81ºCapitulo

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 Os meus pais parecem mais calmos quando a Ave chega, eles ficaram pelo resto da tarde e quando finalmente as perguntas e desaprovar das minhas escolhas acabou eu estava a ponto de bater em alguma coisa, eu só pensava em quanto tempo podia evidentemente faltar para poder ir embora, para ir ter com o Harry, para deixar ir a culpa dentro da minha cabeça. Eles faziam parecer que amar o Harry era o maior pecado na terra, talvez não na terra, mas talvez para mim fosse a pior coisa que ele podiam ter imaginado e por um momento eu gostava que eles pudessem sentir a o bater dos sentimentos dentro de mim, as voltas no meu estomago quando as memórias invadem a minha mente, o apertar do meu peito quando o vejo, e o sorriso...

-Cheguei.- A Ave deixa os sapatos na entrada e caminha até aos meus pais cumprimentando-os com um abraço.

-Mr e Mrs. Black, ficam para jantar?- Ela cuidadosamente pede, e torço os dedos para que eles recusem, mas eles parece ver o quanto quero que se vão e aceitam.

Reviro os olhos e levanto-me, os meus sapatos nas minhas mãos descalcei-me a meio da conversa. A minha suspira e viro-me para ela.

-Posso ver?- Ela estende a mão e quero voltar a ter cinco anos e dizer-lhe que não, mas em vez disso estendo-lhe os sapatos e ela pega-lhes, são só sapatos, são bonitos mas...- Tem as tuas iniciais, são amorosos.- Arregalo os olhos e agarro num dos sapatos. Ela tem razão as minhas inicias, tal como no primeiro par de sapatos que ele me deu.

Antes que o meu pai tenha chance de me dar uma bronca ou de me insultar um pouco mais agarro no sapato que a minha mãe tem na mão e vou até ao quarto, deixo-os fora da caixa e espero que sequem um pouco mais. Tiro a camisola mais pesada e troco-a por um casaco de fato de treino, suspiro e deito-me na cama, apenas por um segundo a olhar para o teto, pequeno arco iris saem dos vidros do candeeiro, lembro-me de ter encontrado o candeeiro na target debaixo de uns tapetes e do Carl se ter rido em como eu fui a única a lembrar-me de levantar tapetes.

E agora o Carl já não existe, a Ave vai morar com o namorado, e eu estou a mudar-me com o Harry para um sitio que ainda nem sequer desconfio qual é. A minha vida voltou a mudar numa questão de dois meses por causa do Harry, tal como da primeira vez. Viro-me para a mesa de cabeceira e puxo a gaveta, o saquinho de veludo está e puxo-o, sinto a pedra la dentro e puxo-a para fora, ergo-a á luz e suspiro os furos ainda lá estão e ainda estou a tentar entender para que servem, talvez os furos no cristal sejam os furos na minha cabeça ainda a tentar entender o que falta.

Alguém bate á porta e guardo tudo na gaveta antes de a minha mãe entrar no quarto.

-Devias estar na sala comigo e com o teu pai.- Ela suavemente repreende.

-Estava só a descansar, andei um bocado hoje.- Murmuro, ela senta-se na cama ao meu lado e mexe no meu cabelo.

-Não te zangues com ele.- Ela murmura.

-Como poderia? Ele não muda de ideias nem que eu deixasse de lhe falar.

-Nós só estamos preocupados com tudo o que tem acontecido á vossa volta, e á tua volta, Sophia o teu pai e eu trabalhamos muito para conseguir que tu e o Teddy sempre tivessem tudo e agora ele vai casar e tu...tens um namorado com o qual andas para jogar ao jogo das cadeiras, e um dia as cadeiras vão acabar e não há maneira de ficarem os dois nela.

-Essa é uma péssima analogia, se basearmos todas as relações no jogo das cadeiras todos estão destinados a ficar sozinhos, porque no fim só sobre uma cadeira.- Fecho os olhos e suspiro.

-A questão é essa, existe uma cadeira que é uma relação e nessa relação estão duas pessoas, e tem que haver um equilíbrio e vosso equilíbrio...não é lá muito bom.- Ela ri-se.

Vision 3 - The SentenceWhere stories live. Discover now