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E parecia mesmo, porém eu gostava muito de ficar sozinha, de assistir TV, tocar um pouco de piano e pensar na vida. Nos problemas. 
Sempre gostei de "me entender" e fazia isso quando não tinha ninguém por perto.
Ao parar para pensar em tudo o que estava acontecendo, lembrei-me do quanto eu estava preocupada com Rebeca.

 A cada dia que se passava, parecia que estávamos mais distantes. Ela não me ligava, quase não me atendia. Era fria, seca e parecia triste. O que era pior... Em contrapartida, Alice estava cada vez ais próxima e eu pensava no que Kimberlly havia me dito, parecia tão simples... ser espontânea...Verdadeira. 

Assim que levantei da cama, notei que eu realmente não estava bem. A dor na cabeça era diferente, mais forte do que o de costume. Passei as mãos no rosto, tentando enxergar com a visão turva que se fazia aos poucos. Fui me arrastando até a sala, alguma coisa estava errada. 

Sentei me perto da janela e fixei na paisagem de Miami. Com o pouco de forças que eu tinha, mandei uma mensagem para Liam dizendo que eu estava passando mal  pois eu estava com um pouco de tontura, sem ao menos vero que ele havia respondido, acabei pegando no sono.

Um sonho invadiu minha dor e meus pensamentos,  comecei a sonhar com algo estranho... Eu estava em uma cidade diferente e o tempo todo eu só via Rebeca abraçada com alguém e, no sonho, ela me olhava e pedia perdão. E esse sonho durou pelo menos 3 horas, sempre a mesma coisa.

- Liv... - Senti um leve toque em meu rosto - Liv... - Um tapa um pouco mais forte.

- Liam?!

- Olivia, você está pálida... Você está bem? - Perguntou ele, passando a mão em meu rosto.

- Eu... Eu não sei... A minha cabeça está explodindo... Me... ajuda.

- Você está ardendo em febre! - Ele ia ficando cada vez mais desesperado - Vou te levar para o hospital. Não dorme, tá? Fica acordada, por favor...

Sem forças, eu não consegui questionar algo. Liam me pegou no colo e desceu escada abaixo comigo até seu carro, e de lá, me levou até o hospital mais próximo, e então eu acabei desmaiando e não vi mais nada, apenas alguns flashes e vozes aleatórias em minha cabeça.

Abri os olhos lentamente e, com a visão meio embaçada, vi Liam e Kimberlly em um quarto. eu estava no hospital.  Kim estava sentada com a cabeça baixa e Liam estava falando com alguém no telefone. Seu tom de voz era meio preocupante, o que me deixou extremamente apavorada.

- O que aconteceu? - Perguntei, meio grogue. 

- Liv... Nós precisamos conversar. - Disse Liam, sentando ao lado da maca e pegando em minhas mãos. - Fico feliz por você ter acordado.

- Tá, o que foi?!

- Com licença. Posso entrar? - Disse um médico ao abrir a porta, nos interrompendo.

- Claro. - Respondi.

- Olivia Bucker, meu nome é Doutor Clark Molina - O médico se apresentou, me cumprimentando com um aperto de mão. - Sou eu quem está cuidando do seu caso.

Liam, sem sequer esboçar alguma reação, se levantou e sentou ao lado de Kimberlly, a abraçando enquanto os dois olhavam para o médico com cara de preocupados.

- Então, Dr. Clark, o senhor pode me dizer o que aconteceu comigo? 

- Vou ser direto. Você está com um coágulo sanguíneo no lado esquerdo e na parte interior do seu cérebro. É instável e, com cuidados especiais e controlados, pode não ser perigoso, desde que o coágulo não se expanda e estoure, provocando um derrame cerebral. Eu sinto muito. - Lamentou o médico. 

Claro que eu não tinha muito o que falar, eu só conseguia pensar em... Na verdade, em nada. Eu já esperava, pois tenho dores de cabeça desde sempre e remédio nenhum fazia passar aquilo.

- Eu... não sei o que dizer... na realidade, venho me sentindo estranha a alguns anos. Eu meio que sabia que tinha algo de errado.

- Você é jovem, senhorita Bucker, as chances de operação bem sucedida são de 80%. Tenho certeza que você ficará bem. 

- Então quer dizer que tem solução para isso?! - Perguntou Liam, limpando as lagrimas.

- Com certeza, o estado clinico da senhorita Bucker é estável. Como eu disse, a porcentagem de tudo sair bem é muito alta.  - O Dr. Clark dizia, de modo firme e convicto.

- Quando será a operação, Doutor ? - Perguntei, esperançosa. 

- Consegui te encaixar para amanhã cedo, o seu caso exige uma certa urgência. Precisamos sermos rápidos em tudo. Sem esperarmos muito. - Ele respondeu. - A enfermeira deve avisar a pessoa responsável por você. 

- Responsável? Mas eu já sou maior de idade. 

- Mas da mesmo forma, precisamos informar alguém da família, quando o procedimento é de risco, mesmo que leve...bom, descanse bastante hoje. Tenho uma cirurgia no terceiro andar, se precisar de algo, chame a enfermeira. Até amanhã, senhorita Bucker. - Disse ele olhando para mim, saindo pela porta.

- Até mais, Doutor.

É claro que eu estava chocada, mas não queria parecer fraca. Kimberlly já estava chorando e olhando para mim com aquela cara de dó. Odeio essa cara.

Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )Where stories live. Discover now