+ pro delicto+

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—Não consigo. —Youngjae bufou, pela terceira vez.

—Tem que se concentrar em um único caminho. Os cheiros mais fracos são os que cobrem a atenção do mais forte, porque eles se misturam. —Jackson disse, fazendo o vampiro suspirar. —Mais uma vez.

O mais novo assentiu e afastou-se um pouco de Jackson, que mascarava-se com ervas dentro da tenda onde ficava uma espécie de estufa das folhas de insomnia. Youngjae fechou os olhos novamente e tentou se concentrar.

Tivera a ideia brilhante de pedir para Jackson ensiná-lo a desviar-se das confusões no olfato que as ervas dos protetores causavam, para que assim pudesse localizar invasores mascarados em suas patrulhas. Se Jackson o ensinasse ele poderia ensinar a todos do clã na fronteira. Com os Valok tendo o desconhecimento de que eles sabiam como driblar essa espécie de tática, estariam em vantagem.

Jackson procurava-se concentrar ao máximo em seu objetivo, para tentar acalmar o turbilhão que estava sua cabeça. Mark, depois da situação em que ouviram as vozes ancestrais em latim, lhes fazendo sentir o que representavam, desmaiou em seu colo. O loiro se encontrava desacordado a pelo menos cinco horas, mas Jackson sentia que apesar disso, ele estava bem agora.

—Estou esperando, Youngjae. —começou a caminhar pelo entorno do vampiro, focando novamente em ensinar o vampiro.

—Seu cheiro está mudando de lugar... —concluiu, falando baixo.

—Muito bem. —sussurrou, sorrindo mínimo. —Não vou lhe dar mais nenhuma instrução, apenas me procure.

Começou a caminhar novamente em meio às ervas, mas percebia que Youngjae era o tipo de pessoa que aprendia as coisas fácil se não desistisse nas primeiras tentativas. Era só questão de deixar a teimosia lhe tomar conta.

O vampiro aproximava-se de Jackson, por fim tocando seu ombro, abrindo os olhos.

—Consegui. —abriu um sorriso enorme.

—Você foi bem. —Jackson sorriu. Youngjae era o tipo de pessoa que faz as outras sentirem-se a vontade mesmo não se conhecendo a muito tempo. Por não se sentir julgado, como Yi Ahn fazia consigo desde que pisara ali, simpatizava mais novo.

Sentiu uma pontada de dor na cabeça, de repente, então apoiou-se em uma das bordas das estruturas nas quais as plantas eram plantadas. Não sentia que Mark estava em perigo, no entanto. A dor fora algo meramente físico.

—Você perdeu muito sangue... —Youngjae apontou para o curativo no pescoço do protetor. —Não devia ter te pedido para me ensinar se ia se forçar assim.

—Tem uma tina com todo o sangue do seu corpo na tenda ao lado, nem por isso você desistiu do seu objetivo de aprender algo que é em favor de todos. Não se preocupe comigo, já que meu objetivo é igual ao seu.

Youngjae sorriu mais uma vez. Sorrir parecia já uma parte de seu ser, ao ver de Jackson.

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Mark acordou um tanto assustado. Respirou fundo, sentindo seu corpo mais forte e mais leve. Não sentia nem menos o mínimo resquício de sede. Por um segundo, levantou-se de forma brusca da cama, chamando a atenção de Jaebum, que se encontrava lendo um pequeno livro numa cadeira ao lado de sua cama.

—Mark, tudo bem? —o amigo perguntou, se levantando de prontidão.

—J-Jackson... —foi tudo o que conseguiu dizer.

—Ele está com Youngjae, está tudo bem.

—Ele está bem? E-Eu... —tocou sua cabeça, lembrando-se da sensação que sentira ao tomar o sangue do protetor. Arregalou os olhos por um segundo. Jackson era aquele quem possuía o sangue real e mais do que tinha noção, Mark sentia isso. Eles estavam conectados, destinados um ao outro. E na ausência de Jackson, mesmo que Mark não o amasse de fato, agora mais do que nunca, sentia-se perdido. Perdido também pois haviam muitas incógnitas e confusões em sua mente que lhe deixavam aturdido.

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