78ºCapitulo

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Quando as portas do elevador se abriram a mão do Harry soltou-se da minha, ele murmurou alguma coisa sobre fazer um telefonema e fiquei sozinha a olhar para o chão em mármore, se me esforçasse quando que podia ver o meu reflexo, tinha simplesmente preguiça disso. Dei a mim mesma a liberdade de ir até á cozinha e beber um sumo de laranja, uma coisa boa em namorar com o Harry, a comida nunca está estragada, nem há nada fora do prazo no frigorífico.

Os meus dedos agarram o copo gelado e sentei-me em cima do balcão, os bancos não são a minha onda. As minhas botas estavam meio frias e descalcei-me, bebi o meu sumo e comecei a tirar as camadas de roupa que me protegiam do frio até ficar só um uma camisola e as calças, vasculhei no bolso e tirei o telemóvel para enviar uma mensagem á Ave como estava tudo bem. Eu sei que estava a ser chata e que provavelmente nem tinham passado dez minutos desde que o Harry desapareceu dentro daquele escritório, e também sei que provavelmente seria ainda pior bater á porta por isso agarrei nos meus casacos e nos sapatos e andei até ao quarto.

O sol estava escondido atrás de grandes nuvens cinzentas e pelo tempo que passei nesta cidade estranha provavelmente ia fazer trovoada, pelo menos eu achava que sim. O quarto estava estranhamente arrumando, não havia camisas espalhadas pelas cadeiras, nem botas á vista, os blazers espreitavam arrumados no quarto de vestir. Depositei as roupas em cima de um grande cadeirão e entrei no maldito quarto, era estranho ele ter tanta roupa, e pensar no dinheiro em cada uma das peças fazia-me torcer um pouco mais por dentro, os meus dedos deslizaram pela textura suave dos casacos e inspirei o perfume, cheirava tal e qual como ele, como se tudo aqui fosse tão sortudo por ser tocado, por ser explorado. O meu olhar levantou-se e ao fundo havia uma comoda, havia uma moldura metálica que me fez caminhar devagar até lá.

Eu não sabia exatamente quantas vezes desde que o tinha conhecido tinha realmente visto uma demonstração de carinho ou afeto como a que estava na fotografia. Havia um pequeno bebé ao colo de uma mulher sentada ao lado de um homem que hoje conheço como sendo o seu pai, e mesmo ao lado a irmã dele. Agarro na moldura e trago-a para mais perto, os meus dedos traçam o caminho das formas e sinto um arrepio na nuca fazendo-me voltar para trás, um par de olhos de verdes fita-me com um ar melancólico e deposito a moldura no sitio dela.

-Pensava que aqui as minhas coisas estavam a salvo da tua perspicácia.- Ele murmura.

-Se não queres que as veja tens que fechar as portas.- Respondo-lhe.

Ele ri-se, uma gargalhada rouca e melódica que faz o fundo do meu estomago tremer.

-Gosto que mexas nas minhas coisas, quer dizer neste tipo de coisas não me importo.- Reviro os olhos e viro-me para ele.

-Sim porque embora tenhamos feito muito avanço ainda há uma lista de coisas em que não posso tocar.- Espeto um dedo no peito dele e ele aperta-me contra a comoda atrás de mim.

-Há coisas tuas que também não mexo.- Ele replica.

-Como por exemplo?- Quero ver a pessoas que deixou um diamante escondido entre os meus lençóis responder a esta.

-Tampões.- Ele sorri.

-Obviamente é o teu maior desejo poder tocar-lhes.- Reviro os olhos e de repente sinto as suas mãos embrulharem as minhas coxas e sentarem-me na comoda, os nossos olhos estão presos nos dou outro e tudo o que sinto é uma grande cambalhota dentro de mim.

Vision 3 - The SentenceOù les histoires vivent. Découvrez maintenant