Capítulo 24

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Narração Pov

Nessa noite escura de primavera, o pavor percorre a alma da pequena adolescente de 16 anos, a escuridão e o medo estão sendo seus piores aliados, encolhida debaixo do balcão de atendimento, Laura reza a Deus que o telefone antigo funcione. Porém com a queda de energia o mesmo está mudo, então tudo que lhe resta é tentar voltar pro seu quarto e pegar seu celular...

Laura juntou toda a mínima coragem que habita em si e começou a engatinhar devagarzinho até seu quarto, já no corredor ela viu luzes de lanternas, então logo se escondeu novamente. É Gisela, está a caçando como uma raposa faminta, que vive em busca de sua presa fujona.

A sueca tomou um enorme ódio pela indiazinha, sua alma cruel está cheia de amargura e tristeza, afinal é quebrada como porcelana que caiu de uma estante, então em sua mente doentia, ela deve quebrar os outros também. A mesma pretende dar uma lição que irá aterrorizar a vida da brasileira...

...

Laura Pov

Ouço a voz medonha de Gisela um pouco distante de mim, não tem outra escapatória a não ser chegar em meu quarto, mas com ela e sua turma me procurando vai ser complicado. Eu nem sei o que irão fazer comigo e não vou ficar aqui para descobrir, estou segurando meu choro o medo em mim é constante, será assim pra sempre?

Uma vida onde eu perco quem amo e alguém me odeia por simples capricho, ou talvez ela só seja racista, mas ficar me torturando dessa forma é tão bárbaro e não vou suportar isso por muito tempo. Assim que eu voltar para casa sairei dessa escola, qualquer lugar seria melhor que esse inferno.

Quando as vozes já estão um pouco mais distantes, aproveito o momento e saio de trás da enorme planta, engatinho sorrateiramente até o corredor do meu quarto. Quando finalmente vejo a minha porta, sinto alguém me levantando pelos cabelos...

Gabriel _ Te achei vadia! _ Diz furioso, o mesmo dessa vez não me joga em suas costas, mas sim me arrasta pra fora pelo cabelos.

_ Me solta Gabriel, está doendo! _ Dessa vez as lágrimas caiam constantemente, ele me arrasta cheio de ódio dentro de si. _ Por favor, pare! _ implorei entre meus lamentos...

Gabriel _ Cala boca mestiça! _ Gritou logo me assustando. _ Eu estava até com dó de você, mas quer saber, que se foda! Tomara que se afogue! _ Disse ressentido, dessa vez ele me arrastou até a porta dos fundos...

Do lado de fora tem um monte de pessoas, mas está escuro demais para identificar eles. Logo Gabriel me joga com tudo no chão, sinto os meus joelhos baterem com tudo no piso áspero, começo a ouvir risadas à custa do meu sofrimento...

Gisela _ Legal, finalmente acharam ela! _ Veio em minha direção animada, sério, essa garota é muito doente das idéias... _Você é escorregadia, né indiazinha!

_ Me deixe em paz Gisela, você já não me machucou o bastante hoje? _ Tentei me levantar, para demonstrar coragem, mas logo alguém me força a ficar de joelhos novamente.

Gisela _ Você é muito ingrata mestiça, te trago aqui para te fazer um favor e você me trata assim? _ Vem se aproximando de forma debochada. _ Sabe, chegou ao meu conhecimento, que você foi a única, que não entrou no lago. _ Ao ouvir isso, foi quando percebi onde estou... A escuridão não me deixou ver, mas agora compreendo, eles vão me jogar no lago!

_ Gisela, por favor não! Eu te imploro tudo menos isso! _ Eu tenho pavor de lugares assim, eu vou acabar entrando em desespero se me jogarem lá! _ Eu nem sei nadar! Quer me machucar? Faça qualquer coisa menos isso! _ A mesma riu de forma estridente...

Gisela _ Implorando de forma tão patética, só me faz querer mais te jogar lá! _ Ela manda Lucas e Gabriel me levantarem... _ Você não vê mestiça? Estou te ajudando a superar seu medo! _ Não aguento mais ver sua cara cínica... _ Jogue ela na parte funda...

A Nova Filha dos DuquesWhere stories live. Discover now