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“Eu estava comprando os presentes de natal quando me encontrei com Juliette”. Respondeu Sarah, forçando um sorriso.

Fátima esboçou um sorriso. Olhou discretamente para mão de Sarah que estava com algumas sacolas do Sex Shop, provavelmente tinha estranhado, mas não foi indiscreta ao ponto de comentar alguma coisa. Então, olhou para mim. “E você?”. Indagou naturalmente.

“Vim almoçar e esbarrei com a Srta. Andrade”. Comentei, tentando demonstrar naturalidade.

“Ainda mantém a formalidade, Juliette? Sarah deixou de ser a sua professora há um tempo! Eu acho que ela não se importaria se você a chamasse pelo nome”. Fátima fez um gracejo, depois olhou para Sarah e gesticulou. “Ao não ser que você se incomode, Sarah!”.

“Claro que não. Não estamos mais no ambiente escolar e acho muito difícil ser novamente a sua professora. A não ser que seja na faculdade”. Sarah me olhou com um sorriso lindo, que me fez sorrir também.

“É uma opção. Então tá... A chamarei de Sarah, a partir de hoje”. Falei, como se nunca tivesse chamado antes! Mais uma formalidade quebrada na frente da minha mãe, consequentemente do meu pai também. “O que faz aqui, mãe?”.

“Vim almoçar e comprar algumas coisas para o Natal. Já que nos encontramos, você pode me ajudar”. Respondeu ela, ajeitando a sua bolsa no ombro, então, estralou os dedos como se recordasse de algo. “Sarah, antes que eu me esqueça... Você tem algum planejamento para o Natal?”.

Sarah olhou discretamente para mim, que estava balançando o meu corpo e com a cara de sonsa, apenas observando as duas. “Não. Até agora não planejei nada”. Respondeu por fim.

“Ótimo! Não planeje!”. Eu não tinha comentado antes, mas Fátima era totalmente espaçosa e folgada, era o tipo de pessoa que tomava conta da situação se você deixasse. “Convido-a para ceia em minha casa no natal!”.

“Oh, Fátima é muita gentileza sua. Obrigada!”. Agradeceu Sarah, sorrindo.

“Ótimo!”. Disse Fátima, então, olhou em seu relógio. “Juliette, vamos? Você ainda tem que trabalhar hoje não é?” balancei a cabeça em positivo “... Ah, Sarah! Não quer vir conosco? Iremos almoçar antes das compras”. Convidou Fátima, apontando para praça de alimentação.

Tentei não olhar para Sarah, me focar em outra coisa. Já tínhamos passado da fase de ficarmos constrangidas com a presença dos meus pais, porém, eu tinha medo que meu olhar apaixonado denunciasse o quanto estou amando essa mulher.

“Obrigada, mas ficará para próxima. Eu terei que voltar correndo para faculdade. Só vim rapidinho comprar o presente mesmo”. Sarah declinou o convite e acenou para mim e minha mãe. “Até mais ver, Fátima... Juliette”.

Fátima despediu-se de Sarah e eu acenei com a cabeça, olhando-a se afastar de nós. Olhei despudoramente para sua bunda que estava muito graciosa naquele Jeans coladinho. Ah... um tapa naquela bunda. Sorri com o meu pensamento malicioso, viajei tanto no pensamento que nem escutei o que Fátima tinha falado, até ela tocar em meu braço para chamar a minha atenção. “Né Juliette?”.

“O que mãe?”. A olhei, franzindo o cenho.

“Estou falando com você. Tá no mundo da lua?”. Perguntou, puxando o meu braço para que pudéssemos andar para praça da alimentação. Como previsto, ela não me deixou responder e continuou falando. “Estava falando que não quis ser indiscreta, mas Sarah estava com sacolas do Sex Shop. Ninguém presenteia outra pessoa com essas coisas, né? Ainda mais no natal! Era bem para alguma namoradinha dela... O que acha?”. Perguntou, me olhando de relance.

Como Tudo Aconteceu • ADP - SarietteWhere stories live. Discover now