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A volta para a casa foi mais difícil do que eu pensei que seria, o tempo todo eu me sentia sozinha apesar de ter a Rebeca agora cuidando de mim todos os dias, o que fez com que Alice ficasse mais longe por algum motivo.
Apesar da minha insistência em saber o o por que ela não me respondia enquanto estava em Orlando, Rebeca nunca falava nada sobre. muito pelo contrário, vivia mudando de assunto da forma menos discreta o possível. Talvez ciúmes ou algo assim.

Em uma certa noite, quase uma semana depois de eu ter tido alta do hospital, após um banho demorado, Rebeca pediu para que eu fosse até a cozinha. Ela havia preparado um jantar, para  a minha surpresa. Era um macarrão a carbonara, receita famosa nas festas de fim de ano da família Grabel. Onde continha nozes e um toque de flor de sal rosa. O diferencial deles:

- Você cozinhou? - Perguntei, olhando para tudo, surpresa pelo gesto. 

- Achei que a gente merecia uma comida mais requintada. Senta, amor. - Ela respondeu, apontando para a cadeira. Sentei-me ao lado de sua cadeira, abri o vinho que estava em minha frente e servi as nossas taças. Após dar um gole da bebida, desconfiei um pouco daquilo.

- Pode me dizer o que estamos comemorando? 

Rebeca se sentou e respirou fundo antes de começar a dizer o que realmente queria:

- Não queria falar por agora mas eu não consigo mais adiar isso.

- Adiar o que, Beca?

- Eu vou me mudar de Miami, o meu chefe me inscreveu na vaga de gerente de hotelaria. 

- Você me disse isso no telefone...qual é a novidade? 

- A novidade é que não é aqui na Flórida. - Rebeca disse, com os olhos já marejados. Ela me olhava trêmula.

- É a onde? 

- Nova York. - Rebeca respirava fundo após dizer a verdade impactante. Aquela novidade não me fazia nenhum sentido. 

- Como é? Como assim...nova york? - Eu não conseguia acreditar. - Me responde!!

- O hotel é uma filial de Nova York, e para que eu ocupe a vaga, preciso fazer um curso extensivo de 7 meses. - Rebeca respondeu, ela aproveitou para pegar em uma das minhas mãos e aperta-la o máximo que conseguia naquele momento. - Eu não quero abrir mão do meu sonho... por ninguém.

- E você está terminando comigo... - Eu a encarava. Era difícil de entender. - Você não pensou na possibilidade da gente...

- O que? Namorar a distancia? - Ela alterou a voz - Você acha que conseguiria, Olivia? Mal suportou o fato de ficar 30 dias longe de mim. Nova York não é aqui do lado, é mais de mil quilômetros. 

- Eu iria até lá... por você, Rebeca... eu iria onde você fosse. - Eu disse. - Mas você não quer, não é? - Rebeca soltou a minha mão, e olhou para o chão ficando em silencio. - Entendi... - Estava claro como a agua. 

 Na mesma hora me levantei da mesa, indo em direção ao meu quarto. Eu chorava quieta mas não deixava com que ela soubesse que eu estava magoada. Coloquei um par de tênis e uma jaqueta jeans que estava pendurada na porta do meu closet e voltei para a sala. Rebeca ainda estava do mesmo jeito, com o olhar perdido, sem dizer uma única palavra. Parei bem a sua frente e disparei a ela:

 - Eu fico feliz por tudo o que tem acontecido na sua vida. Eu só queria fazer parte disso tudo porque eu te amo e eu só quero tudo oq eu você quiser, mas está na cara que você não teve coragem de me dizer que eu não tinha espaço nessa sua nova vida. Espero que você seja feliz. 

- Eu estou indo embora amanhã, vou passar na casa dos meus país antes. - Ela disse antes de eu colocar a mão na maçaneta da porta. Eu não queria mais ficar ali.

- Deixe a chave na portaria depois que sair. - Foi a última coisa que eu disse antes de sair, ganhei o elevador com a mão no rosto o sentindo extremamente quente. Eu chorei os poucos segundos que restaram antes de chegar na garagem do apartamento. Ao entrar no carro, continuei chorando por uns minutos antes de sair dali. 

Assim que eu me recompus, fui dirigindo até o Morningside Park, na encosta do mar. Talvez aquele seria o meu segundo lugar favorito no mundo. Onde eu podia sentar nas pedras e olhar a paisagem. Depois de algumas horas ali, apenas observando alguns barcos que passavam por ali, fui interceptada por uma garota ruiva, que eu nem vi chegando. O que me fez tomar um susto: 

- Não é perigoso pra uma moça bonita ficar aqui sozinha, uma hora dessas? - Ela perguntou, me olhando com um sorriso de canto.

Eu ri de forma sútil mas sarcástica:

- Na qual conjuntura a qual eu me encontro, nada poderia piorar no meu dia.

- Pé na bunda? - Ela perguntou, sendo cirúrgica.

- Pé na bunda. - Eu respondi, pegando um pedrinha que estava do meu lado e tacando no mar.  

- Quem foi o idiota? 

- Uma garota linda a qual era minha noiva a mais de 3 anos.

- Uau!! O que é pior ainda. Pé na bunda de mulher bonita é sempre difícil de assimilar.

- Pois é. - Disse, de cabeça baixa. 

- Eu sinto muito...hã....?

- Olivia!

- Eu sinto muito, Olivia... A minha última namorada foi uma babaca, também. Ficava comigo mais era afim de outra garota. Ela não tinha coragem de admitir isso.

- Ela te traiu? 

- Não, até porque a garota que ela afim, era mais velha e do tipo Regina George, sabe?! - Respondeu a garota ruiva, se sentando ao meu lado. - As pessoas não medem esforços para nos magoar.

- Ai elas seguem em frente, sem se importar com a bagagem que deixam para trás.- Completei. 

- É exatamente isso. - Ela olhou sorrindo para mim. - E o que fez você vir até aqui? Quer dizer, por que aqui?

- Minha mãe me trazia aqui quando nós nos mudamos para cá. A vista sempre me acalmou. - Eu respondi - E você? O que faz aqui?

- Estava trabalhando e parei pra comer um cachorro quente aqui. o do Arl's é o melhor de toda a cidade. 

- Concordo! O de presunto de parma e queijo brie é o meu favorito.

- NÃO BRINCA! - A garota disse entusiasmada - É O MEU TAMBÉM. 

- Sério? NÃO!!

- Te juro - Nós duas rimos. - Eu posso te pagar um qualquer dia desses?

- Eu vou adorar. - Disse, ela parecia ser divertida. a ruiva olhou para o relógio e se levantou dizendo que precisava ir embora. 

- Te vejo por ai. - Ela disse.

- Você ainda não me falou o seu nome.

-É Acaster... Megan Acaster. 

Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora