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Abri os olhos e graças a Deus!!

Eu estava em meu quarto, vestida e com uma puta dor de cabeça.

 Levantei-me e fui em direção ao banheiro. Tomei um banho demorado e por incrível que pareça eu demorei a lembrar que Alice Ficcher estava possivelmente dormindo em minha sala. Ou eu estava louca, ou era um sonho. Apenas tentava me forçar a achar aquilo normal. Ela ainda me deixava muito, muito nervosa. Talvez pelo fato de termos passado anos e anos num ping pong. Ela em cima e eu correndo dela.

Após me trocar, escutei vozes vindas da cozinha, então me dirigi até lá devagar, tentando ouvir algo que pudesse ser significativo. Mas não, meu irmão e Alice falavam sobre bares e festas da faculdade:

- Acordou, finalmente! - Disse Bryan, enquanto olhava para Alice, que estava fazendo café.

- Então não era um sonho. - Falei, sorrindo e olhando para Alice.

- De repente virei seu sonho, Bucker? - Respondeu ela, enquanto colocava café em uma xícara. - Brincadeira mas não sabia que você estava tão ruim assim a ponto de achar que teria sido um sonho.

- Eu demorei a assimilar. - Respondi, devolvendo um sorriso meio amarelo.

- Antes que comecem com as piadinhas, quero saber como você veio parar aqui nesse prédio - disse Bryan , sentando na mesa e tomando um gole de café.

- Pois é, é uma pergunta muito interessante.

- Vocês não acreditam no acaso, é isso? - Riu Alice - Não tem nada demais. Eu aluguei aqui pois ainda não sei se vou continuar em Miami.

- Mesmo? Já terminou a faculdade? - Perguntei, interessada.

- Não, na verdade eu larguei a faculdade de direito e foquei no que eu sempre quis fazer e dei um pulo em Milão. Fiz alguns cursos, participei da semana da moda. Fui em París, também.. E foi isso.

- Uau! - Bryan estava boquiaberto com o que Alice dizia.

- Foi bem arriscado largar a faculdade, não é? - Disse ele - Mas eu fiz o mesmo e fui tocar por aí.

- Que legal Bryan! Eu ouvi mesmo dizer que você estava por aí, tocando com a sua banda. - Os dois sorriam um para o outro. Era nítido que estava tocando uma química ali

- Bom.. - Disse, cortando o clima entre os dois - Eu vou para o meu quarto descansar mais um pouco.

- Mas já? - perguntou Alice.

- Já.. Eu.. Eu só vim buscar uma xícara de café. Vou tomar uns comprimidos e ver se a dor de cabeça passa.

- Ah.. Então tá legal.

Me levantei da cadeira e fui direito para o quarto com a xícara de café na mão. Naquele momento eu ainda não entendia muito bem o motivo pela qual ver Bryan e Alice daquele jeito me causava um certo desconforto.

Assim que eu entrei e sentei na cama, tentei ligar para Rebeca mas por alguma razão o celular dela estava fora de área, então deixei um recado na caixa postal e tomei o resto de café, agora morno, de minha xícara. Ingeri um comprimido para dor e deitei a cabeça no bolo de cobertor que ser formou.

A ressaca estava me matando aos poucos e ao olhar para o teto, notei que ele se mexia bem devagar e que talvez, houvesse resquícios de álcool na minha corrente sanguínea.

Tentei dormir mais um pouco para ver se o mal estar passava, quando alguém bateu na porta e eu já tinha a ligeira impressão sobre aquém era:

- Posso entrar? É a Alice. - E eu estava certa!

- Pode sim - respondi, sentando na cama. Alice abriu a porta, com delicadeza. Olhando pela fresta para se certificar de alguma coisa.

- Bucker, eu já estou indo embora. Tenho que visitar meus pais. E o chaveiro já trocou a fechadura da porta. - ela disse, sorrindo.

- Ah... Claro. Espero que tenha dormindo bem e que você tenha se sentido confortável lá na sala.

- Sem problemas - Respondeu ela, se virando. - Você foi uma boa anfitriã. E obrigada pela ajuda.

- Não há de que. - Respondi.

- Bom, então é isso. Eu vou indo. Deixei o cobertor dobrado lá no sofá.

- Eu agradeço... - Disse levantando da cama para acompanhar ela até a porta. Ao chegar lá, nos abraçamos e tudo parecia muito estranho apesar de conhece-la desde que eu tinha doze anos de idade. Ela me parecia uma completa estranha.

- Aproveitando... Sei que antigamente eu era um tanto.. Inconveniente. Não quero que tenha essa visão ainda de mim.

- Não, eu sei que em três anos as pessoas mudam. Não tenho essa visão de você, Alice. - respondi.

- Ok.. Podemos ser amigas, se você quiser. Pelo menos dar um oi quando nos virmos no elevador - Alice riu de forma sútil, ela estava mais incomodada do que eu com a situação.

- Claro! Eu concordo muito.

- Então até mais. - Ela disse, se virando e indo em direção no final do corredor. Ela olhou para trás assim que tocou no botão de subir. E eu a olhei até que a porta de fechasse. Era estranho mas a presença dela me causou algo bom, dali poderia nascer uma bela amizade.

Ao voltar, vi Bryan sentado na frente do computador na sala de estar. Ele parecia estar muito focado naquilo que fazia e quase não notou que eu o olhava, até que cheguei mais próxima dele; sentando-se ao seu lado:

- Gostou dela?

- Oi! - ele perguntou, sua cabeça parecia estar longe.

- Alice.. Você gostou dela? - Bryan riu de forma irônica.

- Talvez...Mas não tenho chances. Vai por mim.

- Por que diz isso? Vocês conversaram sobre algumas coisas?

- Sim mas não vem muito ao caso, Liv.

- Ah. Tudo bem, então.

- Já falou com a Rebeca hoje? - Ele perguntou, mudando completamente o foco da conversa.

- Parece que o celular dela está fora de área, então, vou tentar mais tarde. Agora eu realmente preciso que essa dor de cabeça passe ou eu vou enlouquecer.

- Já tomou remédio?

- Já sim... Ótimo. Tem sorvete no congelador. A gente não conseguiu chegar e assistir o filme. Quer fazer isso mais tarde? - Bryan era um irmão muito carinho e deveras grudento mas para um aquariano aquilo era muito raro de se acontecer. Quase impossível, eu diria.

- Claro. Vou tentar dormir um pouco e nos vemos mais tarde. Pode ser?

- Pode ser. - ele disse, beijando a minha testa. Levantei e fui em direção ao meu quarto mas antes que eu pudesse sair da vista, Bryan chamou a minha atenção para ele com um "Ei". E ao olhar em sua direção ele soltou uma frase muito arrebatadora :

- Você é uma mulher de sorte. Apenas isso.

Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )Where stories live. Discover now