Capítulo- 70

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As vezes Castiel pensava em quanto sua existência na terra tinha mudado. Antes, ele e Gabriel desbravavam o planeta juntos, sempre evitando os demais anjos, fazendo as mais estúpidas loucuras.

Agora, ele estava deitado na cama de um hospital, exausto por ter usado seus poderes e ainda não estar recuperado de sua queda.

Tinha um rapaz que conhecia a alguns quartos de distância se recuperando de uma séria cirurgia e, em qualquer outra ocasião, ele poderia resolver o problema apenas tocando o garoto, mas daquela vez, não podia.

Sentia falta de suas asas, muita. Tinha saudades de voar, sentir vento nos cabelos e todas essas coisas, sentia falta de ter forças para curar algumas pessoas.

— Que cara de morte é essa aí? — ouviu, erguendo a cabeça para olhar para a porta. O sorriso largo que tomou seu rosto foi inevitável, rasgando suas bochechas de fora a fora.

— Olá, Dean. — cumprimentou, assistindo-o se aproximar e abrindo espaço para ele se deitar na cama consigo.

— Bom, não sei se eu posso fazer isso, mas foda-se. — ele comentou, se sentando na cama ao seu lado, as costas apoiadas no travesseiro.

Estendeu os braços em um convite para o anjo, que logo aceitou e se colocou entre suas pernas, deitando com a cabeça apoiada em seu peito enquanto o caçador rodeava sua cintura com os braços.

— Como foi o resgate da Sarah? — perguntou, sorrindo ao sentir o Winchester acariciar seu cabelo.

— Não precisamos fazer, ela se resgatou sozinha. — o loiro respondeu, ajeitando brevemente a posição em que estava. — E de quebra matou os britânicos e resolveu o problema deles para nós. Ah, não o Ketch, ele tá' de rolo com a minha mãe.

— Ué?! — o moreno indagou, erguendo levemente a cabeça, olhando para o namorado com o cenho franzido.

— Pois é.

— Ah... — Castiel concordou quando entendeu. — Será que se eu soprar um berrante seu pai aparece? — perguntou, sorrindo ao ver o loiro jogar a cabeça para trás enquanto ria, seu corpo sacudindo-o um pouco por conta das risadas.

— Vou deletar o número dele do meu telefone e testar. — Dean comentou. — Vou pedir um dos chifres da minha mãe pra fazer o berrante.

— Sua mãe também foi chifruda? — o anjo perguntou, o cenho novamente franzido.

— Sim, com a tal da Bevell, aquela que sequestrou o Sam. — o caçador explicou. — Foi por isso que ela meteu a galhada nele também.

— Sua mãe não é muito legal comigo, mas boba ela não é. Chifre trocado não dói, já dizia algum cantor brasileiro.

— Tem uma música assim no Brasil?

— Huh, a quantidade de música de gente chifruda que tem no Brasil, Dean...

— Deve ser um povo que leva bastante chifre.

— Como a gente saiu de "meus pais se colocaram chifre" para "os brasileiros devem levar muito chifre"? — o anjo perguntou, fazendo Dean sorrir e negar com a cabeça.

— Não sei. Mas ó, vou terminar de te contar.

— É, contou a fofoca incompleta, seu mostro! — Castiel brincou, fazendo uma falsa expressão enojada que arrancou mais uma risada leve do loiro.

— Esqueci que namoro com um fofoqueiro.

— Dean, eu vivo na terra a séculos, meu relacionamento com você e fofoca da vida dos outros são uma das únicas coisas ainda novas na minha existência.

Alternative/ DestielWhere stories live. Discover now