Capítulo 55

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Rulio Pov 

Em menos de um ano eu perdi os dois amores da minha vida, minha amada esposa deve estar me xingando lá do céu, depois da sua morte eu fiz tudo errado, voltei ao meu país natal em busca de um recomeço, mas esse lugar só me trouxe desgraças. Eu acho que o carma finalmente bateu na minha porta e ele cobrou bem caro, minha menina, minha única filha, o fruto do meu amor por Adelina, agora está morta e é tudo minha culpa.

Nessa noite fresca de primavera, visito seu túmulo vazio mais uma vez antes de ir para a Alemanha fazer uma coisa que sempre ficará em minha consciência. Talvez tenha sido melhor que Laura fosse morar no céu com a mãe, não suportaria a ideia de ela descobrir o monstro que sou!

_ Olha querida, eu trouxe suas flores favoritas, Flor de Louro da Montanha, foi quase impossível achar não é muito popular, mas eu achei! Tudo para a minha princesa! _ Digo me sentando ao lado da lápide... _ Sabe Laura, eu sinto muito devia ter ouvido sua tia, ela tentou me avisar que algo de errado estava acontecendo, sei que agora é tarde demais, no entanto insisto em te pedir perdão! _ Sem permissão algumas lágrimas começam a cair... _ Me perdoe por ter sido negligente, me perdoe por aquele tapa, me perdoe por não ser um bom ser humano e não poder te encontrar no céu. Eu fiz coisas na minha vida que nunca me orgulharei e nas próximas semanas farei outras piores ainda, nenhum Deus me permitiria entrar no paraíso, então me perdoe por não poder ver você e sua mãe novamente e saiba que eu te amo minha filha, espero que seja feliz onde quer que esteja!

Me levanto e deixo o buquê ao lado da lápide, com pesar no coração olho uma última vez pro seu túmulo e em seguida vou pro meu carro...

... 

Ao chegar em casa ouço Sophia gritando da cozinha, vou até lá e a vejo andando de um lado para outro, sendo bem rude com o cara que está conversando pelo telefone...

Sophia _ Eu gastei uma fortuna para você achar o corpo da minha sobrinha e você quer desistir agora? Vai a merda idiota, você nem adentrou tão fundo... Não me importa se a correnteza quase te levou... Eu não estou histérica... Não ouse falar para eu ficar calma... Okay então, posso achar outro mergulhador... Você está demitido! _ Desliga o telefone e o bate com força na bancada, desde o velório ela anda com raiva de tudo e de todos...

_ Se bater mais forte vai quebrar! _ Falei entre risadas desajeitadas, só tentando descontrair o clima...

Sophia _ Não me enche o saco Rulio, não estou com paciência para você hoje, então saí da minha frente! _ Diz estressada enquanto guarda a louça...

_ Olha, eu sei que as coisas mudaram desde a mort... _ Ela me interrompe...

Sophia _ Não, não ouse falar dela, se não eu prometo que te dou uma surra, estou me segurando há semanas para não te dar um soco! _ Se para ela se sentir melhor, eu tenho que apanhar que assim seja!

_ Você mesma sabe que é bom conversar sobre isso, eu entendo, você está com raiva do mundo e é compreensivo, mas você não pode ficar correndo atrás de um corpo que já virou comida de peixe... _ Sinto ela socar o meu rosto, doeu mais do que eu esperava, será que ela ainda treina?

Sophia _ Isso é culpa sua! _ Ela me deu outro soco e acabo caindo no chão... _ Seu idiota manipulável! Não vê que nosso pai está te usando que nem antigamente? Se você tivesse me escutado ao invés dele, a moranguinho ainda estaria viva, você quebrou a promessa que você fez a Adelina, você voltou a fazer crueldades...

_ Tecnicamente eu só dou as ordens, os cientistas que fazem o trabalho sujo... _ Ela chuta as minhas costelas...

Sophia _ Seu sociopata nojento! _ Chuta novamente... _ Pelo menos a moranguinho, não terá o desgosto de descobrir quem é o pai! _ Com essas palavras ela começa chorar... _ Eu sinto tanta falta dela, sabia que o quarto dela ainda tem cheiro dela?! _ Se agacha abraçando as próprias pernas e começa a chorar...

_ Aquele cheiro de perfume de bebê, ela amava usar se pudesse tomava banho só disso! _ Me sento com dificuldade ao lado dela, acho que ela quebrou uma costela minha...

Sophia _ É, lembra aquela vez quando ela tinha sete anos e ela achou os peixe do aquário fedidos e jogou o frasco inteiro de perfume, os peixinhos sobreviveram por um milagre! _ Disse com um leve sorriso no rosto...

_ Porém o aquário ficou cheiroso! _ Ri com a lembrança... _ Depois daquilo Adelina nunca mais quis ter peixe, ai adotamos o Lilico, lembra dele?

Sophia _ Claro, fui eu que dei pra ela, Laura amava aquele cachorro, vivia levando ele pra tudo que é lado, até levou uma vez escondido para escola! _ Rimos justo pela primeira vez em tempos... _ É perda de tempo ficar procurando o corpo dela, né?

_ É sim, sinto muito! Queria poder voltar no passado e mudar tudo! _ Falo entre suspiros...

Sophia _ Mas você não pode, porém você pode me ajudar a deter nosso pai! _ Diz se levantando...

_ Como assim? _ Pergunto confuso, me pondo de pé com dificuldade, ela realmente deve ter quebrado minha costela!

Sophia _ Eu estou pisando em ovos contando isso pra você, mas depois da morte da moranguinho eu percebi que nossa família está pagando pelos nossos pecados, com isso fiquei ciente da terrível dívida que temos, eu quero acabar com essa organização, não é certo o que eles fazem e você sabe! _ Disse séria...

_ Você está doida? Gideão vai nos matar, sabia que aquele lunático é o chefe agora? Ele é pior que o pai dele, lembra as mães vampiras que estavam em cativeiro? No dia da sua posse ele matou todas a sangue frio, o cara é assustador! _ Ela tá maluca se acha que vou pisar no calo do Gideão...

Sophia _ E você acha que eu não sei que o cara tem um parafuso solto? _ Pergunta retoricamente... _ Eu literalmente abandonei ele no altar, por esse e diversos outros motivos! Como eu desprezo aquele cara, se ele é o chefe agora vai ser mais difícil derrubar tudo...

Continua...

A Nova Filha dos DuquesWhere stories live. Discover now