Only Wolf 1 - Viver, Amar E Sofrer ( NOVA VERSÃO )

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Bem longe no meio do meu sonho, eu ouvia uma voz e alguém me cutucava de forma irritante:

- Sua otária, acorda logo. - Disse a voz - Preciso que você me conte uma coisa. ANDA - A pessoa insistiu.

Abri os olhos e, sem enxergar direito, dei um pequeno sorriso ao ver quem era :

- Kimberlly, me deixa dormir, pelo amor de Deus. - Disse com a voz sonolenta.

Kimberlly Parker era minha melhor amiga. Ela era linda, cabelos verdes, cheia de tatuagens, adorava o Kurt Cobain, era baladeira e me aguentava desde os nossos 12 anos de idade. A amiga perfeita. Tínhamos até uma tatuagem em comum: um lobo no braço que simboliza nossa independência.

- Chegou de viagem e nem me falou nada?! - Perguntei, levantando da cama e sentando em minha escrivaninha ainda atordoada.

- Eu não tive tempo pra nada, foi mal. - Respondeu Kim. - Queria ter vindo aqui mas eu estava morta de cansaço.  Preferi comer alguma coisa e capotar.

- Você perdeu o primeiro dia de aula, já.

- E foi... divertido?

- Foi péssimo! - Respondi revirando os olhos. - A faculdade é um porre.

- Eu ainda to me perguntando o porque resolvi fazer faculdade... mais seis anos de pura tortura. Me diz... por que mesmo eu tenho que me formar economia? Nem disso eu gosto. - Rimos, concordando.

- Se eu soubesse que você tinha chegado ontem, eu...

- Teria me chamado para participar do seu ménage na festa das Grabel? - Disse ela, me interrompendo.

- Oi? Que ménage? - Perguntei, já um pouquinho desesperada.

- Todo mundo está sabendo, Liv. Até seu namorado. Eu não sabia que você curtia uma briga de aranhas, pois se eu soubesse, teria entrado na fila.

- Ha ha ha - Eu ri, com um tom de sarcasmo. - Sério, não foi isso o que aconteceu.

- E como foi, então? Porque, sinceramente, eu fiquei bem puta da vida por você ter me escondido que era bi, lésbica ou sei lá.

- Eu não escondi nada.. Aí... kimberlly, é um pouco complicado.

- Então descomplica...

Enquanto me trocava, eu contava o que tinha acontecido na festa para ela, inclusive a minha suposta queda pela Rebeca. Kim, tentou ao máximo só ficar ouvindo, sem dizer nada sobre o assunto. Ela tentou absorver às informações antes de tirar alguma conclusão.

Após eu escovar os dentes, descemos até a cozinha para pegarmos café e irmos para a faculdade. E minha mãe, como sempre, já estava na cozinha :

- O atraso vai virar rotina, Olivia? - Perguntou ela, com uma xícara de café em sua mão.

- Prometo que agora que estou aqui, isso não vaí ser mais um problema, Sra Marie. - Disse Kimberlly, sorrindo.

- Vê se dá um pouco de juízo para essa garota, Parker. - Disse ela, dando um gole em seu café.

- Pode deixar comigo!

Saímos lá fora para pegar o carro e demos de cara com a Alice na minha porta.

- Bucker, só vim agradecer por ter me ajudado na festa. O Allan disse que você cuidou de mim.

- Não foi nada, Ficcher. Está tudo bem.

- Me des..

- Olha queridinha, nós estamos atrasadas. Um outra hora a Olivia fala com você, ok? - Disse Kimberlly, enquanto me empurrava para o carro. - Tenha um bom dia, Alice.

Passamos por ela e entramos no carro. Kim não parava de fazer piadinhas sobre o ocorrido, mas fazer o quê? Até que foi engraçado, só não sabia como iria enfrentar o meu namorado e o resto das pessoas que deviam estar achando que eu era uma maníaca sexual que pega menores bêbadas.

kimberlly o tempo todo tentou me convencer que estar confusa com a minha sexualidade era algo normal, e explora-la não era um bicho de sete cabeças. Até tentei levar em consideração a sua experiência no assunto, já que desde pequena ela era assumida para sua família e que acolheu a ideia de uma forma tão natural que parecia coisa de outro mundo.

Eu invejava isso em Kimberlly, por mais que parecia que ela tinha um parafuso a menos, eu sempre soube que a força e coragem eram um de suas principais qualidades.

Por todo o trajeto nós rimos e tentávamos bolar algo caso Rayn viesse todo furioso atrás de mim por conta do meu "ménage". Eu sentia meu coração batendo freneticamente só de pensar no que ele estava pensando sobre mim.

Eu não tinha medo dele, só talvez não queria ter uma respostas pronta caso ele me questiona-se sobre minha sexualidade. Não que ele, necessariamente, acharia ruim se eu fosse bissexual. Até porque os homens tem aquela leve ideia de transar com duas garotas ao mesmo tempo :

- Sabe o que me surpreendeu, nessa história toda? - Perguntou Kim, me olhando.

- O que?

- Que a sua mãe ache que eu tenho mais juízo do que você.

- Se ela soubesse que eu é que seguro o seu cabelo quando você vai vomitar.... - Disse, debochando.

- Mas vamos manter as aparências, né.

(Kimberlly Parker na foto acima)