48

1.6K 172 108
                                    

Voltei gente, mas só pra deixar vocês com mais vontade mesmo :)

Escutem bastante o EP ❤️

OBS : Esse capítulo tráz cenas que podem  causar gatilho.

Juliette

Desfiz a minha mala e coloquei o meu celular para conectar no notebook. Acessei a galeria e sorri ao abrir as fotos que tirei com a Sarah em nossa viagem. Eu queria tanto postar no Facebook. Mas sabia que não poderia. Fiquei olhando as fotos como uma boba apaixonada. Ainda era a mesma de um ano atrás, completamente apaixonada.

O meu desejo nesse momento era casar com a Sarah... Eu sei que sou muito nova, que ainda tenho faculdade pela frente. Mas, queria muito me tornar a Sra. Andrade. Eu sabia o que tinha com a Sarah era real, verdadeiro e único. Era um amor para vida toda. Não tinha duvida sobre isso. Se o Enrique aceitasse o meu relacionamento com ela... Acho que estaria como o Gilberto, morando junto com ela.

Levantei-me e fui tomar banho. Tomei um longo banho, alguns momentos, eu ria sozinha, lembrando-me dos detalhes da viagem. Como eu queria a minha loirinha aqui... Estava muito mal acostumada. O que uma semana viajando com a namorada não faz com a pessoa... Terminei o meu banho, enrolei o meu cabelo na toalha e coloquei o meu roupão. Olhei pelo espelho o meu chupão que estava ficando cada vez mais roxo. Santa Sarah!

Abri a porta do meu banheiro, ainda com um sorriso nos lábios quando me deparo com o Enrique parado no meio do meu quarto com os olhos voltados para o notebook. O meu coração acelerou-se e fiquei pálida. Meu Deus! Como pude ter deixado o notebook aberto?

Enrique tremia. Ele olhou para mim furioso. “Pode me explicar o que é isso?”. Gritou, me assustando e chamando atenção de Fátima e Wash que rapidamente apareceram no quarto.

“Que gritaria é essa, Enrique?”. Perguntou Fátima assustada.

Os olhos de Enrique passaram de mim, para minha mala, meu notebook e por último a minha mãe. Não precisava ser muito expect para adivinhar o que tinha acontecido e como o notebook estava virado em direção á porta, sabia que ele tinha olhado as fotos. Eu tinha deixado o notebook virado para parede. “Você sabia disso, não sabia? Você foi conivente! Como pôde me trair desse jeito, Fátima?”. O meu pai continuou a gritar. Pegou o meu celular e meu notebook e estourou no chão do quarto, num ataque de fúria.

Fátima ficou trêmula. “Enrique... Eu...”. Ela não teve oportunidade de falar, o meu pai a empurrou quando passou por ela feito uma bala em minha direção. Se não fosse o Wash, ela teria caído no chão.

Os meus olhos estavam arregalados e o nervosismo tomava conta de mim. Eu não sabia o que pensar. O que fazer. Tentei balbuciar quando Enrique se aproximou de mim, porém, fui recebida com uma bofetada forte que me fez gritar e cair no chão. Antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, o meu pai tinha tirado o cinto e começou a despejá-lo contra o meu corpo.

Eu gritava. Colocava as mãos na frente do cinto, como se isso fosse me proteger das lapadas. A dor era forte, deixava-me com o corpo dolorido. Eu implorava para ele parar no meu choro. Fátima e Wash avançaram em cima do meu pai, mas não conseguiam fazer pará-lo. Ele estava furioso.

Ele gritava. “Se você não aprender por bem, vai aprender por mal! Você vai amargurar por ter me feito de palhaço!”. O cinto atingiu o meu rosto, me fazendo gemer alto de dor.

Tentava desviar das cintadas, porém, o meu pai era mais rápido. Atingindo em várias partes do meu corpo. Ele estava transtornado! E eu só queria que aquele pesadelo acabasse.

Fátima atravessou na sua frente e o empurrou para longe de mim. “Você vai mata-la! Afaste-se dela!”. Gritou a minha mãe, com lágrimas correndo em seu rosto.

Eu chorava igual uma criança no chão. Wash estava assustado com a situação. Fátima tentou me ajudar, porém, o Enrique puxou-a pelo braço e fez o mesmo com o Wash, os arrastando sob protestos para fora do quarto e os empurrou para fora.

Enrique olhou para mim. “Você vai se arrepender pelo resto dos seus dias por isso, Juliette. Você e sua querida namoradinha!”. Disse ele, pegou a chave do meu quarto e fechou, me trancando.

Eu arrastei-me até a porta, mesmo com as dores em meu corpo. Bati firmemente na porta. “Me tirem daqui! Mãe! Pai! Wash!”. Gritei alto, mas ninguém veio me socorrer. Eu podia escutar os gritos no andar de baixo, os meus pais estavam brigando.

Continuei batendo fortemente, as lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto. Todo o meu corpo doía, queimava e latejava. Mas o meu medo maior era pela Sarah, me fazia se focar nela e esquecer da minha dor física. O que o Enrique iria fazer com ela? Iria denunciá-la? Não meu Deus. Não permita isso!

Tentei usar o meu celular, mas o Enrique tinha feito um belo estrago com ele e com o meu notebook. Pensei em meu tablet, mas me recordei que o tinha deixado no apartamento de Sarah. Eu estava novamente aqui... Como na noite de Natal, incomunicável. A diferença era que agora estava trancada.

Continuei a bater na porta. “Não faça nada contra ela! Não faça nada contra ela”. Implorei esmurrando as portas, machucando as minhas mãos. O meu choro compulsivo me impedia de falar. “Por favor, pai! Por favor!”.

Não obtive resposta. Levantei-me e com dificuldade caminhei até a janela. A altura era considerável. Eu não poderia pular a janela sem quebrar o pescoço. Deixei o meu corpo cair no chão e coloquei as mãos na cabeça, gritando no meu choro. Como poderia acontecer isso? Como?

“Burra! Muito burra!”. Gritei para mim mesma, dando tapas em minha cabeça.

Puxei os meus cabelos, berrei, esperneei, gritei o nome de Sarah e voltei a implorar. Mas nenhuma resposta veio. Era como se eu tivesse sozinha nessa casa. Deitei o meu corpo no chão, chorando a minha dor. O meu corpo estava trêmulo, debatia-me no chão, não conseguia controlar o meu sistema nervoso.

Por favor, meu Deus. Não permita que Enrique faça algum mal a minha Sarah...

Como Tudo Aconteceu • ADP - SarietteWhere stories live. Discover now