Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )

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Olivia Bucker -

Passaram algumas semanas e Bryan viajou para o Brasil até a empresa de nosso pai. Rebeca ainda não tinha chegado de viagem e Alice ainda estava me visitava com muita frequência.

Não sabia ao certo meus sentimentos em relação a tudo isso mas sabia que estava sendo um tanto sufocante pensar.

Tinha dias em que eu me sentia extremamente bem tendo Alice por perto, mas tinha dias em que eu sentia uma falta enorme de Rebeca. Acho que tudo isso só iria se resolver mesmo quando ela voltasse e quando colocássemos tudo a mesa:

- Ele vai voltar, Liv.  - Disse Alice, sentando-se ao meu lado. Bryan e eu havíamos brigado dias antes dele ir viajar, eu não concordava nem um pouco com a decisão dele e me preocupava o fato dele seguir os passos de meu pai. Não queria que meu irmão se tornasse ele, de forma alguma.

- Ele fez a escolha dele! Bryan sempre quis exatamente o que meu pai é, era inevitável . - respondi. - Mas admito que isso me deixou muito triste.

- Então deixa ele seguir com o que ele quer, não precisa ficar assim e, se precisar, eu estou aqui com você!

- Eu sei que está! - Disse, olhando para os olhos dela. - Você tem me ajudado bastante com tudo. Em todos os aspectos eu... Eu não sei nem como agradecer.

- Imagina.

- Não! É sério, eu sei que não fui legal com você quando éramos mais novas.

- São águas passadas, Liv. Tudo mudou e eu nem penso mais naquele tempo.

- Mesmo?

- Claro. Somos boas amigas agora, não é?

- Somos sim.

Alice parecia sorrir com os olhos todas as vezes que nós conversávamos. Ela era realmente linda, tanto por fora quanto por dentro. Era incrivelmente doce e meiga, e sua vontade de estar ao meu lado ultrapassava qualquer problema que se apresentasse. Ela lutava por mim sem pedir nada em troca.

Somando todos os dias em que ela esteve comigo até agora, ela foi me ganhando a cada "Bom dia" que ela me dava ou a cada noite que chegava ao fim. Não era muito difícil de se apaixonar por alguém assim, mas querendo ou não, o meu "amor" por Rebeca atrapalhava-me a me entregar de coração ao meu novo sentimento por Alice.

Ela foi a mulher que eu pedi a Deus em minha vida. Ela com certeza despertava o melhor de mim e eu era com ela o que eu nunca fui com ninguém. Às vezes, isso me assustava com aquilo pois eu nunca pedi para acontecer o que estava acontecendo.
São coisas que daqui para frente, eu nunca iria me esquecer...

Minha vida inteira, fugi de supostos sentimentos que nunca senti, queria evitar o que não havia acontecido, queria me privar de emoções sem saber se eram boas ou ruins. Passei minha vida inteira fugindo de algo que nem ao menos sabia se eu ia gostar.

Passei por vários momentos em que eu segurava tudo e ficava a tarde inteira esperando chegar em casa para entrar no banheiro e poder desabar. Quantas e quantas vezes saí com os olhos vermelhos e dizia que era irritação, não aceitando o que estava acontecendo comigo. Saía do banheiro com a esperança de que nunca mais iria sentir aquilo de novo, e, olha que engraçado, eu estava na mesma situação no outro dia. Isso acabava comigo, pois minha esperança ao fim do dia morria, mas como o sol que nasce todos os dias, eu também resolvi nascer a cada manhã, com novas esperanças e novos objetivos, o que não adiantou nada.

Isso me animou um pouco, mas sei lá, tinha algo que gritava mais alto por trás da minha armadura (sim, eu uso uma armadura, mas não sou uma guerreira) que de fato sempre perdia minhas batalhas para eu mesma. Como pode um país deixar seu soldado mais forte e temente sair para a guerra com o coração ferido? Acho que a vida nos propõe isso, ela quer que saiamos para a guerra machucados ou coisa igual.

Eita vida que é uma caixinha de surpresas: a menina que faz todos rir e que está sempre com um sorriso no rosto é a mesma que molha o travesseiro com suas lágrimas, ou aquela que chora na hora do banho para que ninguém desconfie. É, minha querida, essa menina sou eu. Não, isso não é legal, pois de alguma maneira, o sentimento que tem em mim é a solidão de nunca ter vivido o que a vida tinha me proporcionado, solidão por não ter vivido uma grande história de amor e a única que tive foi curta, mas proporcionou uma dor imensa.

Bom, mesmo com tudo isso que me aconteceu, (ou não aconteceu) ainda continuo pensando que eu, Olivia Marie Bucker, devo continuar a ver o lado bom da vida. Aproveitar os momentos bons, pois momentos ruins vão existir em minha vida inteira, mas oro a Deus para que meus momentos bons sejam maiores e mais eternos que tudo e, por incrível que pareça, Alice Ficcher sempre vai ser aquela que vai tirar todas as coisas ruins da minha vida e também dar todo um sentido novo a ela. Mas Rebeca eram quem tinha o meu coração. Era horrível sentir que eu estava traindo isso, mesmo que nada tivesse acontecido ainda. Mas meu coração traia, traia todos os dias em que eu olhava para Alice e o sentia quase saltar para fora.

Por sorte, meu celular tocou me arrancando daqueles pensamentos e fazendo com que eu voltasse a tona;

- Alô?!

- Quem é viva sempre aparece, não é?

- Marco? - perguntei.

- Senti sua falta, Olivia. Por onde anda?

- Querido, só fazem um mês que não nos vemos.

- Isso é muito tempo, mulher! - retrucou ele.

- Quanto drama!

- Gata, vamos sair hoje? Não aguento mais escutar a Kimberlly reclamar dos caras que ela beija e da ex que está em Nova York...

- Claro, passo aí mais tarde com a Alice e damos uma volta.

- Fechado. Nos vemos a noite.

- Beijos, Marco. Até mais tarde.

Com todos esses ocorridos, não vejo Marco, Kim e Liam com a mesma frequência que os via antes, então temos muitos assuntos pendentes:

- Está a fim de sair com a gente? - Perguntei, olhando para Alice - Quer dizer, eu já te introduzi nisso sem ao menos te perguntar. Mas é claro que você pode dizer não, se não quiser.

- Claro, Liv. Quer dizer, eu tinha combinado de sair com uma garota mas eu digo a ela que precisei cancelar por algum motivo.

- Olha só! - exclamei. - Uma garota, é?

- Não é nada demais.

- Bom, como eu disse, você vai só se você quiser. Não quero atrapalhar seu encontro.

- Você nunca atrapalharia nada. E eu quero ir, sim. - ela respondeu. - Aliás, estar com você é bem melhor do que ir a qualquer outro lugar.