Capítulo 6

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Nunca pensei muito em como morreria. Eu sempre ponderei pensar com cuidado no meu futuro, e pensar em como morreria não me parecia agradável.

Menos ainda era a ideia de pensar em como eu perderia meus pais. Nada que eu pudesse ter imaginado ou simulado em minha mente me prepararia para aquilo, absolutamente nada. Quaisquer sacrifícios que eu pudesse me dispor a fazer, todos de bom grado, nenhum deles significou coisa alguma quando o pior aconteceu sem que eu, em minha fraqueza e estupidez, pudesse impedir. Morrer no lugar deles era algo que eu teria aceitado de bom grado, e, no entanto, aquela opção nunca me fora dada.

Se eu soubesse que me mudar para Forks me conduziria pela trilha de tragédias em que eu agora me encontrava, eu jamais teria sugerido tal estupidez a minha mãe, pois tudo o que eu conseguia sentir era arrependimento por todas as decisões que haviam colocado Edward Cullen em meu caminho e destruído minha vida.

Charlie e Renée estavam mortos. James estava inconsciente, amarrado à uma cadeira na cozinha, recebendo outra dose de sangue de homem morto enquanto os outros não chegavam. Não havia nem sinal de Laurent ou Victoria nas redondezas. No fim, números não significaram nada.

Sentada em uma das cadeiras nos fundos da casa, eu só conseguia chorar. Se arrependimento matasse, seria eu quem estaria morta ali, e não eles.

– Cê tá legal? – ouvi Dean perguntar.

Eu só consegui erguer a cabeça para encará-lo.

– Desculpa, foi uma pergunta estúpida – ele tentou remediar.

– Algum sinal da Victoria? De Laurent? – enxuguei minhas lágrimas com as costas das mãos.

– Não. Alice disse que eles tomaram outro rumo. Parece que deixaram James pra trás pra valer.

– Isso não faz sentido – franzi o cenho.

– É, não faz. Eles provavelmente estão planejando uma forma de nos pegar desprevenidos e nos matar.

– O que vão fazer com o James?

– Carlisle disse que vai levá-lo para longe e matá-lo. Talvez isso atraia Victoria e Laurent e fique mais fácil de matá-los, também.

– E o que vocês vão fazer?

– Não tenho certeza ainda. Tem uma coisa que precisa saber.

Eu não gostei nem um pouco da cara tensa que ele fez.

– O que foi?

– Encontramos outro corpo na casa.

– Ai, meu Deus – baixei a cabeça, fechando os olhos. – Só pode ser o Phil.

– Quem é Phil?

– Meu padrasto. Nessa confusão eu me esqueci totalmente dele.

– Eu sinto muito, Bella.

– Isso tudo é culpa minha. Se eu não tivesse me envolvido com Edward...

– Não é culpa sua que um trio de sanguessugas decidiu matar pessoas por aí. Bella, eles já estavam matando muita gente antes que chegar aqui.

– Mesmo? – o encarei assustada.

– Nós perdemos as contas de quantas vítimas eles fizeram oficialmente, sem falar das que não foram atribuídas a eles. Não é culpa sua, tá legal? Não é. Eu acho... Que se Os Cullens não estivessem por perto, eles teriam matado muito mais. Odeio ter que admitir, mas os seus sanguessugas não são ruins.

– Não, eles não são. O que eu faço agora?

– Eles não vão morder nenhuma isca nossa tão cedo, sabem que seria burrice e já sabem que estamos todos os caçando. Você não pode ficar em lugares óbvios e não pode ficar sozinha ou eles vão te fazer de lanchinho. Tem algum familiar com quem possa ficar?

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