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“Senhora... A doutora Bianca não pode atendê-la nesse exato momento. Ela está em consulta. Talvez, se ligar mais tarde...”. Falei pela milésima vez para a mulher que berrava no outro lado da linha. Ela não conseguia entender que eu não poderia interromper a consulta de Bianca, apenas para ela falar.


“Eu acho um absurdo isso. O meu assunto com ela é extremamente importante, não posso esperar”. A mulher continuou a berrar.

Cara. Eu estava sem saco para isso. Eu me mexia o tempo todo na cadeira, buscava uma posição confortável que não me estimulasse tanto. O plug parou de doer, apenas causava inúmeras sensações. O mais trágico é que eu estava tão excitada e meu sexo tão molhado que acho que qualquer coisa á mais, eu poderia gozar. Não estava sendo fácil para mim.

“Por que não deixa o seu nome, o assunto e seu telefone? Assim, posso comunicar a doutora assim que ela encerrar a sua consulta”. Propus ao esticar as minhas pernas e cruzar os meus pés. Na minha frente, tinha algumas fichas para concluir. A internet estava um pouco lenta e eu não estava conseguindo acessar com agilidade o seguro social dos pacientes. Isso iria gerar atrasos, o que significa irritabilidade para os pacientes e para mim, que caíam encima de mim! E eu ainda estava com uma porra de plug enfiado no meu...


“É um assunto particular. Só com ela, então, passe a ligação. Eu exijo”. Ordenou a mulher com petulância.


Eu sorri sem humor. “Senhora. Eu já expliquei que não posso passar a ligação. Ou a senhora liga mais tarde ou deixa recado”.


“Passe-me o número do celular dela”. Gritou a mulher.

Apertei as minhas têmporas que doíam. “Não tenho autorização para passar o celular da Dra. Bianca”. E mesmo que tivesse, não passaria. Estava claro que aquela mulher não tinha nenhum filho que era paciente da Bianca.

“Sua incompetente!”. Ela gritou e desligou na minha cara.


Olhei para o telefone em minha mão e dei uma risada sem acreditar. Depois de um xingamento mental, voltei a minha atenção para as fichas dos pacientes. Faltavam dez para ser atendidos. O limite de Bianca era quinze por dia. E acredite, mesmo com um número elevado para uma tarde, sempre apareciam emergências.


Chamei os nomes dos pacientes, um por um, para que os seus responsáveis assinassem e devolvi as carteirinhas. Levantei-me rapidamente quando o paciente com sua mãe saiu da sala de Bianca. Andei em passos apressados até a sala de Bianca, o que foi um grande erro, o plug parecia pressionar mais dentro de mim e quando fechei a porta do consultório de Bianca, encostei-me à porta e suspirei rápido por ter atingido o orgasmo. Baixei minha cabeça e tentei controlar a minha respiração. Podia sentir o meu gozo escorrer pela minha perna. Ótimo.


Abanei o meu rosto com as fichas e levantei a cabeça, deparando-me com a expressão perplexa de Bianca que me olhava com se eu fosse uma pessoa do outro mundo. Eu fiquei vermelha pela cena, não sei se ela se deu conta o que tinha acontecido comigo, mas eu esperava que não.

Como Tudo Aconteceu • ADP - SarietteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora