Capítulo 47

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Quando abri meus olhos, percebi que Dean já estava acordado tinha um tempo. Ainda estava com preguiça de acordar completamente porque havíamos festejado muito durante a noite.

– Bom dia, senhora Winchester.

Eu sorri ao ouvir aquilo.

– Bom dia, marido.

Ele se virou para mim, pondo um braço ao meu redor, me puxando para mais perto. Aquilo ali era tudo o que eu queria, tudo o que eu precisava. Só nos dois em uma cama, aconchegados um nos braços do outro em uma cama quentinha.

Tínhamos menos um problema com o qual lidar e isso já era o suficiente para me deixar dormir um pouco mais tranquila.

Tomamos um bom banho, aproveitando a jacuzzi, tomamos um café da manhã completo e então aproveitamos a piscina do hotel. Dean estava feliz da vida em nadar de um lado para o outro, parecia criança com brinquedo novo.

– Eu vou ficar mal acostumado – ele riu enquanto se sentava na beira da piscina. – Viver uma vida tranquila, normal... Parece tentador. Tô quase desistindo de caçar esses demônios chatos do caramba.

– É você mesmo falando? – baixei meu óculos de sol, o olhando.

– É, ué.

– Tava aqui pensando... – ele baixou a cabeça, olhando para o nada. – No que o padre falou. Sobre filhos.

Tirei meus óculos, me endireitando na cadeira de praia.

– Cê disse que nunca se imaginou mãe de ninguém, e... Tá tudo bem, normal. Você é bem mais jovem que eu, nem tinha que ter pensado nisso antes, mesmo. Mas eu... Já tem um tempinho que eu me sentia tentado a largar tudo, sabe? – me fitou. – Às vezes eu só queria viver a minha vida, sem ter que me preocupar o tempo todo em manter o Sam seguro. Queria que nós dois tivéssemos nossas vidinhas normais e chatas – riu sem graça. – Era pro Sam ter se casado com a Jess, ter feito a faculdade de Direito... E eu cheguei e estraguei tudo.

– Sei que não vai acreditar muito no que vou dizer, mas... Se a gente considerar que a mão do destino está sobre as nossas cabeças... Talvez, mesmo se não tivesse ido atrás dele, algo ainda teria acontecido. Talvez ela ainda tivesse morrido, afinal de contas, era tudo obra do Azazel – dei de ombros.

– Tá dizendo que tudo isso é obra do destino? Você não acredita em destino, Bella – franziu o cenho.

– É, antes não – crispei os lábios. – Mas com tudo que já aconteceu, seria ingenuidade minha achar que é tudo acaso. Sei lá – suspirei.

– Então, presumindo que você acredite que tudo que tá rolando com a gente seja o nosso destino... – ele pigarreou. – O que acha que vai acontecer quando eu morrer?

Eu o encarei por um tempo, pensando a respeito.

– Eu quero acreditar que os anjos vão nos ajudar a te tirar de lá, de alguma forma. Quero acreditar que eu não sou... Isso à toa, sabe? Que eu tô aqui por um motivo. Que Deus tá do nosso lado. Porque se eu não acreditar nisso... Eu acho que vou enlouquecer.

Dean desviou o olhar, assentindo.

– Não me leva à mal não, benzinho, mas acho difícil Deus estar do nosso lado, ou do lado de qualquer um. O mundo tá um caos, as pessoas tão se matando, tem centenas de demônios à solta, e nada do cara estalar os dedos e resolver alguma coisa. Acredito que os anjos existem porque eu vi, acredito em santos porque você tá bem na minha frente, mas Deus? Não... Não acredito Nele.

– Bem... É um direito seu não acreditar Nele. Mas talvez Ele acredite em você.

– O que te faz pensar isso? – me olhou.

WaywardWhere stories live. Discover now