Capítulo 54

187 28 0
                                    

Estávamos preparando as armas e os cartuchos de sal quando ouvimos alguém bater à porta. Sam e eu rapidamente tínhamos as nossas armas apontadas para a porta quando Dean foi abrir.

– Senti seu fedor de longe – revirei os olhos.

– O que tá fazendo aqui, Ruby?

– Ah, então você que é a Ruby? Nunca tive o desprazer – Dean forçou um sorriso. – Some daqui.

– Ou o que?

– Ou eu te mato, imunda – a encarei.

– Eu não tenho tempo pra melodrama – ela forçou sua entrada no quarto, fechando a porta atrás de si. – Eu vim aqui avisar que tem um demônio perigoso na cidade. Vocês têm que ir embora agora mesmo.

– A gente já sabe do demônio – Sam revirou os olhos. – Estamos indo matá-lo.

– Com o que? Com as mãos divinas aí? – apontou para mim, no que eu apenas lhe mostrei o dedo do meio. – Vocês foram estúpidos o suficiente para perderem O Colt e acham que uma mera santa em início de carreira vai dar conta? O que faz vocês pensarem que vão conseguir chegar perto o suficiente pra fazer isso? Ou melhor: o que faz vocês pensarem que a santinha sobreviveria?

– Eu não sou assim tão fraca! – me defendi. – Se tá assim tão preocupada com a gente, deveria se juntar a nós, então!

– E arriscar a minha vida? Não mesmo. Aquele demônio vai te mastigar viva, garota, e deve estar bem ansioso pra matar o Sam.

– Por que acha isso? – Sam a encarou.

– Lilith te vê como concorrência, cabeça oca! Quando Azazel estava vivo, você tinha um fã clube, mas depois que as portas do inferno se abriram e Lilith saiu de lá, ninguém tá apostando em você! Todos querem te matar pra deixar a Lilith feliz, entendeu?

– Parece que andou pesquisando bastante – comentei azeda.

– É, eu faço o meu trabalho direto.

– Eu não entendo você – Sam se irritou. – Diz que não se importa, só se preocupa com o próprio pescoço e vem aqui pedir pra gente ir embora, aí quando insistimos em ficar e lutar, você fica implorando pra gente se mandar. Qual é a sua, hein? O que você quer da gente, afinal?

– Eu quero que matem a Lilith, quero que as coisas voltem a ser o que eram antes de ela voltar pro andar de cima, entendeu? E pra isso, tanto você quanto a santinha precisam ficar mais fortes, mas não farão isso se estiverem mortos!

Sam e eu nos olhamos por um momento.

– A gente não vai arregar, não, carniça – encarei ela. – Se não vai ajudar a gente, acho melhor meter o pé daqui.

Ruby revirou os olhos.

– O funeral é de vocês – nos deu as costas e sair.

– Sonsa – disse entredentes.

– Difícil acreditar que ela salvou a sua vida – Dean disse à Sam.

– É, paciência – Sam suspirou.

Terminamos de nos aprontar e seguimos para a casa de Renee, a loira que havia vencido todos os concursos de artesanato nos últimos três meses. Aparentemente, o pequeno grupinho de bruxas se reunia certas noites para falar sobre livros, um tipo de clube. Obviamente era apenas uma fachada.

Quando estacionamos a uma casa de distância da de Renee, ficamos observando, esperando. Elizabeth e Tammi, a que estava possuída, haviam chegado, e o marido de Renee havia saído. Em questão de alguns minutos, as luzes da casa começaram a se apagar, com uma fraca iluminação apenas, o que presumi ser luzes de velas.

WaywardOnde histórias criam vida. Descubra agora