After The Storm [TERMINADA]

XXVII

Samantha

Será que devo bater? Afinal, não quero ver o que não deveria. Mas eu também moro aqui agora, e Noah sabe disso, ele não iria estar transando no meio da sala, não é? Bem, vindo dele eu não dúvido de nada!

Estava, ao que parece, 10 minutos parada na frente da porta do apartamento, em um dilema interno sobre entrar ou bater. Por fim, resolvo só entrar, acho que seria estranho eu bater, e também não a nada ali que eu já não tenha visto, possua ou já não tenha feito.

Vazio, era assim que se encontrava o ambiente: Escuro e Vazio. Talvez os dois "pombinhos" tenham saído... De qualquer forma, melhor para mim!

Caminho relaxada pela casa, era confortante ter um tempo sozinha para pensar, e eu tinha mesmo que fazer tal coisa. Ainda estou meio chocada com a informação que recebi sobre Ana, não sei nem o que fazer. Eu, praticamente, criei Sarah sozinha, e sei o quanto é difícil se manter forte o tempo todo por alguém, sentir que tem o dever de estar sempre lá pra essa pessoa, feliz e bem, totalmente disposta a satisfazer os desejos e necessidades de um ser tão pequeno que não sabe nem comer sozinho ainda. É uma grande responsabilidade!

Peguei uma camisa de Noah que estava no meu quarto. Sim, ousadia da minha parte, mas não posso fazer nada se as suas blusas são mais confortáveis que as minhas! Abri a gaveta e separei uma calcinha box. Entrei no banheiro, me despi e fui pro chuveiro.

Depois de um dia tão cheio de emoções, a melhor coisa a se fazer é se banhar com água fria, que era ruim no começo, mas quando se pega costume e se sente relaxar cada músculo do seu corpo, vale a pena!

Não demorei muito no banho, pois minha barriga fazia questão de dar sinal de vida. Eu não comi nada hoje a não ser um pedaço de bolo de manhã, necessito urgentemente de alimento!

Vesti a camisa e a calcinha, saindo do quarto e indo até a cozinha. O que vou fazer para comer?... Tem que ser algo prático, pois estou com preguiça, mas com sustância para eu não desfalecer. Por fim, decido optar por um macarrão.

Pego os ingredientes e coloco a água para esquentar, enquanto pico os temperos para o molho. Acho que vou cozinhar algumas salsichas! Pego as mesmas e as coloco em uma panela.

Onde será que Noah está? Já são 9 horas da noite, o que ele poderia estar fazendo? Certo, não é tão tarde assim, mas eu não deixava de ficar curiosa.

Algo ainda me intrigava: Qual seria a motivo de Ana sentir que não deve contar ao namorado que está grávida? Eu entendo que seja algo muito delicado e grandioso, mas ele não iria a chutar, não é? Não... É, não! Quer dizer, nunca havia tido uma conversa inteira com seu namorado, mas ele não podia ser tão babaca assim! Afinal, é o namorado dela a mais de 2 anos e irmão do Brandon, que era a pessoa mais amorosa e gentil que eu conhecia!

Pus o macarrão na água fervente, despejando um pouco de óleo por cima, para evitar de grudar um no outro. Isso era muito estranho! Tem que ter um motivo concreto para Ana estar tão convicta a não dizer.

Me assustei com o barulho da porta batendo. Merda! Duas vezes no mesmo dia! Noah não sabe chegar direito? Ouvi seus passos se aproximando, mas não me dei ao trabalho de olhar, estava mais preocupada em terminar meu molho.

- Minha camisa?!- Sua voz ecoou um pouco embolada e grave. Dirigi minha atenção a figura desarrumada e cambaleante que estava se apoiando no batente da entrada da cozinha.

- Você está bêbado?- perguntei ao sentir um forte cheiro de álcool.

- Não...!- ficou sério por um tempo, antes de começar a rir.- Talvez eu esteja um pouquinho assim:- juntou os dedos quase colados para indicar a porcentagem.