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Rebeca havia recebido uma proposta de emprego em outra cidade, em Orlando. Quase 400 km iriam nos separar à partir dali. Ela iria ficar fora por 20 dias. Eu não estava feliz com isso, porém não podia impedir ela de correr atrás de seus sonhos. Em contra partida, eu ficava mto feliz por ela realizar o sonho de carreira que queria.

Na verdade, eu ficava muito contente com aquilo, pois eu sempre ouvi dela que ela queria a liberdade dos pais. Por mais que os Grabel fossem pessoas ótimas, têm um ar de super proteção neles.  E Rebeca se sentia presa com aquilo.

A ideia de ficar longe dela me deixava angustiada, mas esse é o preço para deixa-la mais feliz. De ver ela finalmente conquistando sua independência. De vê-la voar.

No dia seguinte, após Rebeca fazer as malas eu fui busca-la em casa para leva-la até o aeroporto. Ela estava tensa, nervosa e um tanto triste. Mas ao mesmo tempo eu podia ver uma euforia em seus olhos. Ela estava contente apesar de tudo. De todos os medos, da distância, da vida que estava por vir.

No carro o silêncio reinava entre nós, a despedida era inevitável mas queríamos que o tempo parasse naquele momento, para que ela não acontecesse. No rádio tocava uma de suas músicas favoritas de Elvis Presley; Sweet Caroline do álbum One Stage e Rebeca aproveitou a deixa para se dirigir a palavra à mim:

- Eu amo essa música!

- Eu sei - Disse sorrindo.

- Você vai ficar bem? - Ela perguntou, mudando de assunto na mesma hora.

- Claro que eu vou!

- E não vai se esquecer de mim?

- Pelo o amor de Deus, Rebeca. Estamos juntas a 3 anos, como eu iria esquecer de você, assim? Em 20 dias?

Nós rimos pela obviedade e sobre o absurdo que era aquele pensamento. 

- Eu pareço uma criança sem saber o que fazer. - Ela disse, olhando para uma janela do carro.

- Eu sei que é difícil e que você está ansiosa mas ... Vai ficar tudo bem. Tá?

- Você promete?

- Prometo, meu amor.

Assim que deixei o carro no estacionamento do aeroporto, eu e Rebeca seguimos até onde a gente iria se despedir. O avião dela saia logo em seguida e não podíamos demorar.

Eu sentia que ela segurava o máximo para não chorar ali, assim como eu também estava. Era difícil, nunca tínhamos ficando tanto tempo longe desde que começamos a namorar:

- Bom, eu acho que é isso. - Disse, a olhando. Rebeca quis permanecer ali, sem desfazer o abraço, eu pude sentir suas lágrimas escorrendo em meus ombros.

- Eu vou sentir saudade.

- Eu também vou. - Ela disse, com a voz embargada.

"Atenção, o voo para Orlando no portão de embarque número 13" - ouvimos, uma voz feminina dizer.

- Eu preciso ir! - Exclamou Rebeca, pegando sua bagagem. Ela me puxou para um beijo demorado, ali no meio de todo mundo:

- Te amo!

- Também amo você, Olivia. - Respondeu Rebeca - Te ligo assim que eu chegar lá.

Acompanhei Rebeca até onde minha visão alcançava, desejei aos céus que ela tenha uma boa viagem e assim que voltei para o carro, eu desabei a chorar.

Quase no mesmo segundo, senti meu celular vibrando no bolso da calça, era uma mensagem de Bryan, pois ele sabia que talvez a despedida já tinha acontecido naquela altura do campeonato:

Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )Where stories live. Discover now