Capítulo 11

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Laura Pov

Se passou um mês desde que chegei em Portugal e siceramente eu estou odiando esse país maldito, cheio de pessoas cruéis e esnobes. E a pior de todas é Gisela Andersson, a filha do embaixador sueco, no último mês esse ser sem alma fez da minha vida um verdadeiro inferno.

Eu nunca sofri tanto bullying na minha vida, como estou sofrendo agora, esbarrar com ela naquele dia foi como travar guerra com um ditador vil, não tem motivo específico ou razão plausível, ela só quer ver meu sofrimento!

A mesma me chama de nomes terríveis, sempre que me ver me empurra ou manda alguém, teve uma vez aos uns dias atrás que quase quebrei meu celular, por causa disso. Ninguém da escola fala comigo, só os professores e olhe lá, ela fez questão de declarar guerra a qualquer um, que ouse sequer ser meu amigo.

Essa sociopata, má e narcisista, tem qualquer um na palma da mão, só porque a família dela é milionária, ela acha que pode me humilhar daquela forma. Mas como Deus mesmo na escuridão, ainda está comigo, achei um lugar seguro naquele ninho de cobras. A senhorinha que trabalha na biblioteca da escola, ficou com dó de mim e todos os dias na hora do almoço, ou quando temos um tempo livre, a mesma me deixa ficar com ela em sua sala de descanso.

A senhora Silva é muito gentil, é a única naquele lugar, que ainda tenta me proteger das maldades de Gisela. Desde que passei a me esconder lá, sempre levo lanche extra, para poder dividir com a mesma, é o mínimo que poderia fazer por sua bondade.

Nesse momento estou me arrumando para mais um dia de escola, coloco uma leg preta e um moletom cinza com o emblema da escola, não uso mais branco, amarelo, rosa ou qualquer tom claro, pelo menos não naquele lugar! Sempre que vou com uma roupa clara, alguém da turma de Gisela joga algum líquido em mim e mancha a minha roupa. Prefiro preservar as mesmas, melhor do que chorar toda vez que não consigo tirar a mancha da roupa...

A única coisa que ainda ouso usar, pois ninguém nunca mexeu com isso é enfeites de cabelo, eu amo acessório, mas nada muito extravagante ou exagerado, então sempre coloco um arco ou um laço. Hoje decidi fazer um coque alto e coloquei um belo laço verde água, mesmo depois do último mês torturante, aquela vaca não conseguiu destruir minha individualidade!

Depois de já estar pronta desço as escadas e vou até a cozinha, sendo recebida com um cheiro delicioso de pão de queijo, só pelo o aroma já sei que não foi meu pai que fez...

Tia Sophi _ Bom dia meu moranguinho, dormiu bem? _ A mesma se virou, com a forma na mão e colocou alguns pães de queijo pra mim. _ Você não parece nada bem moranguinho, aconteceu alguma coisa?

_ Bom dia tia, não aconteceu nada, só minha ansiedade que atacou ontem a noite! _ Mentir para a mesma, a parte da ansiedade é verdade, piorou muito desde que cheguei nesse país. _ Sabe como é, provas chegando, tirar notas boas e etc.

Tia Sophi _ Entendo, esse tipo de coisa causa muito estresse mesmo, mas não exagere tanto e se precisar conversar eu tô aqui, meu bem! _ A mesma deu um beijo em minha testa e logo em seguida, foi pegar suas malas...

_ Obrigado tia Sophi, quando você volta de viagem? _ Perguntei vendo a mesma descer como a bagagem, minha tia vai para a Alemanha, para poder ir a cerimônia de casamento de uma de suas amigas.

Tia Sophi _ Daqui a oito dias eu estou voltando, não posso ficar longe de você moranguinho, se não vai acabar morrendo de fome! Seu pai tem muitos talentos, mas cozinhar não é um deles!

_ Em falar nisso, cadê ele? _ Perguntei olhando pros meus dedos, não vejo o mesmo desde ontem a tarde. Desde que ele começou no novo emprego, não o vejo tanto, ele anda muito distante!

Tia Sophi _ Ele só está muito ocupado com o trabalho, sabe como seu avô é exigente! _ É o vovô é bem rígido, ele é aqueles caras da velha guarda, me admira o fato de ele ter oferecido ao meu pai um emprego em sua empresa e mais ainda de o mesmo ter aceitado.

_ Será que o vovô me arruma um estágio lá na empresa, gostaria de criar experiência e o dinheiro é bom também. _ Disse rindo, mas não pareceu ter graça para a tia Sophi, de repente ela ficou séria...

Tia Sophi _ Não! _ Disse vindo até mim... _ Fique o mais longe possível daquele prédio e dos negócios da família! _ A mesma parece preocupada, mas por que? É só uma firma de contabilidade o máximo que ia fazer, é pegar correspondência ou algo do gênero. Mas essa expressão que ela fez, indica que tem algo sombrio nisso! _ Me prometa Laura, que não vai entrar naquele prédio! Me prometa!

_ Tia, você está me assustando! _ Disse fazendo ela suspira e voltar a realidade...

Tia Sophi _ Desculpa moranguinho, só não quero que desperdice sua vida em um emprego que não ama! _ Disse se sentando de frente pra mim e pegando minha mão... _ Fugir deste terrível fardo a muito tempo, pena que seu pai não conseguiu o mesmo! _ Seu olhar ficou novamente distante por um momento, mas logo voltou a prestar atenção em mim... _ Você ainda canta? Poderia se tornar cantora, sei que amava cantar e sua voz é tão belíssima!

_ Não canto desde a morte da minha mãe! _ Falei meio sentida, mamãe dizia que seria uma artista incrível um dia, mas com a morte dela minha voz se calou.

Tia Sophi _ Adelina amava quando você cantava, ela sabia que você era uma estrela e que um dia todos veriam isso! _ Tem tanto pesar na minha voz, que não vejo mais razão para cantar. _ Ela não gostaria de ser o motivo da sua luz apagar!

_ Eu sei! É que, eu só não consigo mais cantar... _ Disse sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto.

_ Tudo bem moranguinho! _ Veio até mim e me abraçou. _ Só quero que ache algo que ame, sabe se quiser um emprego de meio período, você pode trabalhar comigo no restaurante. Mas já vou avisando que não terá preferência!

_ Pra mim está ótimo! _ Disse ainda em seus braços...

Tia Sophi _ Que bom, você pode começar quando eu voltar de viagem, aí eu te ensino o que terá que fazer! _ Disse soltando o aperto do abraço e indo pegar mais alguns pães de queijo do forno... _ Termine de comer, daqui a pouco terei que te levar pra escola e em seguida vou direto para o aeroporto, meu vôo sai às dez!

Continua...

A Nova Filha dos DuquesWhere stories live. Discover now