Capítulo 37

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– Bella? Bella, pelo amor de Deus, fala comigo! Bella!

A voz de Sam me fez abrir os olhos. Eu me sentia sonolenta, de alguma forma exausta. Estava nos braços dele, ajoelhado no chão enquanto parecia me acudir.

– Eu tô bem – consegui falar depois de me sentir mais desperta, me sentando no chão. – O que foi que aconteceu?

– Você desmaiou quando entramos. O que tá sentindo?

Medo, pensei em dizer, mas não era bom assustá-lo daquele jeito. O arcanjo fora claro em dizer para eu manter segredo deles, mas considerando tudo que estava acontecendo, como eu poderia? Ao menos eles três precisavam saber a verdade. Que o segredo ficasse entre nós, mas que pelo menos eles soubessem e se preparassem para toda e qualquer complicação que pudesse ser gerada por ele.

– Eu tô bem. Precisamos... Precisamos nos reunir com o Bobby – fiz menção de me levantar, no que ele rapidamente se levantou primeiro e me ajudou.

– O que? Agora? Por que?

– Explicarei quando chegarmos lá – o encarei.

Me virei para trás por um momento, observando de longe o altar da igreja, e a imagem de Jesus Cristo na cruz. . Era preciso ter fé nos anjos e em Deus.

Encarei minhas mãos, pensando que elas agora não me pertenciam mais. À serviço Dele. À serviço do céu. Um... Soldado. Não. Santo Guerreiro. Quase soava algum tipo de blasfêmia quando eu pensava a respeito.

Mas se era isso que eu precisava ser para proteger a minha família, que fosse.

– Bella?

– Vamos, Sam – lhe dei as costas. – Temos trabalho a fazer.

Sam ligou para Dean, pedindo que nos encontrasse na casa de Bobby e eu dirigi sem paradas até Sioux Falls, Sam cochilando boa parte do tempo depois de perceber que eu não diria nada até que estivéssemos todos juntos.

Eu não me sentia cansada. De alguma forma, estava revigorada. Sentia como se pudesse passar a noite exorcizando as coisas feias e estava ansiosa para tirá-los do nosso caminho de um por um.

Alguma coisa... Estava mudando dentro de mim.

E deveria me assustar, deveria me paralisar de medo, mas eu não conseguia me incomodar com o que estava acontecendo na minha cabeça. Estava confiando em um grande plano que eu não conhecia e não entendia porque isso significava que no fim eles estariam salvos. Eu já podia ouvir Dean dizer que aquilo era loucura e todos os seus protestos, válidos e compreensivos.

Porque, é claro, para alguns, ter fé é algo insano.

Talvez Sam me entendesse e Bobby ficasse em cima do muro até ver as coisas dando resultados, mas Dean era óbvio: não concordaria com aquilo.

Mas não havia nada com o que concordar ou discordar. Não era uma opção. Eu havia feito um juramento. Não tinha escapatória. Eu precisava me concentrar no que tinha que fazer. O trabalho nos salvaria, eu tinha que me agarrar à aquilo.

Quando chegamos, eu acordei Sam, quase babando em sua camisa, roncando de boca aberta. Ele se assustou quando fechei sua boca.

– Chegamos, bela adormecida – o fitei por um momento.

Descemos do carro, sendo recebidos por Dean e Bobby na porta dos fundos. Nem um ''oi'', nem um ''bom dia''. Tratada como uma estranha, que reconfortante.

– Tem algum lugar na casa onde a gente possa conversar em segurança? – encarei Bobby, que semicerrou os olhos em desconfiança.

– Tem, sim. Venham comigo.

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