Capítulo 32

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Malas prontas, carro carregado, e um café da manhã em seguida, porque não éramos de ferro. A cozinha estava em um silêncio danado, Sam claramente mal humorado por termos enrolado tanto, vulgo, partido pro terceiro round, sendo que Bobby estava nos esperando.

Dean e eu trocávamos olhares de cúmplices, segurando a vontade de rir da carinha de nervoso do coitado, mas ele logo sacou que tinha algo diferente rolando.

– Que foi? – ele nos entreolhou.

– A gente... – Dean pigarreou. – Tem uma coisa pra te falar.

Sam largou seu sanduíche de volta no prato, ficando muito sério de repente enquanto nos analisava.

– Não me digam que... Ai, meu Deus, eu vou ser tio? – abriu um largo sorriso.

Eu me engasguei com café, me levantando da banqueta enquanto tossia loucamente, tentando respirar direito.

– Caramba, eu acertei mesmo?! – Sam perguntou animado.

– Não, Sammy, pelo amor de Deus! – Dean me acudia nervoso, e então parou para me olhar com certo receio depois que eu parei de me engasgar. – Eu... Eu não vou ser pai não, vou?

– Que? Não, não! Jesus, vocês dois querer me fazer ter um troço?

– Vocês não vão ter um bebê? – Sam nos olhou e então foi como se uma flor tivesse murchado bem diante dos seus olhos. – Poxa...

– Não, Sam, ainda não.

Ainda não? – Dean arregalou os olhos.

– A gente pode debater sobre isso depois. Enfim, o que queríamos te falar é que a gente vai casar – e mostrei a mão com o anel de noivado.

– Finalmente! – ele ergueu as mãos pro alto, como se desse glória à Deus. – Amém, Senhor, minhas preces foram ouvidas!

– Você rezou pra isso acontecer? – perguntei confusa.

– Eu rezei pra vocês se entenderem, mas isso também é ótimo! – ele se levantou, e nos puxou para um abraço triplo. – Tô tão feliz por vocês dois!

– Obrigado, Sammy – Dean deu dois tapinhas nas costas do irmão.

Pelo menos durante o trajeto até o lugar onde Bobby havia dito para nos encontrarmos, o clima tenso não estava mais entre nós, o que foi ótimo. Seria uma boa forma de começar o dia, com bom humor.

Chegando lá, a primeira coisa que Sam fez foi contar a ele, o que nos deixou rindo de nervosos. Sam quase parecia mais ansioso do que nós mesmos. Estávamos esperando um sermão da parte do Bobby, e que nos chamasse de idiotas, mas ele também pareceu feliz em saber que iríamos nos casar.

Mas, prioridades primeiro.

Sinais do demônio eram escassos, mas os poucos que apareceram foram logo investigados por Bobby. Falhas na plantação e uma nuvem de cigarras em Lincoln, Nebraska, onde nos encontrávamos naquele momento, em uma das fazendas afetadas. O barulho de cigarras era quase insuportável de tão alto.

Nos armamos e fomos investigar a casa dos fazendeiros que parecia ser o marco zero. Dean bateu à porta, mas, como imaginávamos, ninguém respondeu, e logo ele precisou abrir a porta à força.

E quando a abriu, o cheiro que nos saudou foi nauseante. Eu podia jurar que era de gente morta, especialmente considerando o bocado de moscas que estavam voando lá dentro. Nos dividimos para procurar por pessoas na casa, mas se não fosse pelo cheiro de decomposição e as moscas, eu diria que aquela casa estava normal.

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