Capítulo 48

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Eu havia acabado de sair de um hospital, depois de atender às preces de alguns moribundos e de algumas crianças para lhes abençoar e os curar, quando meu celular tocou. Me assustei com o tom de voz desesperado de Dean.

– Amor, pelo amor de Deus, me diz que O Colt tá com você.

– Hã? Meu bem, eu tava num hospital, eu não podia entrar armada, e eu nunca toco no Colt, você sabe disso. O que houve?

Ouvi ele praguejar por meio minuto enquanto se afastava do telefone.

– Bella, acho melhor você voltar pro hotel com a gente – Sam falou comigo. – Acho que fomos roubados.

– Mas o que? Quem nos roubaria...?

Bufei irritada.

– Talbot?

– É o que achamos.

– Tô indo – desliguei.

Meses haviam se passado desde que esbarramos com aquela praga e eu tive esperanças de que ela tivesse nos esquecido, mas parecia que a ladrazinha não largava o osso de jeito nenhum.

Dean estava a ponto de ter um colapso quando cheguei, sendo acudido por Sam.

– Ela roubou a gente na cara de pau! Como que ela achou a gente?!

– Não faço ideia – dei de ombros.

– Eu falei que a gente não deveria deixar a arma no cofre do hotel – Sam reclamou. – Se a gente tivesse levado com a gente, isso não teria acontecido!

– Brigar também não vai adiantar, gente.

Para a nossa surpresa, o telefone fixo do quarto onde estávamos tocou. Nos entreolhamos sem entender, e, desconfiado, Dean tirou o telefone do gancho e atendeu. Ele logo fechou a cara.

– Eu quero de volta, Bela. Tem noção de quantas pessoas vão morrer se você fizer isso? Pegar a única arma que temos contra um exército de demônios e vender pra quem oferecer mais?! Mas eu sei que eu vou deter você – ameaçou. – Eu acho sim, lindinha, e sabe o porquê? Porque eu não tenho absolutamente nada melhor pra fazer.

Cruzei os braços ao ouvir aquilo, um tanto quanto descrente. Dean franziu o cenho, confuso ao ouvir algo que a outra disse, e então a porta do nosso quarto foi arrombada.

Meu espírito quase saiu do corpo com o susto que eu levei quando policiais armados apontaram as armas para nós e nos mandaram largar as nossas e deitar no chão.

– Sam e Dean Winchester, têm o direito de permanecerem calados ou tudo que disserem será usado contra vocês no tribunal – um dos policiais dizia os direitos deles enquanto eles eram algemados. – Vocês têm direito a um advogado e a presença de um advogado no interrogatório. Se não puderem pagar um advogado, têm direito a um defensor público.

Eu estava deitada de bruços no chão, de cabeça baixa e não ousava me mover.

– E aí, gente? – ouvi uma voz muito animada de um homem. – Há quanto tempo!

Confusa, ergui a cabeça para ver quem era. Eu não conhecia. Era um homem negro alto, careca, e com uma jaqueta do FBI. Parecia muito satisfeito consigo mesmo. Quando me notou, franziu o cenho.

– Estão sequestrando também?! – perguntou descrente. – Rapazes, vocês estão bem piores do que eu imaginei. Pode levantar, mocinha, você está segura agora.

Fechei a cara no mesmo instante, o encarando.

– Só falo na presença de um advogado.

O agente arqueou as sobrancelhas.

WaywardWhere stories live. Discover now