Prólogo

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ATENÇÃO

Essa história não é mais um clichê apaixonante... Ela aborta temas fortes como depressão, ansiedade, automutilação, assédio sexual e etc. Então se o que você busca é uma história leve, sugiro que procure outra... Claro que vai ter romance, mas vão ter temas mais fortes! E se você não se sente confortável lendo esse tipo de coisas, NÃO LEIA!

Bem, é isso.

Lembrando que esses primeiros capítulos estarão sendo reescritos! Os Revisados vão estar destacados.

Não se esqueçam de votar, e de comentar o que estão achando, pois isso é muito importante pra mim! Desde já, agradeço.

PRÓLOGO

Eu tinha nove anos quando minha mãe resolveu se casar novamente. Tudo parecia bem no começo, mas ao longo do tempo, eu percebi que meu padrasto me olhava de forma diferente. Porém não disse nada, mamãe estava muito apaixonada, e seria uma ironia pra ela.

Passaram-se alguns anos com isso, até que em um dia, eu acordei, no meio da noite, com ele me tocando. E não era um toque paterno ou algo do tipo... Era um toque malicioso. Mas, isso não era possível, não é? O homem que deveria ser meu segundo pai, não faria isso, certo?

Eu o empurrei, e mandei que saísse do meu quarto. Ele saiu pois minha mãe estava presente na casa!

Com o passar do tempo, decidi que deveria contar a minha mãe, e ela me disse que era coisa da minha cabeça... Então eu resolvi esquecer tudo isso!

Ela não acreditava, assim como eu, que Felipe faria esse tipo de coisa... Parece que todos nos enganamos!

Alguns meses depois, minha mãe teve de sair, foi ao mercado. Nesse dia, ele chegou antes do horário normal e me viu saindo do banho. Eu estava entrando no quarto quando ele me empurrou e fez o que fez.

Felipe me ameaçou, e disse que se eu contasse a alguém, minha mãe e minha irmã de 3 meses morreriam... Não me atrevi a duvidar! Estava em choque, não sabia o que fazer, ou o que pensar diante dessa situação! E como poderia? Eu era apenas uma criança. Uma criança que foi arrancada da leveza da sua inocência, uma criança obrigada a encarar uma realidade sombria e assustadora, uma criança que não era mais tão criança assim...

Desde então, vem acontecendo isso, aguentei e reprimi sentimentos durante 3 meses. E eu, no auge da minha ingenuidade, farta disso tudo, contei a mamãe, o que a causou uma visita a um hospital por algumas semanas... Nunca irei me desculpar por tê-la machucado, mesmo que indiretamente.

E foi assim, que em apenas 2 meses, eu e ela começamos a aguentar abusos e mais abusos, hora juntas, hora separadas... Não dá pra descrever em palavras o tamanho da humilhação que eu sentia, e ainda sinto!

Mas ao menos esse monstro tem a decência de não tocar um dedo na minha irmã.

Eu estou exausta, física e mentalmente! Não sei o que é crescer, ou ter uma adolescência normal... Tudo que eu queria era assistir um conto de fadas, com a mesma leveza no olhar de uma pessoa normal da minha idade, de poder comer um pedaço de bolo de chocolate, sem me preocupar com mais nada que não seja ganhar uns quilinhos. De ir a festas, ficar bêbada, e ligar pro ex... Ó, Deus, como eu queria não ser eu! Mas tudo bem, eu já me acostumei.

O que mais me irrita nisso tudo é ter que expor minha irmã, tão nova quanto é, a essa realidade monstruosa. Ela não sabe o que significa ter uma infância, e pra mim, isso é desumano!

Mas o que eu posso fazer? Ele é muito mais alto e forte, se eu tentar qualquer coisa quem vai pagar é minha mãe e minha irmã! E isso eu não me perdoaria... O que me resta é aceitar, e tentar fazer da vida da Sarah, a mais normal possível.

Com muito esforço, o pouco que ainda me restava de força, foi o suficiente pra livrar minha mãe dos abusos. De acordo com Felipe, ela havia perdido o interesse, e estava velha de mais pra se tornar atraente!... Mamãe, no seu auge dos 30 anos, tinha que suportar ser chamada de coisas que eu nunca imaginei que poderia ser direcionadas a alguém.

Com mamãe fora do quarto, pelo ao menos, eu sentia que ela havia melhorado um pouco, e me sentia orgulhosa por isso! Agora ela cuidava das coisas da casa e de Sarah, mas, apesar de tudo, sei que ela também não suporta mais isso!

Quanto a mim, continuo na mesma, presa no meu mundinho que a cada dia se explode mais, se transformando no meu inferno pessoal. No momento, minha maior inimiga é minha mente...

Não acho que eu esteja bem, não mesmo, mas acho que eu tenho que estar, pela minha mãe, pela Sarah e pelo que resta da memória do meu pai...

After The Storm [TERMINADA]Where stories live. Discover now