Riu-me, porque não posso fazer mais nada. A maneira como as palavras saem dos lábios dele, parecem tão imprevisíveis e estranhar que revelam um encanto amoroso nele. Beijo-o rapidamente e caminhamos até ao carro. Abro a minha própria porta e fico espantada com o facto de ele não o fazer. Sorriu quando me sento ao lado dele e quando ele tenta dar á chave meto a mão por cima da dele.
-E se fosse eu a conduzir hoje?- Acho que nunca conduzi em Nova York, é complicado mas pode ser uma excelente oportunidade, tendo em conta que o carro não é meu.
-Acho que não.- Ele tenta ligar o carro mas impeço-o.
-Por favor.- Faço beicinho e aproximo-me dele.
-Soph...a sério não me parece uma boa ideia.
-Oh por favor isso é tão machista, os homens acham que conduzem melhor, mas estudos apontam que as mulheres são melhores.
Ele sorri para mim e o desafio está lançado, os olhos verdes brilhantes derretem nos meus e num ápice eu estou confortavelmente sentada e a ajustar o banco e o retrovisor.
-Muito bem Sophia, é todo teu.
-Vou tomar nota disso e leva-lo para a casa.- Riu-me e dou á chave. O carro é leve e quando piso no acelerador é como deslizar em água, é encantador e dá-me vontade de carregar mais a fundo. As luzes da rua começam a ligar-se enquanto deslizo pela rua até cruzar para o trânsito, demoro quando dois minutos para conseguir entrar, mas assim que estou lá dentro, Harry ri-se.
Meia hora mais tarde estamos á porta do cinema, há mais dois casais á nossa frente e seguro a mão do Harry com mais força, a minha cabeça descansa no seu ombro e ele beija o meu cabelo delicadamente.
Peço os bilhetes e tiro a minha carteira da mala, o Harry tenta travar-me mas dou-lhe um sorriso travesso. Não me parece que o vá deixar pagar desta vez. Ele revira os olhos mas de alguma maneira sei que o gesto aquece o seu coração. Quantas pessoas lhe pagaram o cinema no fim de contas, pequenos prazeres da vida que talvez nunca ninguém lhe tenha dado.
-Então...- Empurro-o ligeiramente.
-Sim?- Ele mexo no cabelo e depois olha para mim.
-Já te pagaram o cinema antes?- Arqueio as sobrancelhas.
Ele ri-se e depois beija-me a bochecha.
-Não, obrigado.- Ele sopra.
-Não tens de quê, gostava de poder pagar as coisas mais vezes.- Encolho os ombros.
-É reconfortante.- Ele murmura.
-O quê?
-Ter alguém que se lembre que tenho vinte e cinco anos e não quarenta.
-Ás vezes precisas de agir mais como os homens da tua idade.
-Acho que só consigo fazer isso contigo...com a Gemma também, mas o teu espirito infantil leva-me a melhor.- Ele ri-se.
-Eu não sou infantil.
-Sim tu és. És um mundo de coisas, és engraçada, infantil, teimosa, e detestável às vezes.- Ele sussurra.
-Agora magoaste-me.- Levo a mão ao peito e faço um ar indignidade.
-Mas, mesmo com todos esses defeitos e qualidade eu continuo a amar-te.
Paro de andar e olho para ele. Os meus olhos perdem-se nos dele. Ele disse-o, ele realmente disse as palavras mágicas. Porque é que ele não pode ser sempre ele, para eu poder ser sempre eu? Porque é que não podemos sempre conversar desta maneira leve? Porque é que a vida não é uma brincadeira?
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Vision 3 - The Sentence
FanfictionSentado, numa cama de hospital, sozinho, ele lembra-se da ultima vez que se sentiu assim, abandonado. Fecha os olhos e lembra-se da mãe, depois reage como sempre reagiu. Com raiva. Porque se ela se tinha ido embora, ele tinha ficado, e se ela achava...