueci por um breve momento o quanto você ainda é riquinha Olivia Bucker.

- Eu ganhei do meu irmão de presente de noivado. E na qual conjuntura, hoje eu bebo qualquer coisa que tiver álcool.

- Então vamos beber champanhe.

- É um Dom Pérignon Rosé! - Disse mostrando a garrafa - Mas eu tenho certeza que ele pediu dinheiro pro meu pai pra isso. Aliás, Bryan sempre foi o favorito. Meu pai não ia negar.

- Um belíssimo dinheiro desperdiçado! - disse Alice, se ajeitando no sofá. - Mas agora é sério, o que está acontecendo? Digo, é muito nítido que você está triste com alguma coisa.

- E estou! - me sentei no sofá ao lado, após dar uma taça de champanhe para Alice. Dei um gole em minha taça e continuei a dizer - É algo que eu realmente não consigo entender ou lidar.

- O que foi? É sobre a Rebeca?

- Você quer mesmo falar sobre isso? Quer dizer, eu não..

- Fica tranquila, eu já superei. - Respondeu Alice. - Pode me contar.

- Ela recebeu uma oportunidade de emprego no ramo de hotelaria. Ela sempre quis trabalhar com isso. E eu dei o maior apoio do mundo. Mas desde que ela foi pra Orlando fazer a entrevista, ela mudou completamente. Não me liga, não me manda mensagem. Não diz se está tudo bem. Absolutamente.

- Nossa.. E o que mais?

- Eu fui até lá, até o hotel a qual ela estaria hospedada. E nada.

- Como assim nada, Olivia? O que você quer dizer com isso?

- Ela não estava lá, Alice. Simplesmente isso. Ela mentiu pra mim. E eu realmente não sei o que fazer. - Naquela altura da conversa, eu já tinha tomado toda a taça de champanhe sem nem perceber.

- E você está achando que tem algo errado com ela, certo?

- Sim.. E talvez também tenha comigo. Eu sinto que estou sendo deixada de lado e isso tem me deixado louca. - respondi.

- Você já tentou conversar com ela sobre isso?

- Sim... Eu liguei pra ela enquanto estive em Orlando. E nada. Ela apenas disse que tinha passado na entrevista e que o emprego era maravilhoso. Apenas isso.

- Que estranho. Ainda mais sabendo que você estava lá..

- Ela nem ligou pra isso. Disse até que se soubesse, teria dito pra eu não ir até lá.

- É. Eu entendo agora o porque você esta desse jeito. É horrível se sentir assim... mas Liv, eu acho que nesse caso o melhor a fazer é esperar pra conversar pessoalmente... olho no olho... sem tirar conclusões precipitadas...Vocês estão juntas a muito tempo e sei que ela deve ter um motivo para estar assim... sei que é difícil mas... confia. Confia na relação que você tem com a Rebeca.

- Você acha que entre a gente está tudo normal?

- Não tem como eu te dar uma certeza sobre isso mas sei que, acima de qualquer coisa, ela te ama. Você a ama. E o amor supera esse tipo de coisa. Sei que quando ela voltar, vai estar tudo bem. - Alice havia dito coisas que naquela ocasião, me deixou completamente mais calma. Era muito doido a sensação de vê-la tão madura. Talvez naquele momento eu havia mudado toda a visão que eu um dia eu construí sobre Alice Ficcher. Eu agora a vi como uma amiga.

Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )Where stories live. Discover now