Regium

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Já era noite quando decidiram descansar e parar os treinamentos. Além de Jackson estar treinando seu controle, tendo perceptivos avanços, os protetores da Sede tiveram ordens de uma rotina mais intensa.

Bambam e Yugyeom comandaram os treinos o resto da tarde até anoitecer. Reymond já tinha partido em direção a sua mansão, de forma a induzir os vampiros a treinarem da mesma forma. Toda a preparação que tinham ainda era pouca. Tinham que se esforçar mais.

Jinyoung e Mark apesar de tudo permaneceram na Sede. Ainda que estivessem sob o meio de vários protetores, eles pareciam estar sendo mais receptivos, pela intervenção de Jackson, Bambam e Yugyeom. Os três eram muito respeitados ali.

Jinyoung ficara instalado em um quarto ao lado do de Jackson, junto com Mark. O loiro não se sentia desconfortável com o outro vampiro, mesmo parecendo estranho, afinal ele quase enfiara uma adaga em seu peito. O motivo justificava tudo, no entanto, e foi a partir dele que as coisas começaram a ficar promissoras.

Quando Mark saiu do banho, encontrou um Jinyoung pensativo, recostado na cabeceira de uma das camas, encarando a marca em sua mão.

—Está sentindo falta de lá? Mesmo que não seja o que você queria que fosse, é sua casa...—Mark iniciou a conversa de forma calma, sentando em sua própria cama e secando os cabelos com uma toalha. Vestia roupas mais folgadas, emprestadas por Jackson.

—Eu só estava pensando...Aqui é diferente.—olhou de soslaio para o outro, suspirando. —Sinto que não tem todo o ar pesado que tinha em meu território. Apesar de tantas preocupações, vocês ainda aproveitam a companhia uns dos outros. Confiam, se doam...

Mark ficou quieto, mas assentiu de forma discreta com a cabeça. De fato, era daquele jeito. Na Sede, Mark percebia ainda mais isso. Era como se pudessem se sentir mais humanos ali.

—Sabe...—Mark olhou para Jinyoung.—Tirando o fato de sermos vampiros, estarmos na Sede dos protetores e até dias atrás sermos inimigos...Agora, parecemos só dois caras na casa de um amigo que vieram passar a noite para fazer um trabalho.

Jinyoung riu, diante da analogia. Realmente, aquilo era o que parecia. Tudo parecia mais calmo, mais humano, mas não permaneceria assim por muito tempo. Sabia disso.

—Queria que pudesse permanecer assim.—Jinyoung suspirou, expressando seus pensamentos. —Queria que meu pai parasse com tudo e tentasse ao menos experimentar a sensação de estar tranquilo sem ter que machucar ninguém pra isso. —abraçou as pernas.—Era isso o que minha mãe tentava dizer pra ele todas as vezes, tentava fazê-lo confiar mais nos outros,  mas o que aconteceu com ela tirou todas as minhas esperanças de isso dar certo. Ele se fechou em uma estrutura pontiaguda e é mais cômodo para ele estar nela.

Mark observava como as palavras de Jinyoung pareciam dar vida aos seus sentimentos mais profundos. Sentia realmente que o outro queria apenas seguir o caminho certo, queria apenas que tudo ficasse bem. Tocou o ombro do vampiro, de forma a conforta-lo.

—Não posso dizer que vai ficar tudo bem, mas...vamos lutar pelo que é certo. Se estamos juntos por defendermos um lugar em que possamos estar tranquilos, então somos amigos. —sorriu. —E eu não sei se isso é muito possível, mas se pudermos mostrar ao seu pai o que podemos fazer quando confiamos uns nos outros, vamos tentar.

Jinyoung sorriu de volta.

—Obrigado. —respondeu baixo. —Você e Jackson são incríveis.

—Ouvi meu nome? —o protetor adentrou o quarto, já que a porta estava aberta.

—Já tomou banho? —Mark perguntou, de forma casual. Jackson sentou ao seu lado.

—Já. Vim ver como você estava e Jinyoung também.