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Juliette

Eu nem acredito que é o meu último dia das férias de verão. Depois de passar um mês inteiro no Havaí, voltar pra cidade nublada de Rosewood não era muito atrativo. Suspirei na espreguiçadeira do hotel. Observava o mar, enquanto, deixava que o sol queimasse um pouco mais a minha pele, que no final resultaria num ótimo bronze. Estava com fones de ouvido, óculos de sol e completamente alheia a minha família que conversavam algo sobre o qual eu não me interessei.

Era uma viagem em família, meu pai tinha programado as suas férias juntamente com a minha e do Wash – meu irmão mais novo. Fazia muito tempo que não viajávamos juntos. E depois de compartilhar os dias de pura diversão, eu percebi que sentia falta disso... Da minha família reunida. O ruim era a limitação, quando se tem 16 anos de idade, não dá pra fazer muitas coisas com seus pais no encalce, como por exemplo: beber.

A praia estava bastante movimentada essa manhã. Acho que as pessoas estavam se despedindo das adoradas férias. Percebi alguns caras me paquerando, mas ignorei completamente. Homens não faziam parte do meu gosto. Desde que me entendo por gente sabia da minha orientação sexual. E nunca escondi esse fato. Minha família aceitou sem muito drama. Sempre fomos muito unidos, e meus pais buscavam sempre me entender e me apoiar em algumas das minhas decisões, claro que nem tudo eram flores e quando precisavam me castigar, eles faziam.

Durante a viagem... Eu tinha ficado com algumas meninas, mas nada de muita relevância, apenas pra suprir a carência. Uns beijos, e adeus. Não peguei telefone, nem me lembrava do nome. Eu era muito desapegada no aspecto sentimentos, ou... Eu me achava desapegada por nunca ter me apaixonado por ninguém. E também, não sentia pressa. Estou nova.

Modesta a parte, eu sou linda. E sei disso. O meu corpo não era de uma adolescente, e sim, de uma mulher. Minhas curvas eram sinuosas, chamativas... Meus seios médios, meu abdômen definido, minhas coxas eram torneadas. Genética boa. Eu não malhava, ás vezes, corria pra matar o tempo.

Em falar em corrida... Ao longe, vi uma loira correndo na beira da praia. Ela usava um short curto juntamente com um top e tênis. Estava com fones de ouvido, e um boné. Parecia compenetrada em sua corrida, sua pele estava avermelhada e ela suava. Olhei bem para o seu rosto e o ar me faltou... É linda! Muito linda! As maçãs do seu rosto avermelhadas, lhe davam um charme incrível. Ela tinha um corpo lindo... Cheia de curvas... Extremamente sexy. Os seus seios eram grandes, sua barriga chapada e coxas proporcional ao corpo... Uma delícia. Senti-me molhada ao imaginar o meu corpo sobre o dela.

Ela sempre olhava para frente... Os seus movimentos eram harmoniosos. Ás vezes, ela soprava o ar, deixando-a mais charmosa. A loira estava com o cabelo amarrado, em cada movimento, o rabo de cavalo balançava, brilhando no sol.

Inconscientemente, me sentei ao vê-la se aproximando, queria ver aquela perfeição direito. Abaixei um pouco o meu óculo, deixando na altura do meu septo nasal, os meus olhos ficaram a mostra. Queria minha visão clara, sem nenhum empecilho.

Encarei-a despudoramente, mesmo sabendo que ela não perceberia, já que estava uns metros de distância. Mas o inacreditável aconteceu: Ela me olhou. Nossos olhos se encontraram por uma fração de segundos. Senti um arrepio percorrendo pela minha espinha, e um latejar bastante comprometedor em meu sexo... Eu poderia gozar com a força daquele olhar... Seus olhos cor verde eram expressivos, fortes...

Eu queria sorrir, mas me senti petrificada na cadeira. Nenhum músculo se movia, até minha respiração pareceu falha... Percebi que ela franziu o cenho, algo quase imperceptível. Então, desvia o olhar do meu, para minha decepção e segue em frente com a sua corrida, sem olhar para trás.

Senti-me chateada. Frustrada. Desapontada. De repente, o meu humor mudou completamente para um azedo intenso. Continuei olhando-a até sumir das minhas vistas.

Como Tudo Aconteceu • ADP - SarietteWhere stories live. Discover now