Capítulo 15

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As coisas estavam cada vez mais estranhas. A médica havia colhido amostras de sangue dos corpos de pai e filho e, segundo ela acreditava, eles estavam infectados com algum tipo de vírus. Um vírus que deixava como rastro enxofre no sangue.

Não bastando isso, a mãe havia atacado a médica, tentando usar um bisturi para cortá-la. Bastou que Sam batesse sua cabeça com um extintor para que ela apagasse e então nós a trancamos em uma sala.

Naquele estranho meio tempo, continuei lendo o diário de John à procura de respostas, e quando Dean retornou, sem ajuda alguma, já que toda a cidade estava estranha e não havia nem sinal do xerife, o que concluí foi que John tinha uma teoria sobre Croatoan, uma teoria que fazia sentido com o que a doutora havia nos falado.

John acreditava que Croatoan era o nome de um demônio, que talvez também atendesse pelo nome de Dever ou Reshef, um demônio de praga e pestilência. Se ele estava por ali, poderia ser o responsável por infectar a cidade com um vírus demoníaco que deixava traços de enxofre no sangue dos contaminados.

Uma praga demoníaca, o que justificava as visões de Sam.

E nenhum deles jamais tinha visto coisa parecida, o que nos levava à pergunta de um milhão de dólares: como se combatia aquela coisa?

Segundo o sargento, um homem com quem eles haviam conversado chegando na cidade, quanto mais tempo uma passasse com a infecção, mais forte ela ficava, e logo todos os olhos estavam sobre Beverly Tanner, a mãe de família que havíamos trazido.

– Tá maluco? Não podemos matar ela assim! – protestei à Dean.

– Ela já tentou atacar a doutora antes – Sam me encarou. – Você viu, ela não é confiável, assim como o Jake e o pai dele não eram.

– Podemos deixar ela trancada, é só ninguém chegar perto dela! Não podemos sair por aí matando todo mundo sem antes tentar curá-los de alguma forma. Doutora, me ajuda aqui – encarei a médica. – Há algum tratamento que possamos tentar?

– Eu não sei dizer, eu nem sei ainda o que é!

– Bella, sai – Dean mandou.

– Não.

– Bella, a gente não tem escolha. Se ela se soltar e ferir alguém, já era, entendeu? E pode ser qualquer um de nós.

– Olha, garota, sinto muito, mas tem que ser feito – o sargento me afastou da porta.

Eu me recusava à ficar e ver aquilo. Saí da sala, em busca de algum pouco ar fresco para respirar, e então ouvi três disparos.

E de alguma forma, eu sabia que tinha sido Dean.

Eu estava ali para matar monstros, monstros, não pessoas, e ainda assim...!

– A gente tem que se preparar – ouvi Sam se aproximando. – Vem comigo, vamos pegar mais coisas no carro.

Apenas assenti, o seguindo para fora do consultório. Tiramos do porta-malas do Impala tudo que havíamos trazido, todas as armas e todas as balas, nossos facões, água benta, sal, rosários, e começamos a nos organizar, enchendo nossos pentes com balas.

Até mesmo a enfermeira estava surtando. Dava pra entender, a gente não podia continuar ali, e Sam também concordou. Precisávamos sair, mas o sargento percebeu que estávamos cercados pelo lado de fora. Não poderíamos sair a menos que tivéssemos algo maior com o que nos defender. Sam sugeriu que fabricássemos bombas caseiras.

Eu não estava exatamente entusiasmada com o fato de minhas aulas de química darem resultados naquele momento.

Então, outro susto. Um cara desesperado batendo na porta, pedindo para entrar. Um tal de Duane Tanner, o irmão do cara que eu tinha matado. Senti meu estômago revirar, mas não me manifestei. Dean, Sam e o sargento logo chamaram a doutora e ficaram de guarda para que ele fosse examinado, mas então perceberam que ele estava ferido.

WaywardWhere stories live. Discover now