Capítulo 43

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Sam estava mais do que impaciente, sentado em uma cadeira onde Dean o mandou ficar dentro do quarto.

Diga-se de passagem, estava insuportável de tão irritante por não poder fazer nada.

Dean havia descoberto o nome da pilantra, uma tal de Bela Talbot, e então falou com Bobby a respeito. Segundo ele, Bobby chegou a esbarrar com ela algumas vezes. Não era caçadora, mas se virava bem no meio. Uma ladrazinha de mão cheia, pelo visto.

Minha mão estava coçando pra dar uma sova naquela engraçadinha.

Senhor, dai-me paciência e lucidez, porque se me der mais coragem, eu mato.

A porta do quarto foi arrombada, deixando nós dois alarmados. Saquei a Glock rapidamente, o dedo no gatilho pronto para puxar nos dois invasores desconhecidos.

– Quem são vocês? O que querem? – Sam perguntou.

– Eu achava que seu amigo Gordon tinha me mandado aqui – disse o loiro mais velho, no que me virei pra Sam.

– Gordon Walker?

– O próprio – ele resmungou.

– Gordon me mandou aqui pra botar uma bala na sua cabeça, Sam, mas, sabe, agora tô vendo que na verdade eu tô numa missão divina.

Rapidamente me pus na frente de Sam.

– É mesmo, é? – o encarei. – Pois adivinha só, você não é o único.

– Gordon não me falou de você. É caçadora também?

– Sou bem mais que isso.

– Vai me dizer que é uma das crianças do demônio?

– Eu não trabalho pro demônio e nem o Sam.

– Eu não acredito nisso.

– Isso é problema inteiramente seu, senhor.

– Sam fez parte do plano do demônio pra abrir os portões do inferno.

– Sam não abriu o portão.

– E como sabe?

– Porque eu estava lá e matei o homem que abriu.

Os dois estranhos se entreolharam, surpresos em ouvir aquilo.

– É mesmo, é? – o loiro me encarou novamente.

– É, três tiros nas costas. Ele deve ter aproveitado que os portões estavam abertos e ido pra lá mais rápido, mas sabe o que mais? Eu sinceramente espero que Deus tenha perdoado ele. Aquele demônio apenas usou o coitado pra fazer o serviço sujo dele. No final, ele era só uma vítima.

– E por que está protegendo o Sam? Gordon me falou dos poderes dele, que ele é um tipo de monstro vidente maluco.

– Não, eu não sou mais – Sam respondeu. – Não tenho mais poderes, não tenho mais visões, nada.

– Mentira!

– Ele não tá mentindo – retruquei.

– Tem um exército de demônios lá fora querendo acabar com o mundo! Quem me garante que ele não sabe quando vão nos atacar?

– Eu não sei, tá legal?! – Sam respondeu irritado. – Nós também estamos procurando por eles! Olha só, o Gordon cismou comigo desde a primeira vez que me viu, mas eu não trabalho pro demônio, nunca trabalhei, nenhum de nós tá do lado deles! Eles querem nos matar e nós queremos matá-los!

– E como eu posso ter certeza de que tá falando a verdade?

– Porque se ele estivesse do lado deles, ele estaria morto há muito tempo – respondi em seu lugar.

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