+ suffragium+

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Jinyoung já caminhava a horas, quando finalmente achou a localização escondida do ponto estratégico da fronteira Leste. Existiam várias tendas ali, em sua maioria verdes e grandes. Uma delas era branca e outra tinha uma cor mais escura.

Ouviu um barulho atrás de si e sentira um cheiro familiar. Um cheiro que se antes sentira de forma sútil, por estar mascarado a vários outros, agora sentia de forma clara.

Antes que pudesse pensar duas vezes, o dono dele empunhava sua lâmina afiada próxima à seu pescoço. Assustou-se, pensando em como alguém podia ser tão sorrateiro e rápido daquela maneira.

Sabia que teria de respirar fundo e tentar explicar sobre o porquê um descendente direto de quem estava tentando tomar o clã Tuan se mostrara ali, sozinho. Ele sabia que seria difícil ganhar a confiança de todos ali. Engoliu em seco quando sentiu a lâmina encostar-se em sua pele, mas não a cortando.

—Eu sei quem você é.—a voz grave e de certa forma atraente adentrou os ouvidos de Jinyoung.

—Se sabe quem eu sou, então porque não me mata?—respondeu baixo, não se movendo nem mesmo um milímetro.

Jackson ficou totalmente quieto, por um momento. Estava surpreso. Tinha ouvido exatamente a mesma coisa antes, em seu sonho. "Se sabe quem eu sou, então porque não me mata?"

—Você...—sussurrou, deixando o outro confuso.

—Jackson!—um loiro aproximou-se, junto com outros dois vampiros. Jinyoung olhou para eles com certo receio. Sabia que seria difícil convencê-los de que estava ali sem segundas intenções.

—Está tudo bem, Mark. Parece que é só ele que está por aqui.—o que o mantinha preso respondeu. Então seu nome era Jackson...

—Se não quiser que nós te forcemos a dizer algo, acho bom você fazer isso por si mesmo— um ruivo encarou Jinyoung. Este último se lembrava dele, de muito tempo atrás. Um Im.

—Eu direi à vocês tudo o que precisam saber, então não precisam fazer nada contra mim. Não sejam iguais a aqueles lixos e ficarei do lado de vocês.—Jinyoung respondeu, levantando as mãos em sinal de rendição.

—O quê?—Mark se questionou.

—Você...o seu clã matou toda a minha família e você está dizendo que vai ficar do nosso lado? Não me faça rir!—o ruivo se aproximou.

—J-Jaebum! —Youngjae, que acompanhara o mais velho, não conseguiu o conter. Ele estava deixando sua raiva o mover.

Jackson soltou o vampiro, prevendo que JB se alteraria. Se ainda segurasse o invasor, com Jaebum indo naquela direção tão determinado, os dois sairiam ainda mais machucados.

As vezes o Wang sentia que a face quase sempre séria de Jaebum, na verdade escondia uma fragilidade enorme. Fragilidade esta que fazia o protetor achar-se se semelhante ao Im, o direcionando uma empatia. Ali em sua frente estava um Jaebum movido a um turbilhão de sentimentos que pareciam fazê-lo reviver momentos ruins em que perdeu todos os que amava.

O ruivo deu pelo menos dois socos fortes no vampiro de roupas pretas, que caiu no chão, limpando o sangue da boca com a mão. Jaebum se preparava para mais um soco forte, mas Jackson o parou segurando seu corpo.

—Já chega, JB.

—Jackson, está claro que ele está tentando nos enganar! —bradou.

—E o que você quer, matar ele?—perguntou.—Você não seria diferente deles se fizesse isso, Jaebum. Escute ele antes de fazer qualquer besteira.—encarou o ruivo, então tocou seu ombro. Jaebum respirou fundo, assentindo com a cabeça, um tanto incomodado. Mas Jackson tinha razão. Tinha certeza que o Wang também só o tinha deixado perder o controle aquele momento porque sentia que Jaebum simplesmente precisava, diante de tanto que escondia e muitas vezes não falava nem para Youngjae. Sentiu-se de repente muito grato ao protetor.

RegiumWhere stories live. Discover now