Capítulo 50

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Nos dividimos rapidamente para nos preparar para o ataque. Sam pintava armadilhas pro diabo no chão em frente às portas, Nancy e o policial Amice de dividiram para rapidamente cobrirmos portas e janelas com sal grosso, Dean e Victor preparavam as espingardas com balas de sal, e eu gravava um exorcismo em latim para ser usado como plano B depois e transmitir pelos autofalantes da delegacia.

– Onde tá o meu carro? – Dean perguntou a Amice.

– Lá fora, nos fundos. Você não vai lá, vai?

– Preciso pegar umas coisas.

– Te dou cobertura – me ofereci, no que ele assentiu.

O policial entregou as chaves do Impala e nós dois corremos para fora. O tempo estava mais frio, o ar mais carregado, e o enxofre continuava fazendo meu estômago revirar. Mas o pior foi quando avistei uma nuvem de demônios à caminho. Quase vomitei ali mesmo, e apressei Dean para que entrássemos logo.

Assim que entramos, cobrimos a trilha de sal novamente e nos reunimos com os demais no centro da delegacia, na secretaria.

A nuvem nos atingiu com força total, todos eles tentando encontrar brechas por onde passar, a eletricidade reserva falhando por causa da interferência deles. A delegacia tremia com todos aqueles demônios fazendo força sobre nós.

Eu precisei me sentar por um minuto, me sentindo sufocada e enjoada com aquele fedor do inferno, além de toda a energia pesada deles, que começava a me afetar. Eu não imaginava que tantos demônios em sua forma crua fariam eu me sentir tão mal.

– Cê tá bem? – Dean se agachou à minha frente, segurando a minha mão. – Você tá gelada.

– Bella? O que houve? – Sam se aproximou.

– Eu só preciso de um minuto – respirei fundo fechando os olhos.

Um momento depois, eles finalmente se mandaram dali, mas eu sabia que nossa tranquilidade não duraria muito. Dean se afastou para dar aos três amuletos para evitar possessão enquanto Sam me alcançava um copo com água gelada para acalmar meu estômago. O trio se voltou confuso para nós.

– Mas e vocês? – Nancy nos olhou.

Sam e Dean mostraram suas tatuagens de pentagrama.

– Espertos – Henriksen se admirou. – E você?

– Eu sou tóxica para os demônios, eles nunca me possuiriam.

– Aquele lance de você ser santa é real? – Nancy perguntou surpresa.

– É – respirei fundo, me levantando.

– Mas como... Como se vira uma santa?

– Bem, eu não sou do mesmo tipo de santo da igreja – dei de ombros. – Sou de um tipo que precisa entrar em confrontos diretos. Sou a primeira do meu tipo a nascer em séculos, então... – dei de ombros novamente.

– Afinal de contas, como vocês se conheceram? – Henriksen perguntou enquanto se organizava com Dean para encher mais cartuchos com sal para as armas. – Você não tava lá no assalto a banco.

– Que não era um assalto, diga-se de passagem – Dean o corrigiu.

– E o que era, afinal?

– Tinha um metamorfo lá dentro – ele encarou o agente. – Sabe o cara que vocês mataram? Ele tinha uns parafusos soltos, mas era inofensivo. Ele só tava com medo – suspirou. – Era só uma pessoa comum que esbarrou numa coisa perigosa.

– Vocês estavam lá pra pegar o metamorfo e ele estava lá?

– Isso.

– Merda – Victor praguejou. – Eu me sinto um idiota com isso.

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