+sine pace+

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O sono não vinha para Mark. Seu coração estava descompassado desde mais cedo. JB não deveria ter dito aquilo, mesmo com a boa intenção na qual o fez. Pensou que mais do que antes, Jackson devia estar com nojo dele e eles nem ao menos se falavam direito, mesmo tendo que ser companheiros na futura luta que estava por vir. Não podiam se dar ao luxo de estarem em uma relação estranha e estragarem as coisas em algum momento sério e colocarem tudo a perder.

O que não entendia era sua necessidade biológica ter se voltado a querer tanto assim Jackson a partir do momento em que o viu e sentiu seu aroma. Todas as noites de treino sentia o cheiro dele ali e sua presença observando seus movimentos. Nunca treinou tão duro na vida, a fim de tirar os pensamentos sobre o garoto de sua cabeça. Treinava tão rápido e raivosamente que surpreenderia até mesmo seu pai. Era um alívio imenso quando Jackson se retirava dali.

Noite passada, o cheiro de sangue dele pareceu ativar um instinto tão selvagem que Mark não conheceu a si próprio. Tentando tirar os pensamentos e lembranças da mente, sentou-se na cama.

No quarto de Jackson, do outro lado da casa, era o mesmo. Estava sem sono, se sentido estranho. Estranho porque não sabia que entre vampiros existia algo como se sentir mais atraído por algum tipo de sangue. Também porque um pensamento lhe veio na cabeça, como um soco em sua cara, lhe trazendo a realidade.

Ele tinha que reconhecer que Dorine e Reymond Tuan souberam criar seu filho de forma que prezasse o respeito e de forma com que fizesse com que não gostasse de atacar ninguém. Aliás, não só referia seu pensamento a Mark e a seus pais, mas  outros que faziam parte do clã. Já antes havia se tocado, mas simplesmente não queria tanto assim admitir, o clã todo mantinha esses ideais. Quer dizer, já fizera um mês que estava morando com eles e percebeu que apesar de  ser sério demais na frente deles, apesar de odiarem sua presença, eles tem respeito pelo seu superior e por outros. Eles se contém mesmo diante de sua presença relativamente humana.

Tinha certeza que estavam se segurando pra não o matarem, já que somado a tudo isto, sabia que alguns vampiros vinham de clãs dizimados por protetores. Apesar de aprenderem neste local a se controlarem e não atacarem inocentes, eles não podem apagar suas memórias. Para quem havia chegado ali olhando com nojo para todos, Jackson podia afirmar agora que se sentia um idiota por generalizar tudo. Em sua maioria agora pela questão de Mark. Tinha certeza, pelo olhar que antes lhe lançara em seu surto de sede, que este não veria o prazer que os outros viam se tomasse seu sangue.

Ouviu batidas na janela. Se levantou cauteloso para observar quem estaria lhe incomodando tão tarde. Ficou tão surpreso que xingou alto quando o melhor amigo pulou a janela que Jackson abrira ao vê-lo e entrou em seu quarto.

—Como diabos você veio pra cá?—Abraçou-o e o puxou para dentro de forma rápida.

—Segredinho de mestre. —respondeu, abraçando de volta.—Não está feliz em me ver?

—É claro que estou.—separaram-se.—Yug também está aqui?

—Não.—pareceu chateado ao responder.

Jackson fechou a janela e olhou questionador para o mais magro, que agora se encontrava sentado em sua cama.

—Vocês brigaram?— perguntou com uma sobrancelha arqueada. O outro não respondeu.—Sério? Bambam e Yugyeom, o casal mais lindo da Sede?

—Hyung! —resmungou.

—Sei que não vão ficar assim muito tempo, Bam. Vocês foram feitos um pro outro.—falou a última frase num tom realmente meloso.

RegiumWhere stories live. Discover now