Capítulo 4 - Eu faria de tudo para te proteger.

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Bryan Bucker -

Coloquei um terno e fui até a sala de estar para esperar por Olivia. Estava muito nervoso, pois não via o meu pai a 12 anos, desde que nos mudando para Miami.

É claro que ele iria pedir para que eu assumisse o meu lugar na empresa, que essa coisa de ser músico era besteira e é claro que eu recebia propostas dele desde que cheguei de viagem, só não sabia como contar para Olivia sobre isso. Ela sempre teve raiva de tudo, traumas. Eu não queria magoa-la com aquilo. Mas a gota d'água foi a surra que levamos e isso era totalmente imperdoável.

Eu estava disposto a enfrentar tudo isso por ela, para ela estar a salvo com Rebeca ou qualquer outra que seja. Para que ela conseguisse construir a família que ela sempre quis. Eu realmente estou disposto a isso.

Infelizmente, eu sou o mais parecido com o meu pai. Mais do que eu imaginava. A ganância sempre esteve presente em minha vida, eu só não queria admitir isso. Era horrível ter que lidar com o fato de que havia isso dentro de mim. Apesar de eu ter o senso moral que faltava em Oliver Bucker.

Os minutos se passavam e eu não conseguia pensar em outra coisa, a não ser em minha vida, em conseguir tudo o que eu queria e me mudar para o Brasil, mas também não parava de pensar em Olivia e no quanto ela iria me odiar quando soubesse disso.
Sim eu queria ser músico, mas eu também queria ser parte daquela empresa. Apenas me mantive longe para agradar a minha irmã:

- Você está pronto? - Disse Olivia, só chegar na sala.

- Sim.

- Estou perguntando sobre outra coisa.

- Ah! Sobre isso eu realmente não sei. Não sei o que esperar dele. Não nos vemos tem anos, não é?! E você? Está nervosa?

- Mais do que eu deveria, para falar a verdade. Ele sempre foi o meu ponto fraco.

- Eu sei - Disse, chegando próximo a Olivia e a abraçando. - Mas hoje você é uma mulher. Não é mais aquela garotinha que ele mandava. Não é mais alguém que ele possa assustar.

Olivia se virou para um espelho que tinha na sala e, ao arrumar seus cabelos negros, começou a rir, com uma expressão de sarcasmo e disse:

- Será que ele vai saber quem é quem? Somos idênticos!

- Se você tivesse barba, ele poderia até confundir. - respondi, rindo.

- Se eu tivesse barba, ele poderia gostar de mim.

Descemos até o carro e fomos direto para o aeroporto. A aflição tomava conta de todos os meus pensamentos e Olivia estava com aquela expressão de quem não estava a vontade de ir. Enquanto ela dirigia, peguei em sua mão, tentando acalma-la:

- Vai dar tudo certo. - Eu a olhava, com carinho.

- Eu só quero que tudo isso acabe logo e que ele mantenha essas pessoas longe de nós.

- Eu também, irmã.

Após mais meia hora de transito, assim que chegamos já fomos direto para o local de desembarque. Infelizmente parecia que o avião dele havia se atrasado.

Depois de 10 minutos esperando no aeroporto, finalmente o vi na plataforma. Meu coração gelou ao ver aquele homem. Tão seguro de si, com expressão de superioridade.

De terno preto de grife, relógio extravagante, barba e cabelos grisalhos, óculos escuros e seus seguranças atrás.

Na boa, ele me inspirava mas ao mesmo tempo, me dava calafrios.

- Ora, ora... Se não são os meus filhos favoritos! - disse ele, vindo em nossa direção, com os braços abertos, esperando um abraço.

- Acho que somos seus únicos filhos. - disse Olivia, dando um sorriso sarcástico. Eu a olhei, tentando fazer com que ela fosse mais receptiva com ele.

- Oi, pai! - Eu disse, indo abraçá-lo.

- Oi, meu filho. - Ele me abraçou de volta. - Que saudades de vocês dois. Estão tão crescidos. E você cromo está forte e bonito, Bryan. - Ele disse, após desfazermos o abraço - Você lembra muito a mim, quando eu tinha sua idade.

- Obrigado, pai.

E Olivia, continuava lá, de braços cruzados.

Saímos do aeroporto e no trajeto, contei tudo o que tinha acontecido ao meu pai. Olivia, como sempre, não disse uma palavra sequer, nem olhar para ele direito, ela olhava.

Na verdade, eu entendo a raiva dela, no fundo ela queria um pai normal que a ensinasse as coisas da vida e isso não aconteceu, de certa forma foi até melhor assim, na minha opinião.

Após o almoço frustrante e uma conversa estressante, nosso pai prometeu que ninguém mais nos incomodaria com tudo. Ele havia dito que atualmente a empresa estava lidando com o maior ganho em petróleo da década. E que muitas pessoas estavam de olho nisso. O que o preocupava demais:

- Pelo menos você demonstrou algo dessa vez, precisei apanhar pra ganhar sua atenção - Disse Olivia, encarando nosso pai.

- Eu sempre vigiei vocês, Olivia! -respondeu ele. - Vocês sabem disso. Mandei a mãe de vocês se mudar para cá pois eu sabia que lá no Brasil, ninguém teria paz. Eu sei lidar com aquele tipo de pessoas, só não sei lidar com eles tentando ameaçar a minha família.

- Nossa, que legal, hein!

- Filha, eu amo você e seu irmão e eu só queria proteger vocês dois. Nunca foi minha intenção que se machucassem, de qualquer forma.

- Não, a única coisa que você ama é o dinheiro. Nada mais além dele.

- Não é verdade! - Ele retrucou - Eu dei duro para que vocês tivessem tudo o que eu nunca tive.

- Isso também estava incluso ser um pai ausente? - Olivia retrucou.

- Já chega, Olivia! Você não é mais uma criança. Chega desse seu papo de pai ausente. Eu fiz o que fiz pra vocês terem uma vida normal. Um futuro. E eu não me arrependo de nada por isso.

- Não se arrepende? - Ela perguntou.

- Não me arrependo.

- Ótimo! Fico feliz em saber disso. - Olivia disse, com os olhos cheios d'agua.. Ela se levantou da mesa e saiu direto para o estacionamento.

- Ela vai ficar bem, pai! - Eu disse, tentando acalmá-lo.

- Eu sei que vai. Bom... eu tenho que ir, meu jato deve estar chegando. - Disse ele, olhando para seu relógio.

- Já vai?

- Já, Bryan. Tenho umas coisas para resolver em Nova York e depois, vou voltar para o Brasil.

- Certo.

- E quanto a você... quando vai parar de ignorar o fato de que já está na hora de você assumir o seu lugar? Sabe... Bryan... o segredo de uma vida de sucesso é ter os empregados bons e a quem confiar de verdade... eu mantive o cargo de sócio desocupado por anos... por simplesmente achar que ninguém seria melhor do que meu próprio filho, para ser o meu sócio. Sangue do meu sangue... preciso de você.

- Eu sei que sim.

- E então, filho?

- Eu vou estar lá...eu prometo... Mas preciso falar com a minha irmã sobre isso... ela vai ficar bem chateada.

- A Olivia é muito sentimental... eu não sou esse monstro que ela pinta... fiz de tudo para que vocês tivessem do bom e do melhor, você nem imagina o quanto eu me sacrifiquei para isso.

Nos despedimos e fui para um ponto de táxi. Certamente, Olivia já estava em casa bebendo todas e com uma puta raiva de mim. Meu pai prometeu proteger Olivia e qualquer um ao redor dela, e isso já me deixava bem, ela é minha irmã e faria de tudo para protegê-la.

Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )Where stories live. Discover now