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Dias depois... As coisas estavam começando a ficarem complicadas comigo. Eu estava pisando na bola com Camila e Sarah. O motivo? Eu estava saindo tarde do trabalho. Não era porque eu queria, mas por fatores externos, por um momento, achei que Bianca estava maquinando contra também. Ela sabia que eu estava me relacionando com a Sarah... Eu mesma tinha contado que tinha retomado a minha relação. Ela ficou surpresa e deu um sorrisinho bem estranho, mas nada demais... Ela continuava sem dar encima de mim e por isto, nossa parceria no trabalho estava dando certo, com exceção das minhas largadas tardes.


Mesmo sem a minha ajuda, Camila continuava indo para o muay thai, apenas usava outra desculpa. Acho que estava na hora de ela contar aos seus pais. Claro que seria ruim para mim, já que não teríamos nenhuma obrigação uma para com outra. Ela não teria mais que lavar as minhas mãos. Mas cara, o corpo dela estava se transformando e ficando definido, estava na cara que ela estava fazendo alguma coisa pra ganhar aquela massa muscular. Ninguém ganha massa comendo bobagens.

Hoje completava oito meses de relacionamento com a Sarah. E eu não tive tempo de comprar nada para ela! Eu tinha pegado no trabalho cedo hoje, a Angelita tinha tido um problema de pressão e não podia estar presente. Então a rendi. O que foi péssimo para mim!


Eu sabia que Sarah me esperava. E que ela preparava algo, então, quando o relógio atingiu oito horas da noite, comecei a ficar preocupada. Eu estava atrasada em duas horas! Mordi o meu lábio inferior e olhei para recepção, ainda faltavam quatro pacientes. Bianca estava se superando na lentidão. Ela nunca demorava tanto como hoje.

O que me restava fazer? Esperar...


Nove e dez que finalmente fiquei livre. Parecia mais um foguete pelas ruas de Rosewood. O meu carro tinha recém saído da oficina e estava a todo vapor. Eu tinha que comprar uma droga de celular pré-pago, daqueles que só servia para ligações e mensagens. Estava foda esse pós-pago! O Enrique analisava número por número toda vez que a conta chegava e se tivesse um número desconhecido para ele, tinha a capacidade de ligar para o número para saber quem era. Patético!

Eu estava tão cansada, mas tentei melhorar a minha cara para minha namorada. Parei o carro na trilha do chalé e caminhei até o mesmo. Estranhei ao ver o caminho após o chalé iluminado. Sarah não estava no chalé. Chamei pelo seu nome e segui as luzes que eram de velas. Ela tinha organizado tudo! Os meus olhos pararam na mesa arrumada próximo ao lago... Estava linda, seria um jantar a luz de velas. Fiquei com remorso por chegar tão tarde.

Porém, Sarah não estava lá. Chamei novamente o seu nome e nada. Fiquei preocupada. Onde ela teria se metido? O seu carro estava estacionado, caminhei mais para dentro da floresta, com dificuldade por conta dos saltos e encontrei a Sarah sentada em um tronco com uma garrafa de bebida na mão. Ela olhava para o horizonte, mas ao escutar os meus passos olhou para mim.

Ela não estava feliz! Era nítido em seus olhos, em seu rosto e em seu movimento selvagem. Ela se levantou em pulo e cambaleou para trás. Estava bêbada. Eu tentei ajuda-la, porém, ela não permitiu. Bateu em minhas mãos e gritou. “Saia da perto de mim, sua traidora!”.

Foi uma curta frase, mas com um efeito devastador em mim. Olhei para ela surpresa, os meus olhos marejaram. “Traidora? Do que você está falando, Sarah?”. Perguntei com voz baixa.

Como Tudo Aconteceu • ADP - SarietteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora