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Jinyoung aproximava-se da torre com uma sensação de aperto no peito. Fechou os olhos por um momento e então olhou para os seus dois lados. À direita estava Jackson, a esquerda Yug.

Os dois sorriam singelos para ele. Como se não precisassem de palavras para dizerem: ei, tudo bem, você não está sozinho.

Jinyoung queria se sentir assim com seu irmão. Queria fazê-lo sentir isso. Ele também não estaria sozinho. Poderia ser de uma forma um pouco distorcida no início, mas não estaria.

Quando chegaram na frente da porta pesada, os guardas os deixaram entrar facilmente. Jin estava de pé, preso por algemas pesadas de prata ligadas a correntes nas paredes.

—Ah, o triozinho veio me levar...—riu, a voz rouca de provavelmente não falar muito desde que fora preso. Não tinha porque falar, não havia ninguém.

—Você pode escolher se quer que o hyung te paralise de novo ou se quer vir conosco por livre e espontânea pressão.—Yugyeom respondeu.

—Yug.—Jackson o interrompeu.

—Jin...—Jinyoung aproximou-se do mais velho.—Irmão. Olhe pra nós três e me diga o que você vê.

O Valok mais velho apenas franziu o cenho.

—Um vampiro, um protetor e aquele que possui o sangue ancestral. —apontou para Jackson, em seguida dizendo—Um híbrido. Nós três, somos totalmente diferentes, mas nós lutamos juntos pela mesma coisa. Pelo que você luta, Jin?

O mais velho sorriu cínico e imediatamente abriu a boca para falar, mas Jackson o interrompeu.

—Eu já disse antes...você faz tudo esperando algo em troca. Você luta por uma aprovação, mas ela vem em forma de que? Seu pai já te ofereceu carinho antes? Já te disse o quanto ainda existem pessoas boas e o quanto elas mudam? O que faz vocês pensarem que tem que se vingar de todos desse jeito? Ao que a vingança leva? Ao que o ódio leva? —apontou para as algemas.—Correntes.

Jin ficou em silêncio. Não sabia mais o que pensar.

—Meu...meu pai já me ofereceu muito, sim!—sorriu ríspido.—Ele já me livrou de muito...Vocês sabem? A primeira zona...eu quem cuidei de tudo... Papai ficou orgulhoso de mim, hm, Jinyoung? Coisa que ele nunca ficou de você!

Jinyoung conhecia tanto ao irmão, de uma forma que este nem ao menos imaginava, que sabia disso tanto quanto ele:

Jin estava mentindo.

—Quando vai parar de mentir pra si mesmo, irmão?

—Não cheguem aqui tentando implantar na minha cabeça algo que não é meu! É isso o que vocês fazem...Tentando inserir naqueles que discordam de vocês suas ideias...O que os leva a pensar que meu pai não está pensando o certo? O que te leva, Jinyoung?!—ele alterou a voz, gritando e impulsionando o corpo para frente.

—Ele só está fazendo o que fizeram com o nosso clã tempos atrás.—Jinyoung respondeu baixo.—Mas sabe o que isso ocasiona? Um circulo vicioso, irmão. Já pensou que as pessoas que morreram por essa vingança, as pessoas inocentes que perderam os pais e as famílias, que se refugiaram em outras zonas, que só tem nada mais além das lembranças? Nada justifica a humilhação daquela época, mas as coisas mudaram, Jin. Ou teriam mudado se vocês não tivessem continuado essa corrente de ódio.—Jinyoung mordeu o lábio com com força, quase o ferindo, andando irritado de um lado para o outro.

RegiumWhere stories live. Discover now