11ºCapitulo

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Segunda-feira veio mais rápido do que esperávamos, e o domingo (dia mundial da preguiça para a Soph e Ave) foi-se como um tornado. Enquanto ela preparava o café e eu bebia um iogurte alguém na televisão da sala anunciava a primavera que estava para vir.

-Eles mandaram-me uma mensagem ontem.- Murmuro, ainda tenho o pijama vestido, e olho para Ave a enrolar o seu cabelo com o aparelho ligado á tomada da cozinha, e tenho que admitir que é uma cena e tanto. É tão cómica a maneira como ela faz malabarismo com as coisas.

-Quem?- Ela diz sem olhar para mim, concentrada em não queimar nem o cabelo, nem as torradas.

-Da entrevista.

Ave revira os olhos quando o pão salta da torradeira já queimado.

-Porque é que o Harry não te liga logo e diz que tens a tua vaga no seu inferno pessoal?- Ave desenvolveu um ódio de estimação por ele desde que lhe contei do jantar.

-Procedimentos legais acho...

-Se tiveres que fazer uma entrevista com aquele parvalhão que te mandou embora da outra vez chama-me que eu digo-lhe das boas!

-Sim, estou a imaginar-te a ser arrastada dali para fora por um bando de seguranças.

-Bem minha amiga, sou mais alta que alguns deles, e fiz mais ginásio do que o segurança do piso térreo. Deixa comigo.

Ela vem até mim ainda a beber o sei café, e senta-se á minha frente.

-Não sei porque é que ainda tento fazer as malditas torradas, passo a vida a queima-las.

-Pois passas, mas

-É engraçado ver-te tentar.- Riu-me, mas a expressão amigável no seu rosto foi-se.

-Seja quem for a entrevistar-te, saibam ou não do teu passado com o Harry, finge que não o conheces, que a única coisa que sabes dele é o nome, e não pareças confortável com a menção do nome dele ok? No entanto não estejas lá a tremer...

-É impossível ficar calma, quero o emprego, mas agora não sei se o quero porque é o que quero fazer, ou porque no fundo quero estar perto dele.

Os olhos azuis dela tornam-se gélidos e ela aponta-me um dedo comprido.

-Nunca. Nunca mais ouses repetir que queres o emprego por ele, tu, Sophia, queres o emprego por ti ouviste bem?

Aceno com a cabeça e ela sorri-me, despenteia-me e levanta-se para sair de casa, digo-lhe um "até logo" ao que ela retribui com um sorriso. Quando abre a porta para sair Carl está prestes a empurrar a chave suplente pela fechadura. Acho que ambas ficamos um pouco assustadas, e zangada, mas parece que Ave não tem tempo para isso, então ela simplesmente sai deixando-me com o Sr. O Amor De Verdade Não Existe.

-Bom dia Carl.- Cumprimento-o do sofá abanando a cabeça e ele fecha a porta devagarinho, a minha voz é carregada de sarcasmo.

-Olá.- Ele avança até ao sofá e senta-se com força, fazendo-me saltar.

-Bom o que te trás por cá esta manhã?- Sento-me com as pernas cruzada enquanto acabo o iogurte.

Ele respira profundamente e depois olha para mim.

-Vim convidar-te para jantar.- Tento não me rir, é como se a conversa de ontem com ele não tivesse existido.

-Tenho uma entrevista de emprego hoje Carl, e não acho que vou ter cabeça para jantar.

-Bom no dia em que saíste com aquele tipo também tinhas tido uma entrevista.- EL cospe acidamente.

-Sim, mas bom aquele tipo como lhe chamas é difícil de dizer não.

Vision 3 - The SentenceWhere stories live. Discover now