After The Storm [TERMINADA]

XVII

Me encarei no espelho e observei o chupão ainda presente ali, mas não estou preocupada com isso agora!

Abri a torneira e peguei um punhado de água, o despejando no meu rosto em seguida. Tornei a me encarar no espelho, a água pingava do meu rosto molhando todo meu vestido. Que merda eu fiz?

Escutei a descarga e uma garota saiu de uma das cabines, a mesma me encarou pelo espelho por uns segundos antes de sair do banheiro.

Podia jurar que estava chorando, mas não tinha certeza se eram lágrimas ou somente a água isso que escorria pela minha face.

O que eu tinha na cabeça em pedir aquilo para Noah? O que vai acontecer agora? E se Felipe descobrir? E se Noah não quiser mais falar comigo por algum motivo? Eu vou ficar nervosa perto dele! E se alguém perceber? Que merda! Você não tinha que ter feito isso... sua burra.

Sequei meu rosto com a barra do vestido e entrei em uma das cabines, fechando a porta e me sentando na frente da privada. Escondi meu rosto nas minhas pernas e agora sim tinha certeza que eram lágrimas que escorriam.

Não devia ter feito isso! Eu nem merecia mesmo... Sarah pode estar sofrendo e eu nem ao menos estou me dando ao luxo de tentar procurar! Pelo contrário, estou por aí sendo masturbada e tendo orgasmos. E pior, ter gostado!

Isso! Irei começar a procurá-la, e vai ser agora! Não passo mais um segundo sem minha atenção ser focada somente a ela.

Me levantei, saí rapidamente do banheiro, e corri em direção a saída da escola.

Mas o que eu ia fazer? Pra onde eu iria? Como eu vou encontrá-la? New York é enorme, isso se ela ainda estiver em Nova Iorque!

- Samantha?- Ouvi uma voz me chamar, e estremeci ao imaginar quem seria. Não quero falar com ele agora, não tenho tempo pra isso!

Continuei caminhando sem olhar pra trás, ignorando totalmente aos seus chamados. Cheguei a rua e olhei para os lados, pra onde eu vou? Direita, acho que direita! Estava andando quando fui puxada pelo braço.

- O que é isso? Vai me ignorar agora, porra?- Noah me parou, olhava dentro dos meus olhos com intensidade, ele parecia possesso. Estremeci.

- Não estou!- Disse de maneira convicta, arrancando uma risada de fundo de garganta dele.

- Claro que não! Só continuou andando enquanto eu a chamava, mas claro, era coisa da minha cabeça!- Debochou.

- Pois deve ser mesmo, porque eu não estou ignorando ninguém!- Cruzei os braços e me apoiei em uma perna.

- Você é inacreditável!- Indagou passando as mãos pelo cabelo.

- Se é só isso, eu já estou indo, tenho mais o que fazer!- Me virei mas fui interrompida novamente.

- Só não esqueça que foi você que me pediu para te masturbar! Então agora não vem me tratar como se eu tivesse te estuprado, porque não foi assim que aconteceu e você sabe disso!- Despejou na minha cara, e de alguma maneira isso me fez lembrar Felipe, e como um gatilho, meu peito apertou, como se mil gigantes se sentassem sobre mim, minha respiração pesou e lágrimas ameaçaram cair.