Regium

+Sanguine suo+

Mark e JB ficaram realmente surpresos por ouvirem sobre o sangue real justo naquele momento. Parecia irreal algo que tinham lido um dia antes ao acaso, de repente aparecer como um fato. Jackson na verdade só tinha ouvido falar daquilo uma vez, e não sabia porque quando foi perguntar sobre à seu pai foi reprimido e aconselhado a não falar ou procurar mais sobre.
A única coisa que sabia era que a pessoa que nascia com aquele sangue fornecia poderes a outros e era almejado por vampiros e protetores. Ele tinha poder para causar uma guerra ou para acabar com ela, dependendo dos ideais que escolhesse ou fosse obrigado a fazer parte.

—Eu e JB lemos algo sobre isto ontem, mas...isso é apenas uma suposição, não? —Mark perguntou.—Bem, como eles teriam tanta certeza que ele está aqui?

—Na verdade isso não faz nenhum sentido.—Jackson respondeu.—Se estão aderindo territórios assim, porque ainda precisam do tal Regium, que nem sabemos ao certo se existe mesmo? Não é como uma forma de controlar as espécies? Eles não já estão controlando em algumas zonas?

—Isso se aplica quando pensamos em zonas menores. Nenhuma zona ainda pensou em união, já que normalmente os preceitos de cada uma se diferem, mas quando acontecer e perceberem o que os Valok estão tentando fazer, eles vão facilmente dizimados. Talvez eles queiram o Regium para evitar isso. Sobre eles terem certeza, talvez eles não tenham. Eles devem estar apenas aproveitando a tomada dos territórios para procurá-lo. —o pai de Mark disse, olhando para todos.

—Ou podem estar sob ajuda de um ser profético. —Ricky ressaltou. —Os videntes de linhagem antiga conseguem prever sobre coisas relacionadas aos antepassados.

A reunião se estendeu por uma longa hora.Pensaram-se e discutiram-se várias possibilidades e questões das quais muitas poderiam parecer loucura, até ela acabar. Jackson se despediu do pai, então sentou-se no jardim. O sol ainda não havia se posto. Tinha muitas dúvidas ainda, mas a preocupação com a possível invasão eminente era maior, sabendo dos motivos para ela acontecer ou não.

JB e Mark estavam um pouco longe dele, conversando entre si e treinando alguns golpes. Jackson sentia-se estranho, de repente, ao lembrar da noite anterior. Ele não simpatizava com o instinto animal e descontrolado dos vampiros.
Não gostava do modo que parecia prazeroso para eles tirarem uma vida, por mais suja que ela tenha sido. Apesar do pai confiar no clã dominante da Zona 8, os Tuan, Jackson ainda tinha suas dúvidas, que durante este mês estavam sendo contestadas e de certa forma iam se esvaindo, ainda que devagar, pela ordem e respeito que estava presenciando no clã, mesmo diante dos olhares feios que recebia.

O olhar de Mark para ele na noite passada o havia deixado pensativo. O loiro parecia realmente estar sofrendo e se controlando da maneira que podia. Hoje ainda, parecia estar meio fraco e zonzo durante a reunião, apesar de disfarçar bem. JB também pareceu perceber. O ruivo distribuía ataques fracos em Mark, que ainda parecia não se adaptar ao ritmo. Era estranho, já que quando Mark treinava sozinho era tão ágil. Pensou apesar de tudo que seria bom socializar-se mais. Em uma invasão iminente, estar em meio a desconfianças e mal entendidos era a pior coisa a se fazer.

Jackson decidiu se aproximar, então recebeu um olhar raivoso de JB, ainda meio de longe. Este parou a disputa com Mark, andou de forma rápida em sua direção e tentou o atacar com um soco, mas foi interceptado pelo mesmo.

—Que falta de sorte... —Jackson zombou.

—Saia daqui. Não fique rondando o Mark assim.

—Huh? —ficou surpreso e confuso com a ordem. —Eu estou rondando ele? Me perdoe se acho que é um bom passatempo quando só se tem um monte de vampiros com cheiro insuportável de sangue olhando feio pra você. Além disso, não fui eu quem quis quebrar a distância entre nós primeiro... —encarou Mark.

—JB, está tudo bem.—Mark falou, segurando o braço do amigo.

O ruivo soltou Jackson.

—Escutem...—o Wang suspirou.— Eu realmente não sou fã da sua espécie, mas somos aliados e meu pai confia em vocês. Respeito isso. Eu caminhei até aqui com meus próprios pés porque acho que nessa iminência de guerra ter alguém que estava apenas me esperando para me dar um soco não é uma tática muito favorável.

JB suspirou fundo, grunhindo. Aproximou-se mais, então cheirou Jackson, deixando-o irritado e fazendo com que empurrasse o mais velho.

—O que é que pensa que está fazendo?—bradou.

—Checando. —encarou o amigo.—Não entendo, Mark. Ele é tão comum, por que o sangue dele é atraente assim pra você?

—J-Jaebum! —Mark irritou-se.

—O que você quis dizer com isso? —Jackson perguntou.

—Você é quem não confia em nós. Se você acha que nós não temos auto-controle aqui você está terrivelmente enganado, mas espero que saiba que seu sangue tem efeitos diferentes em Mark e que se ele não te matou ontem foi porque ele se segurou muito bem para ganhar sua confiança. Espero que também tenha isso em mente e saiba seu lugar.

Jackson estava atônito. Seu sangue era altamente tentador para Mark? Mas por que, exatamente? Por que ele seria diferente? Sentia-se estranho, de repente. Várias incógnitas lhe vinham amente.