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A conversa e a distração foram tão boas que eu esqueci o perigo que era estar naquela faculdade justamente no dia de hoje

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A conversa e a distração foram tão boas que eu esqueci o perigo que era estar naquela faculdade justamente no dia de hoje. Pois 70% das pessoas que estudam aqui estavam presentes naquela festa, então eu fiquei um pouco nervosa ao chegar e estacionar o carro em frente a faculdade.
Descemos do carro e vimos meu namorado descendo do ônibus, que estava do outro lado da rua. Subimos a escada correndo e entramos na sala de aula sem sequer olhar para os lados .

Quando dei por conta, um grupo de garotos gays sentou ao meu redor.

- Liv, Liv! Arrasou hein, gata.

- Como é?

- Todos já estão sabendo sobre a festa e as que calçam 44 estão doidinhas atrás de você. Cuidado, hein! - disse Marco, enquanto passava rímel nos olhos.

- 44? O que ?

- Sapatão, Olivia. - Marco respondeu.

- Nossa... isso é tão pejorativo. Sério, Marco. Ninguém mais fala assim.

- Me desculpe se eu te ofendi, querida.

- Não sei do que está falando, Marco, e agradeceria se você e o resto de sua trupe saíssem da minha frente. Obrigada.

- Ui...Relaxa, Olivia. Isso vai te deixar mais popular do que já é, o que é bom para você e para nós.

- Por que isso seria bom para vocês?

- A "grande" Olivia Bucker teve uma experiência lésbica. Todos vão começar a ver isso de uma forma diferente, vão começar a nos respeitar. Até porque, você é uma de nós, agora.

- Não tem ninguém grande aqui... e se vocês querem algo "bom" poderiam começar parando de usar termos ofensivos sobre a própria comunidade. Qual é o problema com vocês? - Perguntei, irritada.

- Uma lésbica ativista... Eu adorei. - Respondeu ele, piscando. - Uma hora ou outra, nós seremos grandes amigos e vamos frequentar uma boate LGBTQ que tem no centro de Miami. Você vai ver, essa cidade vai ser pequena para nós dois.

- Não vejo a hora, hein!? - Disse, ironicamente. - Terminou ?

- Sim... Tenho que ir, fofinha. Até mais. - Ele piscou.

Lancei um olhar esnobe à Marco, que saiu caminhando pela porta enquanto eu passava a mão no rosto, não acreditando no que estava acontecendo. Eu estava sendo tachada de lésbica sem ter feito nada e o pior é que eu nem sabia quem é que estava espalhando isso. Na verdade, eu tinha uma vaga ideia. Achei que talvez poderia ser a Rebeca, pois ela tinha sido a única que viu... Quer dizer, ela não tinha visto, mas achava que sim.

Peguei o celular para mandar mensagem para a Emma. Queria conversar e tirar algumas dúvidas, apesar de serem 08:00 da manhã e ela talvez não viria para a faculdade.

Após a aula, eu e a Kim saímos pelas portas do fundo para não corrermos o risco de encontrar o Rayn e começar uma discussão desnecessária. Peguei o carro e fomos até a casa das Grabel's, mas parecia que não havia ninguém em casa. Não tinha nenhum carro e a casa estava silenciosa.

- Acho que não tem ninguém, Liv. Vamos embora, ainda temos que fazer o trabalho sobre marketing.

- Ok, vamos... - respondi, caminhando de novo até o carro.

Por um lado eu estava aliviada por não ter que enfrentar Rebeca nos olhos, por outro eu estava um tanto decepcionada, pois uma parte de mim queria contemplar daquela beleza novamente.

Ao chegar em minha casa, Kim e eu fomos direto para o meu quarto para fazermos o bendito trabalho. Por mais que eu gostasse de estar em uma faculdade, nunca me ocorreu cursar Marketing. Já que desde criança eu ouvi que eu tinha um certo dom para a indústria musical, eu sempre gostei de cantar e modéstia parte, eu cantava muito bem.

Enfrentar meus pais e a fúria de um homem que pensava apenas em dinheiro era um tanto desnecessário, admito. Me poupou de inúmeras discussões sobre o meu futuro. Não era o que eu queria mas eu ainda era nova, com certeza um dia eu faria aquilo que eu amava.

Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )Where stories live. Discover now