06

2.7K 259 127
                                    

O meu mau humor não passava e eu estava quase enlouquecendo, e consequentemente a minha mãe e Wash que não podiam falar nada que eu ficava para ter um ataque de nervos.

“Meu Deus, Juliette! Que bicho te mordeu, menina?” Fátima perguntou, depois de um fora dado.

“Nada. Vou para o meu quarto”. Anunciei, e subi as escadas em passos firmes.

Entrei no meu quarto e me joguei na minha cama, me lembrando do acontecimento no parque. O que me deixava mais furiosa ainda. Por que Sarah não colocou uma blusa que cobrisse a barriga? Tinha que deixar o corpo à mostra também?

Peguei meu celular, e sem pensar, disquei o seu número. Chamou algumas vezes, até que por fim, ela atendeu. “Juliette?”. Disse ela, reconhecendo meu número.

“Eu te vi andando pela cidade, hoje de manhã. Com sua bicicleta”. Eu disse.

“Pois é”. Ela respondeu “Eu te vi também. Eu acenei, lembra? Eu tinha parado, mas você não estava sozinha. Estava com seus amigos”.

Você não acenou para mim, sua infeliz. Acenou para minha amiga! Eu senti vontade de gritar, de esfregar isso na cara dela, mas me controlei. “Meus amigos acham que você tem um abdômen bonito”.

Sarah fez uma pausa, eu podia escutar o riso presente em sua voz quando voltou a falar. “E o que você acha?”.

“Que fiquei constrangida...” e enciumada, quis dizer, mas me controlei novamente. “... Por meus amigos acharem seu abdômen bonito. É meio estranho devido ás circunstâncias”.

“Juliette, quais são as circunstâncias? Se souber, por favor, me fale. Porque pra mim isso é tudo novo”.

“Pra mim também”. Eu disse com um suspiro. “Talvez isso não seja sábio”.

“Não é sábio”.

Ficamos caladas por um longo momento, apenas escutando as nossas respirações. Até que Sarah voltou a falar “Nos vermos amanhã?”.

Suspirei, não queria desligar o telefone, então, murmurei “Não quero desligar...”

“Bem” disse Sarah e riu “Eu também não quero”.

Rimos e ficamos conversando besteiras. O meu humor foi mudando rapidamente, e eu fiquei bastante humorada... Realmente, Sarah estava se tornando o meu veneno e meu antidoto.

Senti uma hesitação ao longo da conversa e perguntei. “Quer me falar alguma coisa, Sarah?”.

“Bem... É que irei fazer uma coisa...”

“Agora?”

“Daqui a pouco. Então, terei que me arrumar”.

“Oh...” a curiosidade me atingiu em cheio.

“Bem... Não é uma coisa, é só uma coisa...” ela disse um pouco confusa. “È uma leitura de uma estória que eu escrevi.”

Eu sorri. “E vai ler em voz alta?”

“Yeah...”

“Posso ir?” Me ofereci, eu não iria perder uma coisa assim.

“Pode”. O meu sorriso se alargou com sua confirmação. “Mas, se for uma droga eu terei que me mutilar. Você seria uma testemunha e a coisa ficaria feia”.

Eu ri “Eu sou a sua aluna, lembra? Então, pode”.

Sarah deu uma risadinha. “Lembro... Anote o endereço...”

Corri pra pegar um papel e anotei o endereço. Era em um barzinho não muito longe de Rosewood. Acho que daria uma hora de carro. Então, corri pra me arrumar, escolher uma roupa perfeita... Depois que escolhi a roupa, fui dar um jeito em meu cabelo. Não poderia ir com ele horrível desse jeito.

Como Tudo Aconteceu • ADP - SarietteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora