Capítulo 92

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Narração Pov

Não era só a mente da pequena vampira que assombrava sua dona, sua tia Sophi, que no momento está lutando pra não dormir dirigindo, tem pensamentos tão inquietantes quanto sua sobrinha, essa ansiedade era algo que as duas tinham em comum, algo que Sophia odiou ver pela primeira vez em Laura, pois sempre foi um dos seus piores martírios que roubou muito dela na juventude e não queria que a menina passasse pela a mesma angústia de sentir que está sufocando. A última vez que a mais velha realmente sentiu esse sufoco, foi quando descobriu da  morte de sua Moranguinho, apesar de agora ela saber que a menina foi salva graças aqueles que foi ensinada a odiar, na época aquilo estava a matando por dentro, afinal seu irmão só decidiu voltar pra sua terra natal, porque a mesma insistiu, sem contar que ao seu ver ela não deveria ter ignorado seu mau pressentimento...

Mas o que ela poderia fazer pela menina além de mantê-la por perto? Laura tinha acabado de perder a mãe e ela não podia ficar pra sempre no Brasil, Sophia tinha suas responsabilidades, essas que agora parecem tão fúteis para a mesma, porém na época ela não via dessa forma...

...

Ao chegar em Lucerne o sol nem havia nascido, as ruas estavam desertas e as lojas fechadas, ainda era por volta das cinco da manhã e como ela só poderia prosseguir depois de pedir informações, a portuguesa tirou o cinto de segurança e se escorou preguiçosamente em seu assento, se permitindo tirar um breve cochilo, só o suficiente para ludibriar seu cérebro e fazê-lo acreditar que ela descansou o necessário...

Não demorou muito pro sono que ela tinha evitado por tanto tempo, a tomasse totalmente assim que ela abaixou a guarda e em seu breve cochilo sua mente retratou a única coisa que Sophia mais ansiava...

Uma época em que tudo era muito lindo...

Sonho...

Laura era uma recém nascida e Rulio e Adelina estavam desmaiados em seus aposentos, já Sophia que obrigou o casal descansar um pouco, havia acabado de chegar de viagem, ela saiu de Portugal só para conhecer sua sobrinha antes de seus pais, a mesma não queria cruzar com eles...

Sophia _ Infelizmente você é a cara do meu irmão, mas ainda bem que puxou o narizinho da sua mãe, Deus sabe que isso irá te poupar de muita zoação, mas sabe, mesmo sendo parecida com ele vejo que você não vai ser nada igual a aquele boboca... _ A pequena riu do jeito escrachado que ela falou... _ Gostou desta palavra, é? Que sapequinha, sinto que você será minha pessoa favorita, só pelo seu bom humor já ganhou muitos pontos comigo e fico mais do que feliz por ter sido escolhida para ser sua madrinha, apesar de eu achar errado o fato de você mal ter nascido e já ser obrigada a se envolver ativamente em uma religião que nem foi você que escolheu para si, afinal é só uma neném, não escolheu isso pra sua vida, existirão muitas situações que você não terá poder de escolha... _ Suspirou se lembrando de si mesma... _ Mas saiba que você me têm e já te amo muito, por isso não deixarei te envolverem  nesse emaranhado de hipocrisia e pecados, vou fazer por você o que deveriam ter feito por mim e seu pai, que é te deixar o mais longe que eu puder de tudo que te leve a essa vida amarga e sádica de caçador de vampiros. Não vou permitir que a escuridão nasça em seu coração... _ De repente a bebê começa a chorar em seus braços... _ Não chore neném, se não vai acordar seus pais e eles vão tomar você de mim... _ Com o choro da menina aumentando, Sophia no desespero colocou a chupeta que havia comprado, na boca da bebê que sugou de imediato... _ Sua mãe que me perdoe, mas que ideia de jerico essa de não te dar chupeta... _ A mesma para de falar ao notar como as bochechas da menina ficaram avermelhadas pelo choro... _ Ahh que coisa adorável, parecem pequenos morangos, dá até vontade de te morder, é oficial... _ Beija uma de suas bochechas avermelhadas... _ Você é minha pessoa favorita Moranguinho!

...

No entanto as lembranças desse passado só existem em suas lembranças, pois o agora bateu no vidro de seu carro com hostilidade, era um guarda  que a alertou que não podia estacionar o carro ali e que a mesma tinha somente vinte minutos antes de ele multá-la. A portuguesa que somente se desculpou e murmurou um " já estou saindo... " da forma mais indiferente e sonolenta que aquele senhor já tinha visto em sua vida, o mesmo deu de ombros achando que é uma turista bêbada qualquer  e lhe alertou novamente, logo voltando pra sua ronda.

Já Sophia, ainda de olhos fechados tateia o porta luvas em busca de seus remédios, para as terríveis dores que o estresse, privação de sono e má alimentação lhe causaram, ao encontrá-los ela destaca dois comprimidos e engole de uma vez, sem nem ao menos a ajuda de um gole de água. E naqueles poucos minutos que esperou o medicamento fazer efeito, pode sentir seu corpo suavizar, não era o ideal, porém o suficiente para despertá-la e fazê-la se recordar de seu objetivo, buscar informações...

Sophia se espreguiçou e finalmente abriu os olhos, não demorando muito para ligar o carro e dar partida, de relance ela olhou para as hora na tela do rádio e pode ver que ainda não passavam das seis, logo notando que nenhum estabelecimento ao seu redor estava aberto, mas a portuguesa não ligou muito e se pôs a vagar pela cidade em busca de qualquer lugar que esteja aberto...

Continua…

A Nova Filha dos DuquesWhere stories live. Discover now