⛓Velhas amizades⛓

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— Lavigne! — uma voz aguda lhes chamou atenção, assim que avançavam para longe da frota de teleférico.

— Sim? — ela respondeu, ao virar-se para os dois rapazes. — Desculpe, a gente se conhece?

— Não se lembra? Sou eu o Charlie... acampamento de férias, Oregon, lembra?  — pergunta um deles, com empolgação.

— Não.

— Irmão da Phoebe Hopkins.

— Ah! Charlie! Oi! — ela o abraça brevemente.

— Se lembra do Ralf? — ele aponta para o rapaz ao seu lado.

— Claro. — ela também oferece um abraço ao rapaz ruivo. — Quase não te reconheci sem o aparelho e todas aquelas espinhas, Ralf.

— Triste lembrança. — ele sorri fraco.

  — Fico feliz por te ver. — Charlie anuncia feliz da vida. — Você continua linda.

Embry paralisou a vista no rapaz de madeixas loiras e olhos verdes, que não parava de assediar sua esposa.

Quando é que ele vai se tocar de que ela não está mais disponível? E quando ela, vai apresentá-lo como seu marido?

— Obrigada. E a Phoebe, está aqui? — Lavigne pergunta, olhando em volta.

— Está. Hã, ela estava na pista de ski com o Phillip. Bom, pelo menos foi onde ela disse que estaria.

— Eu quero muito vê-la. Já fazem tantos anos.

— Nem me fale. Estamos hospedados num hotelzinho logo ali, talvez você queira aparecer por lá. Pode levar o seu amigo aí também.

— Amigo? — inqueiriu Embry, surpreso. — Sou bem mais que um simples amigo, meu chapa. — o lobo fita a expressão de espanto na cara dos dois.

— Meninos, este é o Embry. Meu marido. Estamos em lua de mel. — ela informa, unindo suas mãos. — Então, amm... acho que nos vemos mais tarde.

— Beleza, gatinha. — o loiro sorriu amplamente e lançou uma piscadela para ela, antes de se afastar com Ralf.

— Achei que nunca fosse me apresentar. — Embry murmurou, assim que se afastaram e Lavigne o olhou torto. — Nunca me disse que tinha amigos por essas bandas, ou melhor, só agora me toquei de que não sei muito a seu respeito.

— Eu contei o que achei prudente te contar. Achei que não quisesse saber.

— Achei que fôssemos um casal e que contassemos tudo um para outro.

— Meu amor, eu não me lembrava, tá legal? Me desculpe. — disse segurando o rosto dele entre as mãos.

— Talvez tenha sido um grande equívoco nos casarmos assim tão depressa. — Embry apenas afastou as mãos dela de seu rosto e se afastou.

                            ⛓🌘⛓

— Amiga do céu! Você tá gostosa pra um cacete! Eu não acredito! — a garota de 1.60 de altura rodopiava Lavigne pelo meio do saguão do pequeno hotel, onde estava hospedada. — Eu estava com muita saudade!

— Ok! Me ponha no chão, monstrinha. — Lavigne se livrou dos braços magros da garota e sorriu satisfeita quando aconteceu.

A garota de longas madeixas pretas com mechas roxas, corpo magro e esguio, dentro de uma minissaia e uma meia-calça arrastão e um top por baixo de uma jaqueta entreaberta,
piercings espalhados por pontos estratégicos do corpo: nariz, sobrancelha, sépto, orelhas, língua, tragus, umbigo — o chama para o apelido de monstrinha.

Eu nem acreditei quando o Charlie me contou. E nem quando disse que estava casada... e pelo que pude analisar, muito bem casada! — diz ousada, ao encarar Embry distraído próximo ao bebedouro.

— É. Ele é perfeito. Mas me conta, o que aconteceu com você, monstrinha?

— Ah, isso? — ela aponta para a legião de piercings. — Não é nada. Precisa ver só a paradinha lá embaixo. — diz com um sorrisinho ladino e Embry chega a se engasgar com a água. — E a Lindsay? Onde se enfiou?

— A Lind também se casou.

— Caramba, miga. As coisas deslancharam mesmo para vocês duas, né?

— Só sossegamos, Phoebe. Já você...

— Não tenho culpa se ela tem vida própria. — diz apontando para sua vagina, fazendo Lavigne revirar os olhos.

                          ⛓🌘⛓

— Cara, você não tem noção. — Charlie dirigiu-se a Embry, em plenos pulmões. — Ela e a gêmea dela... como ela se chama mesmo? Linda... Lindsay! Elas viviam pregando peças na gente. Eram duas malucas, duas sacanas. — disse desinibido ao beber sua garrafa de cerveja.

— É. Lavigne, se importa de irmos? Está meio tarde e...

— Ah, que isso, gatinho. Ainda não são nem duas da madruga. — disse Phoebe, tragando uma cascata de fumaça do cigarro contra o rosto do rapaz ao seu lado, que estava pouco ligando pra isso.  — Você não bebeu quase nada. Vamos lá. Vira só mais uma. — ofereceu mais uma garrafa a Embry, que a recusou.

— Eu não tenho o costume de beber. Você vem, Lavigne? — perguntou ele, já se pondo de pé.

— Claro. Vamos. — ela se inclinou para se despedir deles, fazendo Charlie encarar seu corpo minuciosamente. — A gente se vê por aí, galera. — disse, ladeando Embry.

— Ok. Manda um beijo pra maluquinha.

Embry não se importou em deixá-la responder, apenas a puxou para fora do estabelecimento, onde pode soltar o ar e respirar com facilidade.

— Nunca mais me faça passar por isso novamente! Seus amigos são loucos! E aquele tal Charlie? Aquele é um vigarista safado que não tirava os olhos de você! Acha que não vi?

— Está com ciúmes da sua esposa? — ela sorriu sacana e umedeceu os lábios para provocá-lo.

— Acontece que você é a minha mulher. — ele faz questão de enfatizar bem a palavra. — Eu não curto suas velhas amizades. Portanto, nunca mais... — ele a puxou bruscamente por um aperto firme nos cabelos, colando seus corpos. — nunca mais, se me ama, me obrigue a permanecer com essas pessoas novamente. Estamos entendidos?

— Sim, senhor. — ela não parava de encarar aquela infeliz boca vermelha, soprando um hálito tão fresco e divino, centímetros da sua, sem que seu corpo não caísse em tentação. — Será que podemos ir para casa agora?

Ele sorriu e uniu seus lábios em um beijo tentador e arriscado no meio do estacionamento deserto, com direito a mordidinha e chupadinha.

— Eu te amo. — Embry sussurrou, unindo suas testas.

— Amo você, Call.

                         ⛓🌘⛓

Esse momentinho foi só para descontrair, foi bem aleatório ele

Talvez eles passem os últimos dias presos na cabana tirando uma casquinha... não sei.

Eternal Flame ー Embry Call [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora