Capítulo 40

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Laura Pov

Papai desceu comigo até a sala de estar e me deixou sentada no sofá, logo o mesmo sai do meu campo de vista, provavelmente foi buscar meu mamar, então só deitei e fiquei olhando pro alto teto do cômodo, hoje o dia foi tão agitado que me permitir fechar os olhos, só um pouquinho. Por um tempo estava tudo calmo, até sentir algo encostar de leve em meu nariz tento ignorar, mas o toque é constante então decidi abrir os olhos e a minha frente está uma mulher asiática de cabelos curtos, nunca tinha visto ela antes...

Desconhecida _ Que bom, você está acordada! _ Sorrir divertida... _ Mau cheguei e você já aprontou bastante, né!

Papai _ Deixe minha filha quietinha, Antônela! Ficar cutucando ela é falta de educação! _ Essa é a irmã do senhor Harry? Pensei que ela morava na China... _ Aqui mocinha, não quero ver nenhuma gota! _ Ele me entrega a mamadeira e sem demora a coloco na boca, eu realmente estou faminta...

Tia Antônela _ Dárius, eu já tenho que ser elegante vinte quatro horas por dia, estou de férias meu caro! _ Diz se jogando ao meu lado no sofá, ela parece ser legal... _ Você não é o único que tem deveres de um clã para cumprir, depois que Daiyu foi embora eu fiquei com o fardo. _ Fico observando a conversa deles... _ Entretanto, agora eu não estou na China, então toda essa elegância exagerada ficou lá. Eu só quero conhecer minha sobrinha, descansar um pouco e dar os presentes que trouxe!

_ Pesentis? _ Olho curiosa pra ela, fiz menção de tirar a mamadeira, mas papai me olhou sério, então voltei a mama em silêncio...

Tia Antônela _ Ficou curiosa, né neném! _ Aceno em confirmação. _ Eu trouxe doces típicos, uns vestidos lindos, alguns ingredientes para fazer um almoço bem característico amanhã e diversas outras coisas, a alfândega quase não me deixou passar! _ Se aproximou de mim e sussurrou... _ Pois digamos, que um dos presentes é meio grande e um pouco perigoso, do tipo que o senhor burguês ali não vai gostar!

Papai _ Eu ouvi isso! _ A olhou sério... _ Já vou avisando, se eu ver que ela corre perigo, eu vou confiscar e tacar fogo no negócio!

Tia Antônela _ Não é nada demais, eu e o Harry vivíamos brincando com isso quando éramos recém-transformados e nunca morremos ou nos machucamos gravemente, mas teve aquela vez... _ Ela é interrompida, por Beijinho que vem correndo em minha direção, ele tá mais branquinho do que antes e tem lacinhos azuis em sua pelagem...

_ Beijinho! _ O pego no colo, deixando a mamadeira de lado e aproximo meu nariz dele... _ Você está tão cheiroso, com aroma de baunilha...

Dada _ Aproveite, pois foi difícil deixar ele assim! _ Apareceu na sala todo molhado... _ Você tinha que deixar ela ficar com a raposa, né?

Papai _ Depois de tudo, eu não poderia devolver para a Madame Ellen, já foi frustração demais só aquela cena lamentável! _ Moral da história, eu nunca mais vou fugir, eles realmente ficaram bastante magoados com tudo, sem contar o estresse que foi...

Dada _ Tudo bem, já foi! _ Ele olha em minha direção... _ Você colocou vermelho nela? Os pijamas rosas são mais fofos!

...

Já no dia seguinte acordo como de costume cedo demais, minha insônia anda atacada, sem contar os pesadelos que sempre tenho em certo momento da noite, uns são com o dia que eu morri, é tão sufocante reviver aquele momento. Não tenho um sonho decente desde que fui afogada, sei lá, mas parece que meu corpo não quer deixar eu esquecer.

Como não posso sair do quarto até alguém vim me buscar, me sento na poltrona de coelho que está de frente para a enorme janela e fico observando a linda vista das montanhas suíças, aqui é tão calmo e bonito. Mas ainda sinto saudade da minha família humana, será que meu pai sente a minha falta? Talvez não, eu era um estorvo para ele, o mesmo disse que eu era um problema, nem deve sentir minha falta.

Não importa mesmo, ele que estava errado, mas eu sinto falta da tia Sophi, eu sempre considerei ela como uma segunda mãe, lembro que quando a mamãe morreu, ela se afastou do seu comércio por três meses só para poder ficar ao meu lado naquele momento difícil e quando meu pai decidiu voltar pra Portugal, ela fez questão de ceder sua casa para moramos com ela. Agora eu perdi minhas duas mães e toda a minha antiga vida, eu gosto daqui, mas ainda dói essa saudade constante!

_ "Naquela mesa ela sentava sempre e me dizia sempre o que é viver melhor... "_ Começo a cantar uma das minhas músicas favoritas, minha vó por parte de mãe sempre cantava, para matar a saudade daqueles que se foram... _ "Naquela mesa ela contava histórias que hoje na memória eu guardo e sei de cor. Naquela mesa ela juntava gente e contava contente o que fez de manhã. E nos seus olhos era tanto brilho que mais que seu filho eu fiquei seu fã..." _ Essa música me faz lembra delas! _ "Eu não sabia que doía tanto, uma mesa num canto, uma casa e um jardim se eu soubesse o quanto dói a vida essa dor tão doída não doía assim, agora resta uma mesa na sala e hoje ninguém mais fala do seu bandolim..." _ Não sei em que momento comecei, mas estou chorando... _ "Naquela mesa 'tá faltando ela e a saudade dela 'tá doendo em mim... Naquela mesa 'tá faltando ela e a saudade dela tá doendo em mim..."

Tia Antônela _ Nossa, você canta tão bem! _ Me assusto com sua fala e rapidamente limpo minhas lágrimas, em uma tentativa falha de esconder que estou um pouco triste... _ Não precisa disfarçar, só pela letra da música dá pra notar que você está triste! Quer conversa sobre isso? _ Nego com a cabeça. _ Tudo bem, eu respeito isso!

_ Obrigada, tia Antônela! _ A Abracei ela repentinamente, a mesma ficou surpresa, mas logo retribuiu...

Continua...

A Nova Filha dos DuquesHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin