Capítulo 14

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Aquilo era...

Bem mais do que a minha rasa imaginação poderia supor.

Eu não tinha lido o suficiente do diário de John para saber daquilo, mas pelo visto, não havia muito a respeito escrito lá. Os segredos mais pesados dos Winchesters só existiam em suas memórias e agora eu fazia parte daquilo.

Mary Winchester foi assassinada pelo demônio de olhos amarelos, Sam, de alguma forma, tinha poderes psíquicos que estavam conectados ao demônio, tinha premonições da morte de outras pessoas. O caso que eles não sabiam se era um caso se tratava de uma visão que ele teve de alguém sendo morto em Rivergrove.

Alguém sendo morto por Dean. Ao que parecia, Sam não fazia ideia do motivo, e Dean achava que se havia matado alguém, tinha razão para isso ou não teria feito.

E eu não sabia o que pensar. Dean parecia não gostar nada do lance psíquico do irmão e Sam parecia se sentir deslocado e desconfortável consigo mesmo, afinal, não era uma coisa que ele escolheu ter, mas o clima dentro do Impala não parecia melhorar conforme as horas se passavam e o silêncio estava me deixando doida.

Me obriguei a cochilar durante boa parte da viagem. Ninguém parecia em clima de conversa e eu não sabia o que fazer para dissipar a tensão, então fiquei na minha.

Somente quando chegamos na cidade é que eles voltaram a se falar. Sam reconheceu um homem na rua, disse que ele estava em sua visão e Dean decidiu que deveriam falar com ele. Quando eu estava prestes a sair, ele colocou a mão na porta.

– Fica no carro, a gente não vai demorar.

Aquele não me parecia ser um bom começo de primeira caça, mas não protestei. Queria ver até quando as coisas ficariam daquele jeito.

Passaram poucos minutos conversando com o estranho antes de atravessar a rua de volta, e então algo em um poste chamou a atenção deles, fazendo-os voltar para o carro.

– A gente vai precisar de ajuda do Bobby – Sam me fitou.

– Por que? O que tá rolando?

– Tá escrito ''croatoan'' num poste bem ali – ele apontou.

– Croatoan? – a palavra me parecia familiar. – Não é isso que ficou escrito numa árvore como último sinal de vida da colônia Roanoke?

– Tá vendo só? – Sam encarou o irmão. – A Bella fez o dever de casa.

Dean apenas riu sem graça, dando de ombros enquanto pegava seu celular.

– Ué – franziu o cenho. – Tá sem sinal.

Sam pegou seu celular no bolso, constatando o mesmo problema. Assustada, procurei pelo meu em meu bolso da jeans e percebi que também não tinha sinal.

– Que diabos tá rolando? – os entreolhei.

– Não sabemos – Sam suspirou. – Talvez tenha alguma coisa sobre isso no diário do papai. Poderia dar uma olhada?

– Sim, claro – respondi enquanto tirava o mesmo da minha mochila. – O que vamos fazer agora?

– Vamos atrás do cara da visão do Sam – Dean deu a partida. – Não sabemos com o que estamos lidando, então precisamos de atenção redobrada, especialmente você, Bella. Se alguma coisa representar perigo, e eu digo qualquer coisa, não é pra pensar duas vezes, entendeu? É pra atirar.

Crispei os lábios, estranhando aquele tom da parte dele, assim como Sam.

– Papinho motivacional bacana, hein, irmão? – o mais novo o encarou.

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