102ºCapitulo

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"No easy love could ever make me feel the same" – OneRepublic

Quando o Harry tira o carro da garagem, eu arrasto a ultima mala para fora e fecho a porta, olho para trás, para o sol a refletir-se na água e penso com melancolia que só no próximo fim-de-semana é que posso cá voltar.

O Harry sai do carro para me ajudar com a mala e rouba-me um beijo. Os olhos verdes irradiam felicidade e percebo que nada me pode fazer tão feliz como um sorriso dele, que eu andaria sobre carvão em brasa por ele.

Quando já estamos a passar a ponte e a água se mexe debaixo de nós o sono começa a tomar conta de mim, mas não deixo que me controle, gosto de viajar de carro, especialmente com o Harry.

-Harry?

-Hum?- Ele respondo-me enquanto desvia os olhos rapidamente para mim e mordisca a unha do polegar. Os seus óculos estão colocados na sua cara e ele parece tão sexy como sempre. Chega a dar um tanto de raiva.

-Como é que foi quando tiraste a licença para conduzir?

Ao inicio quando me tinha contado como tudo acontecido tinha sido estranho andar com ele de carro, lembro de algumas vezes que o pé dele afundava no acelerador enquanto os pensamentos dele flutuavam através da sua cabeça.

-Hum, normal, quer dizer não precisei de fazer muitas aulas, ter dinheiro facilita-te as coisas.- Ele encolhe os ombros. Esta não era a resposta que eu queria, e ele sabe bem disso.

-Mas como é que te sentiste?

Ele encolhe os ombros e apoia ambas as mãos no volante. Algo me diz que é para ter a certeza de que detém o poder do carro.

-Um bocado assustado, lembro-me que das primeiras vezes a imagem do carro da minha mãe ás voltas vinha-me á memoria, mas depois fui combatendo isso...e claro o facto de ter carros tão bons para conduzir ajudou.- Ele ri-se na última parte.

Dinheiro hum? O meu primeiro carro nem sequer existiu, eu conduzia o dos meus pais, e foi difícil para obter a minha licença porque eu nunca queria que o meu pai me ensinasse, eu estava sempre a adiar, embora eu saiba que na Europa as coisas funcionam de maneira diferentes.

-Eu nunca tive um carro.- Riu-me para ele, e de repente a cara dele vale a pena. Os olhos chocados enquanto ele abaixa os óculos na cana do nariz.

-Estás a brincar?- Ele rouqueja.

-Não, não precisava de um. Fiquei maluca quando me deixaste conduzir o teu carro.

Ele ri-se e depois poisa a mão na minha coxa e aperta suavemente.

-És tão engraçada.- Ele diz e acelera ligeiramente.

-Ai sim?- Riu-me.

-Sim, porque és tão diferente de mim, fazes-me olhar para o mundo de forma diferente, agora mesmo com isso do carro, eu sempre tive carros e agora estás a dizer-me que adoraste conduzir o meu, é como mostrar-te coisas que sempre tive mas torna-las novas ao mesmo tempo, porque a tua felicidade vale a pena.

Engulo em seco com as palavras e penso quando se tornou aquele rapaz da universidade um homem assim?

-Que coisa romântica Mr.Styles.

Espeto-lhe um dedo na bochecha e ele tenta agarra-lo com os dentes.

A conversa flui até que começo a ver o transito aumentar e sinto vontade de fechar os olhos, o que faço realmente, porque ninguém merece ter que dizer adeus a água, calma e paz.

-O que se passa?- O Harry ri-se e eu abano a cara.

-Recuso-me a abrir os olhos, só quando chegarmos a casa.

Vision 3 - The SentenceWhere stories live. Discover now