+pluvia+

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Após a reunião, cada um dos cinco companheiros de luta rumou para um lugar diferente. Yugyeom e Bambam decidiram tirar um tempo para descansarem. Jinyoung prontamente foi ao encontro de seu irmão. Queria tentar convencê-lo de ajudá-los, fazê-lo ver o que estava acontecendo e o que seu pai provocara com tanta crueldade.

Já Jackson e Mark para que se sentaram à lareira da grande biblioteca da sede dos protetores. Desde o final da reunião, o protetor parecia inquieto. As nuvens lá fora pareciam pesadas, como se enunciassem as mentes nubladas dos dois. Começava a esfriar.

Apenas o som da madeira crepitando no fogo podia ser ouvido. No entanto, era ensurdecedora a quantidade de pensamentos que cada um tinha.

Observando as prateleiras altas repletas de livros, Mark lembrou-se de Jaebum e de quando os dois descobriram pela primeira vez acerca do manuscrito que falava sobre o sangue real. Hoje, viviam a realidade dita naquele livro.

Jackson pouco a pouco estava despertando seus poderes. Ele era almejado, forte. Ao mesmo tempo, sofria por isso. Mark sabia que o protetor tinha muita responsabilidade nos ombros. Em contrapartida, ele se perguntava qual seria seu papel.

Para ele, Jackson dava muito mais a si do que recebia dele. Seu sangue, seu cuidado, sua força. Era sempre ele a ir em missões, a colocar-se a frente, a não ter medo de correr perigo para defender o que é certo.

Às vezes, Mark costumava pensar se poderia fazer mais por ele. Ser mais. Lutar ao seu lado. Ainda havia muitas coisas que não sabia sobre si, mas partilhava o mesmo sentimento de Jackson de querer ficar mais forte.

Nesses dias em que passaram separados, esse pensamento fora tão forte que chegava a angustiar. Sentir tudo o que sentiu sozinho, sem poder ter Jackson perto dele, ou sem ao menos poder ter tido a chance de protege-lo, de ter vivido aqueles dias perto dele...tinha sido tão difícil. Mas devia estar difícil para Jackson, também. Então, mesmo tendo ele a seu lado agora, ele não queria falar sobre.

—As vezes... —a voz do protetor, sentado ao seu lado em um dos sofás, chegou a seus ouvidos. Parecia trazer implícita um sentimento que não conseguiu identificar.— Sinto como se estivesse despertando antes de abrir os olhos, como se já soubesse das coisas, sem entender o porquê...

O vampiro ajeitou-se no sofá, tentando ver melhor o rosto alheio, que trazia uma expressão densa, preocupada.

—As coisas têm acontecido rápido demais...—tentou consolá-lo. —Você tem feito o que pode. —tocou as mãos dele, assustando-se ao perceber que estavam tremendo. —Jackson...

—Ao mesmo tempo, sinto que com a força que tenho agora, não tenho confiança para ir até a terceira zona.

Mark não fazia ideia do que ele estava pensando. Ele, sozinho, havia controlado e trazido Jin até lá. Havia o enfrentado, ajudado seus colegas e conseguido fazer com que o líder da sexta zona se unisse a eles. Como ele ainda poderia dizer que não tinha confiança?

—Por que...você está dizendo isso? —perguntou, cauteloso.

Quando os olhos de Jackson encontraram por fim os seus, pareciam se questionar sobre dizer ou não o que estava acontecendo. Como se ele estivesse procurando as palavras certas.

—Na fronteira...eu e Jin lutamos corpo a corpo. Eu estava com tanta raiva. No meio de tudo, eu consegui controlá-lo, mas não sei muito bem como. Era como se eu soubesse o que fazer e só fizesse. Era estranho. Isso se repetiu quando...dei meu sangue a Yugyeom, para que ele se curasse de uma mordida de vampiro. Eu não sabia se daria certo, mas no final, meu sangue foi como um antídoto ao veneno.

RegiumWhere stories live. Discover now